ohana means family

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Dez anos depois.



– DAMON HEMMINGS SE VOCÊ NÃO PARAR DE TENTAR AFOGAR O SEU IRMÃO, EU VOU TE POR DE CASTIGO POR DUAS SEMANAS! – Michael grita, afastando o telefone do ouvido e observando seus filhos brincando no mar – Amelie, solta o seu pai, ele está tentando trabalhar! – Repreende a filha mais velha, antes de voltar com o celular para a orelha, a tempo se ouvir a risada de sua mãe.

– Ai que saudade dos meu netos. – A mulher suspira, sentindo o peito apertar com aquele sentimento.

– Eu sei mãe. Eles estão com saudades também. Todos estamos. Mas se tudo der certo, semana que vem vamos para a Inglaterra, embora Luke insista que vocês devam vir para cá.

– Não cabe um circo inteiro na casa de vocês! – A mulher rebate e Michael nem precisa estar cara a cara para saber que ela está revirando os olhos.

– Você não conhece o genro que tem? Às vezes eu acho que ele realmente acredita que pode fazer tudo acontecer.
– Não duvide de mim, Hemmings! – Ele ouve o marido gritar e se vira para poder vê-lo.

– Ele é impossível. – Karen ri novamente.

– BENJAMIN SOLTA O DAMON! – Michael grita novamente, interrompendo a ligação e suspira – Você me relembrar como é que eu e Luke decidimos ter filhos? – Pergunta brincando – Ah esquece, eu já me lembrei.

* Sete anos atrás *

– Hey babe... – Michael chama por Luke, se deitando ao lado do marido na cama.

– Hey! – Sorri, o puxando pela cintura e se enrolando contra o corpo do maior.

– Eu estava pensando... – Sussurra, acariciando as mechas enroladas e loiras – Eu quero muito ser pai.

– Mike, eu também quero muito, mas não acho que esse seja um momento propício. – Suspira, levantando o rosto para poder encarar os olhos verdes, agora chateados – Nós estamos sempre viajando pelo mundo, não temos casa fixa e sei que nenhum de nós está pronto para se estabilizar num lugar único. Não é uma situação boa para criar filhos.

– Amor... – Fala de forma manhosa – Nós podemos dar conta e além disso, seria ótimo para a criança, pensa no quanto de conhecimento e cultura que ela poderia adquirir? Sem contar que seria ótimo para educá-la a conviver com as diferenças.

Michael já tinha uma lista pronta de argumentos bem elaborados para aquele momento, pois já tinha a plena consciência de que não seria fácil convencer Luke a adotar naquela fase da vida deles.

– Babe, eu não sei. Podemos pensar nisso com calma?

– Luke. – Pronuncia o nome de forma manhosa, fazendo soar como um gemido e se inclinando para distribuir beijos quentes e molhados no pescoço do mais velho.

Uma semana depois, eles deram início no processo de adoção de Amelie, uma garotinha brasileira de quase um ano de idade.

Dois anos depois e eles estavam numa cidade no interior da França, jogados no sofá da sala em uma tarde de domingo, observando a filha de três anos brincar sozinha no tapete.

– Sabe Luke... – Michael começou, com a sua voz doce e seu melhor sorriso.

– Michael, não. – Luke corta o marido, já sabendo o que viria a seguir.

– Mas seria ótimo para ela ter companhia e alguém para brincar, amor! – Protesta.

– Já é difícil com uma, imagina com duas crianças, Michael. A gente não está brincando de casinha de bonecas.

– Para sua informação, nós cuidamos da nossa filha muito bem, obrigado. Luke, a gente pode dar conta disso e eu sei que você quer isso tanto quanto eu. Amy vem pedindo por um irmãozinho já faz um tempo e eu vejo sua expressão mudar, toda santa vez que ela toca no assunto.

Três meses depois e o processo de adoção estava finalizado, os gêmeos idênticos franceses eram oficialmente Benjamin e Damon Hemmings- Clifford.

– Às vezes eu me esqueço que precisei persuadir o meu marido para adotarmos os nossos filhos. – Ri, olhando para as quatro pessoas que ele mais ama no mundo correndo pela areia branca da praia.

– Às vezes eu me esqueço que você tem marido e filhos. O tempo passou tão rápido, Mike... – Suspira emotiva – Parece que foi ontem, você era meu bebê tímido, com medo de tudo e todos. Quando Luke chegou no circo e você estava todo assustado, mas então vocês começaram uma amizade que se transformou em um amor tão lindo e olha só agora.

– Casados. Com uma filha de oito anos e gêmeos de cinco... Em breve, seis. Morando na Austrália.

– Temporariamente. – Karen o lembra, fazendo ele rir.

– Temporariamente.

– Papai vem brincar! – A filha grita, chamando sua atenção.

– Mãe, eu preciso desligar. Pede para a Lucy parar de enrolar e comprar logo as passagens para ela, Jake e Catherine virem nos visitar. Eu te amo muito, ok?

– Eu aviso sim. Também te amo, fica com Deus... E Michael?

– Sim?

– Você sempre vai ser o meu bebê.

A frase faz o coração de Michael ficar quentinho e então a linha fica muda, indicando que a chamada foi encerrada.

Nas idas e vindas de Luke e Michael pelo mundo, o mais novo acabou se tornando um historiador e pesquisador de grande nome no mundo inteiro. Afinal, eles estavam sempre em um país diferente e enquanto Luke se dedicava a escrever suas variadas histórias, Michael tinha tempo de sobra para sair e explorar.

Michael gostava de conhecer tudo sobre as cidades pelas quais passavam, sempre se aprofundando na história, geografia e biologia do lugar. Visitando, descobrindo e reinventando, acabando por ter muitas informações e ajudando o marido com pequenos detalhes para os seus livros.

– Você é muito lerda, Amy!

– Cuidado, eu vou pegar você, Ben!

– Crianças, eu tenho uma ideia melhor, que tal se todo mundo tentar pegar o papai Mike? – Luke sugere.

É dessa forma que Michael se pega correndo pela praia e sendo perseguido por três, ou melhor, quatro crianças.

– Eu não fiz nada, por que estão tentando me pegar? – Ele grita, não conseguindo segurar uma risada alta e divertida.

– Porque você é um alvo fácil, amor. – Luke sussurra no ouvido no marido, no instante que o alcança o puxando e o abraçando por trás – Eu te amo.

– Eu também amo você, Luke. – Sorri, se inclinando para beijar o marido, longa e apaixonadamente. Se afastando apenas quando ouvem o choro da filha.

A garota tropeça nos próprios pés, acabando por cair e ralar o joelho em uma pedra. O choro desperta a atenção dos pais e dos irmãos, que correm em sua direção para ver o que havia acontecido.

– Eu tropecei. – Explica, fazendo um bico adorável com os lábios.

– No quê? – Luke pergunta, se agachando para pegar a garota no colo.

– Em mim mesma... – Murmura com vergonha e Luke tem que morder o lábio inferior para prender o sorriso.

– É sua filha mesmo, Michael.

– Muito engraçado.


Os cinco caminham em direção a casa em que estão morando, esta localizada na beira da praia, tornando fácil e rápida a caminhada até lá. Eles param na varanda e Luke coloca a filha sentada em cima dá mesa de madeira, Michael entra para buscar curativos e um remédio, mas volta em instantes.

– Está doendo muito? – Damon pergunta baixinho, segurando a mão da irmã e apertando com força.

Os adultos sorriem para a cena tão amável, seus filhos, apesar das brigas, são muito unidos e protetores uns com os outros. Michael faz o curativo rapidamente e deixa um beijo gentil, dizendo que logo logo estaria curado.

– Obrigada, pai. – Amelie sorri, deixando um beijo na bochecha do mais velho.

– Eu não ganho um beijo por ter te carregado no colo até aqui? Não foi caminhada fácil! – Luke protesta, fazendo a garota rir e se aproximar, o beijando também.

Eles permanecem ali, sentados na mesa e observando as ondas se quebrarem na areia e as gaivotas voando longe. É um lugar bonito e acolhedor, certamente sentiriam muita falta dali quando se mudassem para o próximo país.

– Eu gosto daqui. – A garota diz de repente – Nós já moramos em muitos lugares, mas com certeza aqui é o meu favorito de todos.

– Eu também gosto daqui e eu não queria ter que mudar. – Ben diz, apoiando a irmã.

– Eu também! – Damon concorda, balançando a cabeça.

Então Luke e Michael trocam olhares cúmplices e numa conversa silenciosa decidem que é naquele momento e  naquele lugar que finalmente irão se estabilizar e viverem seu final feliz.




FIM.

🆘️


e aqui chegamos ao fim, o próximo é o epílogo.

gostaria de avisar que comecei uma fic nova Muke, ela é ABO, se chama Last Chance To Love, está no meu perfil, dêem uma olhadinha, espero que gostem.

I saw galaxies in your eyes  | version MUKE|Onde histórias criam vida. Descubra agora