Capítulo 10: Giving Up

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Ela olhou para a calha do seu telhado através da vidraça da janela. Finn seguiu seu olhar.

– Gosta de luzes natalinas?

Millie assentiu ainda observando as pequenas lâmpadas acenderem em sequência. Primeiro as vermelhas, logo depois as azuis, verdes e por fim as laranjas.

– Não gosta? – Pergunta Millie, levando sua xícara de chá aos lábios. O Wolfhard dá de ombros em desdém.

– Nunca parei para observá-las.

– Vive ocupado demais para isso – Sorriu ironicamente – Algum dia devia tentar ser seu próprio conselheiro amoroso.

Brown caminha até o interruptor o desligando afim de que as responsáveis pela iluminação da cozinha, fossem unicamente as luzes natalinas do lado de fora.

Ela sabia que  ainda não era a época de adornar sua calha com pisca-piscas, mas gostava tanto do efeito que aquelas pequenas luzes causavam, que sempre acabava ficando com dó de tirá-las de lá.

– Não é como se eu quisesse me apaixonar – Ele sorriu de lado. Volta sua atenção para os pisca-piscas.

– Medo da rejeição? – O encarou de soslaio arqueando uma de suas sobrancelhas. Sua mão segurava firmemente a asa da xícara de porcelana enquanto o vapor do líquido quente dançava lentamente pelo ar, dissolvendo-se.

– Medo da autodestruição – Complementou por fim. Num pigarro continuou, soando explicativo; – Ajudar as pessoas a amar, já é o suficiente pra mim. Muitos dos quais consegui auxiliar, hoje tem família, filhos. Pra que satisfação melhor do que esta?

– Também é um ser-humano, Finn. Você merece amar alguém também.

– O que sinto ou deixo de sentir, não é importante. O foco aqui é unicamente e exclusivamente o seu novo passeio com o Schnapp amanhã.

Pôde ouvi-la suspirar. Frustrada por ele interromper a conversa de forma brusca.

– Odeio quando faz isso – Seus olhos rolam em desprezo. Deixa a xícara sobre o balcão, apoiando sua face em seus punhos fechados.

– Isso o quê? – Perguntou, sobre a caneca em sua boca.

– Foge dos assuntos colocando outro por cima – Disse olhando-o feio. Ela o fazia se sentir engraçado. Quase como uma criança ou algo assim.

– É porque apesar das minhas desconfianças em relação à ele, sinto que vocês dois tem um futuro promissor. Noah gosta de você.

Brown força um sorriso. Engole o chá.

– Ele é incrível, não é? – Sorri voltando a admirar as luzes. Suspira. — Me pergunto se realmente é bom insistir nisto.

– Como assim? – Finn franze seu cenho, intrigado – Você mesma disse que não podia desistir, que o ama e essas coisas.

– E não menti quando disse isso. No entanto, não sei se é saudável para o Noah se relacionar com alguém como eu.

Finn a encarou perplexo.

– Isto é algum tipo de piada, certo? Não acredito que você está tendo uma crise de autoestima em plena duas da madrugada – Ele riu. Mas não havia realmente humor ali.

– Finn, houve um tempo em que sair de casa era um desafio enorme pra mim. Vivia com medo de ter uma crise no meio da rua e não haver ninguém pra me socorrer. Eu não tenho certeza se é certo da minha parte envolver mais pessoas nisso. Já me arrependo amargamente por ter te envolvido e... – Finn pressionou seu dedo indicador contra os lábios de Millie, afim de fazê-la parar de falar.

ᴡɪꜱʜ [ғɪʟʟɪᴇ]Where stories live. Discover now