Memórias

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Conheci a dita-dura
Peguei a abertura
Aprendi como a vida é dura
Estava quente
Ponta a cabeça
Nem era meia nove
Estávamos em setenta e nove
"O povo ficava de quatro"
Na cozinha, na sala e no quarto
Tudo era escondido.
"o escondido é mais gostoso".
Já dizia minha vó...
Do fruto proíbido, dois foram expulso do paraíso
Ai! Virou uma grande sacanagem
"Mas depois da porteira aberta
Não adianta a proibição."
Censura foi tentativa de persuasão
A "sujeira" ia pra debaixo de um tapetão
Moral... Ética!!
Era só um toque...
O toque de recolher
Vagabundo tinha que correr
Dona Joaninha avisava ao chegar
Ligava a luz da sirene fazendo soar
Mas não tinha dó,
"boêmio, maconheiro, gay, piranha."
Metia a "malandragem" no xilindró Dama da noite era prostituta de luxo
Que vivia em meio a aristocracia
Família era constituída pela tirania
O respeito pela família era igual o de hoje em dia
O "homem" da casa tinha amante,
Mas não aceitava traição
Batia, espancava e fazia humilhação
O pobre comia guandu no lugar do feijão, angu e caruru era uma opção.
Desde que o mundo surgiu a Homossexualidade sempre existiu,
mas são vistos como marginais e
fazia parte do pacote, da escória nacional.
Conclusão, antes tudo era o mesmo que hoje.
Só que hoje é de um jeito jocoso.
Tudo vira piada, fica engraçado
Mas não deixa de existir.
E assim, vai empurrando a ignorância para a borda, porque no centro só fica a corja.
E hoje é assim, farinha pouca, meu pirão primeiro

VVelasco

♾MetamorfoseWhere stories live. Discover now