Capítulo 16.

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Ele concorda com a cabeça e vai em direção a porta, com cuidado o mesmo vira a maçaneta e a abre lentamente. Vou logo atrás dele. O corredor está escuro e silencioso, me dá até um pouco de medo, me sinto em um filme de terror com esse cenário, nunca vi a casa tão sombria e gelada, olha que eles são bruxos.

— Quem mais está na casa? Claro, além de nós dois. - Sussurro.

— Somente meu pai, Gisele saiu com minha mãe desde ontem. - Sussurra. - Como está suas feridas? - Me fita.

Olho para meu braço e está quase fechada, não sinto mais dor em minhas costas e nem em meu abdômen.

— Estão bem, não estou sentindo mais dor.

— Ótimo... Assim me preocupa menos. - Sorri baixo.

Sorri com seu comentário, mas logo seu olhar sai do meu rosto ao sentir algo passar ao meu lado rapidamente, olho para os lados e sinto um calafrio percorrer meu corpo.

— Tudo bem? - Pega em meu ombro.

— Não sei... Tem alguém ou algo aqui.

— Eu também acho... E tenho certeza de que são demônios.

De repente escutamos um barulho no andar de baixo, Evan me fita e prepara suas mãos com aquela chama vermelha que vi outro dia, mas como não é o momento, não devo perguntar como ele consegue fazer isso. Com cuidado ele desce lentamente e atento a todos os sons e movimentos possíveis. Na beira do Hall, o mesmo pede para que eu espere aonde estou através de um gesto e vai em direção a cozinha da casa. Fico atenta e sinto novamente algo passar por mim, quando me viro, vejo um vulto preto indo em direção a biblioteca da casa, com toda certeza a primeira coisa que me vem a mente é segui-lo. Cuidadosamente vou em direção a biblioteca, a porta está entreaberta e entro devagar observando cada detalhe, ela está vazia e silenciosa, vou mais adentro e ouço alguns livros caírem, isso me lembra muito o dia que vi Ramon na faculdade. Respiro fundo e vou até o local, os livros que estão no chão, são de bruxaria, pego um deles que estava aberto em um feitiço de união de corpos, folheio mais e vejo muitos outros feitiços, isso é um livro de magia negra, largo o livro com uma sensação ruim. Escuto novamente uma voz, mas não entendo o que diz,  sinto algo frio passar pelo meu pescoço e novamente vejo o vulto, ele se move rapidamente de um lado para o outro derrubando os móveis do lugar, corro para um dos corredores de livros e me escondo até saber o que é a criatura. Minha respiração está rápida, olho para trás e uma nova criatura aparece, ela abre um sorriso cheio de dentes afiados, parece não ter olhos, é horrível. Tento sair lentamente e ao me virar, algo tampa minha boca.

— Xiu... Fique quieta. - Diz tirando a mão da minha boca.

— Victor! Não faça mais isso. - Sussurro.

— Se eu chegasse dizendo oi, você gritaria. - Diz olhando para a criatura. - Não tive escolha. - Me fita.

— O que é essa coisa?

— É do submundo e está atrás de você... Eu avisei sobre sua magia. - Sorri.

— Minha magia?

— Ela não está totalmente pura, ou seja... Está chamando atenção dos demônios do submundo.

Sorri com seu comentário, mas confesso que acredito um pouco no que diz. Sem demoras a criatura corre em nossa direção com seus dentes para fora, ela ataca Victor e a mim ao mesmo tempo, assim nos jogando sobre as prateleiras. Me levanto e vejo mais quatro deles entrarem.

— Deve ser brincadeira.- Resmungo.
Victor ataca uma das criaturas com aquela chama vermelha em suas mãos.

Ao ser tocada a criatura hesita e meio que dá um grito. As outras quatro vem para cima de mim e em um pensamento rápido faço um campo de força em minha volta.

— Victor... Precisamos sair daqui, não vou dar conta das quatro. - Grito.

Ele faz um campo de força para segurar a criatura, assim lhe dando tempo para pensar.

— Você consegue quebrar essa parede atrás de você? - Me fita.

— Não sei... Preciso segurar o campo de força.

As criaturas começam a atacar o campo de força e dou alguns passos para atrás tentando segurar ele fechado. Victor vê, desfaz seu campo e vem para meu lado fazendo outro.

— Vai... Não sei quanto tempo consigo segurar.

Assenti e começo a socar a parede, ela não se quebra de primeira por eu não ser uma vampira completa e isso me faz mais fraca. Após algumas batidas a parede se quebra revelando a escuridão que está do lado de fora da casa, ao olhar em redor tenho uma surpresa.

— É... Victor... Temos um problema. - O fito e ele se vira, fazendo assim uma careta.

— Só pode ser brincadeira. - Suspira.
Olho mais uma vez para fora e vejo um exército dessas criaturas vindo até mim, faço um campo de força para me proteger.

— São muitos, eu não vou conseguir segurar o campo. - Digo com dificuldade.

— Mas que droga! Abriu a porta do inferno? - Resmunga. - Segura esse lado, temos que sair daqui.

Victor desfaz seu campo e começa a atacar as criaturas presente, e claro me protegendo delas, qualquer ataque destruiria meu campo de força, liberando assim mais de vinte desses demônios. Está ficando difícil manter o campo, em uma das pancadas caio de joelhos no chão. Olho para Victor que está lutando bravamente, me pergunto se é por preocupação comigo ou com meu poder. Ele mata duas criaturas e volta para meu lado fazendo o campo de força novamente.

— São muitos... Você precisa ficar sedenta!

— O que? Não... Eu vou matar o que vê na minha frente.

— Exatamente! Não sei se percebeu, mas não temos muita escolha. - Sorri.

— Não, eu não vou!

— Não te dei escolha. - Corta seu pulso.

O cheiro de seu sangue começa a subir para minha mente, respiro fundo tentando me controlar. Sinto meu coração se acelerar e minhas presas crescerem rapidamente, droga, Victor não deve estar pensando direito.

— Vem... Beba! - Me mostra o sangue.

— Victor pare com isso! - Fecho os olhos tentando me controlar. - Sai daqui... Agora!

Ele sorri e entra no meio das criaturas que o atacam, o cheiro do seu sangue me enlouquece, agora o perigo não é mais as criaturas e sim eu. Desfaço o campo de força e vou atrás de Victor, ataco as criaturas em minha frente e jogo algumas prateleiras no buraco na parede, assim ganho um pouco de tempo para acabar com as outras três. Arranco a cabeça da primeira com brutalidade, a segunda a parto no meio e a última arranco seu coração, o sangue deles é preto e tem um cheiro insuportável. Victor corre pela casa, mas continuo sentindo seu cheiro, vou atrás dele rapidamente e o mesmo se escondeu, paro em meio ao hall onde tem mais duas criaturas, as mato com agilidade e sem paciência, pois Sonar é ruim e sem paciência.

— Victor... Onde você está? – Esbravejo em um grito.

Escuto um barulho do lado de cima e vou rapidamente para lá, vejo Victor entrar em um dos quartos, mas desvio meu olhar ao ver que as criaturas entraram e estão vindo em minha direção. Já estou começando a ficar irritada com tudo isso e esse cheiro de sangue está me deixando louca, de repente Victor aparece no corredor com muito sangue nos braços. Estou no meio, um lado Victor e o outro os demônios. Me viro para os demônios e de alguma forma eles param e dão um passo para trás.

— Já chega! - Os fito.

Em minha mente só passa a morte de todos de uma forma bem dolorosa, os vejo se contorcer de dor, eles começam a cair e estou adorando a sensação de vê-los sofrer, não sei até onde vai meu poder e nem quanto eu tenho. Vejo um sorriso brotar em meu rosto e me viro para Victor, com rapidez o encosto na parede com a mão em seu pescoço.

— Está vendo as criaturas? Estão sofrendo porquê eu quero... E adivinha o que eu quero agora. - Sorri.

— Me ver sofrer igual? - Sorri.

— Exatamente... Pensa como será divertido você se sentir vazio em cada segundo enquanto bebo seu sangue.

— Você não quer fazer isso... Evan não te perdoaria nunca.

Me afasto com raiva, se eu o matar, Evan nunca irá me perdoar, mas por um momento não fico comovida e não me importo nenhum pouco com o que Evan vai pensar.

— Se ele se preocupasse tanto com você. - Fico a centímetros de seu pescoço. - Ele estaria aqui! - Sussurro.

Antes que eu morda Victor, sinto algo em minhas costas que me faz parar e se afastar dele rapidamente. Sinto um ardor percorrer meu corpo todo, mas o que está acontecendo?

— Eu estou aqui! – Sorri.

Fito o rosto de Evan um pouco embaçado, o que ele fez comigo? Estou morrendo? Vejo meu sangue escorrer pela minhas costas e logo ouço a voz de Victor.

— Muito bem Evan!

Caio de joelhos no chão me sentindo fraca e decepcionada, Evan está me matando, ele me traiu.

— Relaxa Sarah... Isso será rápido! - Evan sorri.

— O que... Voc... - Digo em um fio de voz.

Minha vista se escurece e sinto minha respiração parar, me deito no chão devagar e meu coração vai parando lentamente, em segundos tudo se escurece e se silencia.

(...)

Estou em um lugar escuro, caminho em frente a procura de uma luz e escuto vozes, mas não as compreendo, definitivamente acho que morri e estou no inferno. Uma luz forte invade minha visão, coloco minhas mãos na frente e quando posso ver novamente, estou em um quarto estranho, é um pouco velho e tem poeira em alguns móveis. Me assusto ao ver Evan entrando com meu corpo nos braços, meu coração dispara e não acredito no que vejo, sinto lagrimas de raiva recorreram, eu confiei em Evan. Ele coloca meu corpo na cama e Victor entra limpando o sangue de seus braços. Evan se senta em um poltrona e fita meu corpo com atenção.

— Foi preciso Evan, precisávamos sair de lá. - Diz o fitando.

— Eu sei. - Suspira.

Eu não estou acreditando nisso, ele está se sentindo culpado? Eu os mataria se não estivesse morta. Minha raiva é tanta que consigo derrubar o vaso que está no criado mudo, ambos olham para o objeto quebrado no chão.

— Acho que tem alguém furiosa. – Victor sorri.

— Não é por menos, não é pai! - Evan se retira do quarto.

O sigo furiosa, assim que atravesso a porta apareço em outro lugar, dessa vez é uma caverna, é escura e húmida.
Caminho lentamente em frente com medo, quer dizer medo de que? Eu já estou morta, respiro fundo e sigo dando de ombros. Ando por uns dois minutos e  hesito em continuar ao ver dois caixões em um tipo de altar, me aproximo curiosa, vejo que há velas velhas e derretidas em volta, não tem nomes ou algo do tipo nos caixões. Me aproximo e percebo que ambos estão lacrados com algum tipo de feitiço, mas quem será que está dentro? Ainda mais dois?  Fito um deles e sinto uma fonte de poder muito grande, dou alguns passos para trás me perguntando por quê uma pessoa tão poderosa ainda está lacrada em um caixão.  Me assusto quando uma luz brilhante passa em minha frente, eu me lembro dela, é a mesma que vi no Jardim da mansão. A fito parar na minha frente, em segundos ela me rodeia e entra em mim, sinto uma energia grande passar por meu corpo e  em minutos me vejo sumindo, me desespero dando alguns passos para trás. Abro meus olhos com um fôlego de vida e vejo que estou naquele quarto onde estava Evan e Victor, passo as mãos pelo meu corpo e me sento na cama, olho ao redor e minha fúria me consome.

— Victor! – Esbravejo.

Ele me fita assustado e fica um tempo parado no lugar sem dizer nada. Me levanto da cama furiosa, eu vou matá-lo e depois Evan.

— Onde está Evan? – O fito nos olhos.
Ouço a porta se abrir e Evan entrar, quando me vê me fita assustado.

— Mas... Como... - Diz Evan cortando as palavras.

— Eu estou viva? Eu não sei... Mas eu vou matar vocês! - Jogo Evan na parede com meus poderes e meu sangue está fervendo de raiva. - Eu não acredito que você me matou. – Esbravejo.

Com a minha mente começo a apertar o coração de Evan, igual fiz com os demônios. Ele grita de dor e continuo a fazer isso, pois a única coisa que penso nesse momento, é em mata-lo.

— Pare com isso! - Victor me empurra com um feitiço. - Você vai matar Evan!

Continua...

Escolhida pelo destino. - Livro 2.Where stories live. Discover now