οκτώ

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Park Jimin chegou em casa atordoado, repleto de raiva, jogou sua mochila num canto qualquer assim que passou pela porta. Saberia que uma hora ou outra algum empregado recolheria.

O blazer avermelhado e caro apertava sua garganta suada, e por isso, o rapaz afrouxava a roupa em torno de si.

Antes de subir as escadas, ele parou, receoso quanto à subir no primeiro degrau. Sempre ficava quando se tratava de ver o pai.
Foi quando sentiu seu celular vibrar no bolso, indicando que alguma mensagem havia acabado de chegar.
Ele já sabia de quem era, e não precisaria nem mesmo olhar.

Mas olhou. Talvez por curiosidade ou só pela fina e tênue linha de esperança que se alojava no peito, desejando que não fosse Sick Boy.

Os lábios se contorceram de medo com o que a mensagem dizia, foi quando ele sentiu os dedos tremerem, a espinha gelou por inteiro e tudo o que Park Jimin desejava era sumir, evaporar e nunca mais voltar à Goyohan. Nunca mais.

Jogou seu celular no chão e fechou suas mãos, o coração acelerado mostrava o desconforto. Como Sick Boy conseguia ser tão pertubador? Como ele conseguia deixá-lo horrorizado apenas com aquela mensagem que acabara de receber?

O rapaz olhou ao redor, se certificando de que ninguém poderia espiar sua vida de alguns dos cantos por ali. Nada.

— Park Jimin! — Seu pai o chamava do andar de cima, e mais uma vez a espinha corria gélida — Venha aqui!

Engoliu em seco, o pai carregava na voz toda a rigidez e maldade que sempre carregava não importava o momento. E Jimin sabia que aquilo não era um momento bom.

— Não demore porra! Suba logo!

O rapaz obedeceu, finalmente subindo as escadas, respirando fundo para não se entregar ao medo. Conforme passava os degraus acima, o corredor rústico e caro de madeira se revelava. As portas do corredor também. Seu pai o esperava na última.

Os lábios que antes se contorceram de medo, agora tremiam feito suas pernas curtas. Ele ultrapassou a porta do quarto do pai, encarando o homem alto e de feição séria esperando por ele. Tinha os fios brancos e as mãos fortes, carregava seu cinto pesado na mão, pronto para estalar com o feixe na pele do filho.

Os lábios que se curvavam eram dádiva dele. O pai chamou Jimin e o mandou fechar a porta.

Não demoraram segundos para que Park sentisse a mão do pai agarrar seu braço com uma força extrema, sem paciência para o próximo golpe. Jimin gritava, pedindo que parasse.

Mas o rapaz sabia que, mesmo que pedisse, seu pai nunca iria parar até que realmente quisesse. Esse ritual se repetia varias vezes na semana, mas mesmo assim, Jimin nunca se acostumou com a dor de todos os golpes contra ele.

— Pare! — As lágrimas saíam desesperadas dos olhos escuros cheios de medo, procuravam por piedade enquanto a fivela de ferro batia uma, duas, três, quatro, cinco vezes em suas costas — Por favor! — A garganta estourava para gritar, mas ele sabia que ninguém naquela casa iria ajudá-lo.

Dessa vez, mesmo que a dor de todas as batidas eram horríveis. O estalo do couro e da fivela em sua pele era ardente e insuportável, tudo que poderia fazer era gritar. Tudo mais medonho, não sabia dizer ao certo por quê. Jimin estava mais desesperado que o normal.

Talvez fosse pela mensagem que Sick Boy deixara segundos antes de estar apanhando. No celular jogado ao pé da escada.

"BEM VINDO DE VOLTA PRA CASA :)
- SICK BOY"

xXx

As mãos de Namjoon batiam freneticamente na porta de Seokjin, preocupado com o amigo. Segundos depois, ela se abriu, revelando o loiro com uma expressão nada boa.

Sick Boy | bangtan horrorWhere stories live. Discover now