Capítulo 2

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Dia 3, Quinta (continuação)
'Devo lembrar que estou vivendo com um sonserino, um bastante desagradável e vingativo', pensou Harry na hora do almoço.

O dia até então não estava indo muito bem. Eles tinham chegado oito minutos atrasados na aula de Transfiguração, e, embora tudo que McGonagall tenha feito a respeito foi parar no meio de uma sentença e esperar que os dois se sentassem antes de continuar, Malfoy estava irritado desde então. Em um contraste agudo com seu mal-humorado silêncio dos últimos dois dias, ele tinha optado por uma longa e sólida enxurrada de abusos verbais durante a parte prática da lição.

Não ajudara em nada o fato de que estavam na aula de Malfoy, e que cada um de seus comentários maldosos era seguido por um coro de risadas dos outros sonserinos. Harry tinha quase que literalmente mordido a língua para se impedir de responder, sabendo que qualquer coisa que ele dissesse seria ridicularizada por Malfoy e seus amigos.

"Brilhante, Potter. Um trabalho do qual qualquer aluno do segundo ano se orgulharia. Pena que você está no sétimo".

"Aquele único vislumbre de entendimento ficou muito sozinho no seu cérebro sem nenhum outro pensamento para lhe fazer companhia? Foi por isso que ele decidiu te abandonar?" — Pansy Parkinson tinha achado esse comentário muito engraçado.

"Por Merlin, Potter, nós temos que transformar a pena em uma flor, não em uma erva daninha".

"Você só está fingindo toda essa estupidez infame, não é? Para dar ao resto de nós um falso senso de superioridade?" — Esse último tinha resultado em McGonagall subtraindo cinco pontos da Sonserina pela grosseria de Malfoy, o que não tinha feito muito pelo ego de Harry.

Então veio Defesa Contra as Artes das Trevas. Harry pôde sentar com seus amigos durante a primeira parte da aula, mas a segunda metade envolvia um pouco mais de movimentação, já que estavam praticando feitiços em espíritos agourentos. Goyle, Crabbe e Pansy Parkinson acabaram perto deles, se juntando a Malfoy para ridicularizar Harry e Hermione, que eles tentavam dominar o espírito agourento de Harry. Os repetidos conselhos de Hermione para Harry não dar ouvidos ao "babaca peçonhento" não ajudaram em nada.

"Sinceramente, Potter, acho que estou casado com um aborto!" Malfoy comentou, e os sonserinos riram.

"Nós não somos casados", Harry respondeu. Malfoy olhou para ele confuso.

"O quê?"

"Nós podemos estar ligados por um elo, mas nós não somos casados", Harry disse com veemência.

"É a mesma coisa".

"Não é, não. Não chame disso". Hermione respondeu.

Malfoy trocou um olhar desconcertado com os amigos. "Por que não?"

"Um casamento é muito mais do que uma estúpida maldição que te liga a um imbecil repulsivo que você gostaria muito de matar durante o sono. Um casamento envolve amor e compromisso — é uma coisa boa", Harry disse.

Malfoy deu um sorriso de desprezo para os dois. "Ooh. Que bonitinho. Um casamento tem que ter poesias, corações e doces, não é?" — Parkinson riu. — "Que coisa mais trouxa. Mas tudo bem, como você quiser: sinceramente, Potter, querido, acho que estou casado com um aborto".

Harry corou furiosamente, o que fez os sonserinos se acabarem de rir e deu para Malfoy a dica para mais zombarias pelo resto da aula.

"Não pense muito, meu caro. Não é seu ponto forte".

"Luz da minha vida, essa sua completa falta de habilidade para entender as instruções mais simples — é algo natural ou você treinou para aperfeiçoá-la?"

Bond - Drarry fanfic ~FINALIZADA~Onde as histórias ganham vida. Descobre agora