Capítulo 1 - 25/07

2 0 0
                                    

Dia comum, dia do meu aniversário. Estou no momento caminhando para a empresa Hilston que fabrica motor de carros. Posso dizer que amo meu trabalho. 

Chegando lá, percebo tudo: Seguranças, câmeras, pessoas da manutenção, numero de clientes. Todos eles trabalhando normalmente, no modo automático de sempre, dá para perceber, isso está nítido. Amo quando eles estão assim, pois qualquer coisa que aconteça fora da rotina, os primeiros que irão perceber serão os funcionários que não ficam muito na entrada principal. Volto para casa e então planejo tudo para aquela noite.

Aquela noite estava muito fria, lembro me bem que quando saí do meu beco perto das antigas minas, me deparei com a luz da lua. Desnorteei-me. Mas peguei um táxi e fui até aquela fábrica. Eu procurava o Chefe da segurança, Ronald, e ironicamente quem me contratou trabalhava junto com ele. Meu trabalho era bem simples: Entrar, bater um papo com Ronald e ir comer com minha esposa um delicioso prato de Yakisoba.

O prédio estava iluminado e parecia estar tendo algum tipo de festa lá. Acho que algum motor novo estava sendo inaugurado, não sei, só sei que havia muita gente e isso tornaria tudo mais fácil. Estava já no telhado, ao observar por uma janela, vejo Ronald. Fumando seu cigarro, sozinho. Poderia fazer tudo naquele momento, mas não. Ainda não estava na hora , estava fácil demais.

Ao decorrer da noite, começo a me infiltrar. Despistando as câmera e me camuflando na paisagem. Tento parecer discreto, para que ninguém lembre de mim.

Enfim, chego à sala da segurança. Coloco a mão no meu bolso esquerdo da calça e tiro uma pequena câmera que posiciono cautelosamente na fresta da porta. Com um simples gesto de ver as horas, deparo-me com a imagem de toda sala em meu relógio.

Sempre me perguntei se meus antecessores poderiam usufruir de toda essa tecnologia. Para eles, esse trabalho deveria ser bem mais complexo do simplesmente entrar e sair. Bom... quem sou eu para reclamar; Vivo na melhor época, talvez alguém no futuro esteja falando a mesma coisa que eu agora.

Vejo a sala suavemente escura e sentado em frente aos monitores, está Ronald. Recolho a câmera e abro a porta lentamente. Aos sons de câmeras e monitores, começo a preparar minha adaga. 

Nunca gostei de facas, porem depois da morte de meu pai, herdei sua adaga. A adaga era linda, tinha uma pedra de esmeralda no centro do punhal dela, seu corpo era escuro e tinha um formato de dragão.  Desde então uso ela com total respeito, como se ele sempre estivesse comigo. Me acompanhando. Me ajudando.

Ronald estava com fones de ouvido, acho que sua atenção não existia nem nos monitores, ele estava em outro mundo. Gosto desses últimos segundos antes de fazer qualquer coisa, pois mesmo quando a morte se aproxima, o animal nunca percebe. As vezes me pergunto se vou perceber quando ela vier, e estiver atrás de mim. O chefe da segurança não parecia estar nem um pouco preocupado com as coisas ao seu redor. Pensei se o prenderia com algemas e o torturaria, mas hesitei nisso. A presença daquele homem já me incomodava. Então, como a noite sutil, cortei seu pescoço como se eu estivesse desenhando um sorriso.

Missão feita. A adrenalina já estava se esgotando e aquela tranquilidade já estava passando, agora o que me faltara era jantar com minha esposa aquele delicioso Yakisoba e por fim, acabar com o dia.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Oct 09, 2018 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Os manuscritos do Assassino de VarsóviaWhere stories live. Discover now