week 2. before.

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Esperança
Edgar Allan Poe
"A vida real do ser humano consiste em ser feliz, principalmente por estar sempre na esperança de sê-lo muito em breve."

  Na segunda semana de aula, conheci Ernest, que com um ato de bondade, e possivelmente piedade, pagou a minha passagem quando o motorista do ônibus rejeitou, em um ato grosseiro, a minha declaração. Ernest era incrivelmente engraçado e tímido, e se isso fosse uma fanfic ele seria o harry styles e eu a sem graça da s/n
Definitivamente, não foi nada disso. Ernest e eu nos tornamos amigos imediatamente, ele pagava os cachorros quentes baratos e eu o enchia com piadas e historias ruins. Uma semana após me certificar de que isso não era apenas uma amizade passageira, decidi apresenta-lo para as minhas melhores amigas, e enfim nosso grupo ficou completo. Éramos o quarteto perfeito, astros em perfeita harmonia, soando como a trilha sonora do clube dos cinco, nós podiamos conquistar o mundo.

  Piadas sem graça, cachorros quentes após as aulas chatas e auto zoações, era como sobreviviamos a rotina monótona e chata de segunda a sexta, sem ligar para nada, nem ao menos pensar no futuro. Era como se por um determinado momento em minha vida, eu não sentisse ou lembrasse de um pingo de tristeza ou problemas que me aflingiam. Estar com eles era como me banhar em um mar de felicidade e me jogar de um penhasco sabendo que eles estariam alí para me segurar. Mas contudo, os problemas ainda estavam alí, e eu sabia que no fim do dia ainda iria me esvair em lágrimas imaginando o dia em que a dor iria passar.

   Eu não me lembro exatamente como ou quando, mas eu conheci a pessoa que mudaria tudo, EXATAMENTE, tudo em minha vida. Sabem quando a Hannah Baker diz "aquele maldito sorriso"? Eu poderia dizer "aquela maldita conversa sobre ansiedade". Esme, que me cativou em menos de um mês. Nos tormanos melhores amigas, nunca uma sem a outra, TROVÃO E RAIO, éramos inseparáveis. E eu, sinceramente, ainda a amo. Mesmo que distantes, mesmo que o universo nos tenha reservado futuros e destinos diferentes, eu te amei imensamente em cada momento da nossa incrível amizade, até nos mais difíceis. Eu a Apresentei para Petrona e Alyona -que imediatamente a amou- Petrona que sempre foi a mais difícil de cativar, não a aceitou muito e logo após um tempo, partiu, do nosso já falecido, quarteto. Arrumou novos amigos e sorria por aí com outras piadas ruins. Não quero que pensem que eu sou egoísta, é claro que eu estava imensurávelmente feliz por ela estar se adequando e fazendo novos amigos. Mas parte de mim, também estava imensurávelmente triste, por saber que aquele era o início de uma série de adeus, e no fim eu estava certa.

  Meses se passaram e nós já não eramos os quatro mesmos amigos. Nos tornamos um grupo ,moderadamente, grande. Esme nos apresentou alguns de seus amigos- até mesmo um que amava bolero cubano- e era tão divertido, todos os dias viver como se ninguém ligasse pro amanhã ou fazer esquisitices sem se importar com os julgamentos alheios, ou era o que deveria acontecer. Alyona, Esme e eu que tinhamos um crush em vários garotos da escola -não é brincadeira, eram vários mesmo- e começamos a apelidar ou numera-los(confesso que escrevendo isso agora, soa um tanto babaca.) Para que assim pudessemos identifica-los umas para as outras. No fundo, nós sabiamos que nunca teriamos chances com nenhum deles, ao menos da minha parte, este sentimento fluia. Sempre fui muito cética e negativa, e quando se tratava do meu corpo e autoestima, isso piorava uns 112%. Então eu nunca sequer imaginei o que viria acontecer.

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