John fofo s2

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- E agora? – perguntei sem saber o que fazer.

- Chamamos um táxi, ué – ela riu.

- Táxi às três horas da manhã? – arqueei uma de minhas sobrancelhas.

- Pior – ela entristeceu seu sorriso – Mas não custa nada tentar! – ela sorriu e pegou seu celular, devia de esta procurando o numero de algum taxista.

- Mariana – chamei-a.

- Fala – ela continuou com os olhos fixos na tela do celular.

- Você não tem números de taxistas – ela me olhou séria – Estamos na Itália, não no Brasil – sorri vitoriosa.

- Verdade – ela desanimou-se.

- Mas Ashley deve ter algum numero em seu celular! – me animei e sorri.

- Seria muita falta de educação pegar o celular de alguém, não?

- Não – ri – É por uma boa causa. E também, eu não quero carregá-la até em casa.

Ashley estava se escorando em Mariana. A mesma revirava os olhos.

- Então procure a porcaria do numero logo. Não agüento mais segurá-la.

Fui aos contatos e me impressionei. Tinha vários. Sem brincadeira. Acho que mais de duzentos. Sem zoação. Fui na letra A, e tinha um contato escrito “Amor”. Coitadinha. Acho que ainda não apagou o contado daquele retardado. Na letra T, havia vários contatos de vários taxistas. Achei um que estava escrito: “Taxista John Fofo s2”. Ri quando li e parei meu riso quando vi Mariana fechar a cara.

- Vamos logo. Não se divirta no celular dela agora. Vá rápido, não to mais agüentando.

- Tudo bem.

Olhei para o contato novamente e comecei a rir. Minha risada era um tanto escandalosa, então Mariana riu junto comigo. Apertei o botão para ligar para o contato e começou a chamar.

- Oi, Ash! Como está? – disse a pessoa do outro lado da linha. Muito bem humorado.

- John Fofo, é isso? – ri um pouco, mas não debochadamente.

- Ah, desculpe. Não é a senhorita Willians? – disse ele, sua voz estava mais parecida com alguém envergonhado, do que o moço bom humorado de antes.

- Não. Aqui é a amiga dela, Juliana. Sou do Brasil, e vim aqui para a Itália por causa de meus pais, que estão hospedados na casa do senhor Andrade.

- Ah, então você é a filha dos Drummond? – ele riu – Desculpe pelo nome inconveniente no celular da Ashley. É que somos bem amigos, e ela gosta de colocar nomes um tanto abusados nos contatos. – ele riu – Então, se me permite, por que ligou?

- Precisamos do táxis, oras – eu ri – Ashley está um tanto bêbada e... – ele me interrompeu.

- De novo? – ele riu – Deixa eu adivinhar: Boate com o teto de vidro?

Como ele sabia?

- É – eu ri – Mas como sabe disso?

- Ashley sempre freqüenta essa boate. – ele riu – Desculpe ficar conversando tanto assim. Já estou indo aí, senhorita Drummond.

- Me chame de Ju – eu ri.

- Ok, senhorita Ju – ele riu.

Passados cinco minutos, John chegou, estacionando em nossa frente e abrindo um belo sorriso.

- Bom dia, senhoras – ele disse e olhou para o céu, que estava escuro – Perdão, boa noite – ele riu – Não sei o que digo, se digo bom dia, ou boa noite. Oras, é de madrugada! – ele riu novamente e abriu a porta do carro, desceu e pegou Ashley do colo de Mariana, colocando-a no banco da frente. Depois ele colocou o cinto e nos olhou.

- Então... – falei envergonhada.

- Pode entrar, meninas – ele riu e abriu a porta do carro – Eu não mordo não – ele sorriu – Na verdade, só se deixarem...

- Bobo – ri e entrei no carro, em seguida Mariana.

Ele entrou também e começou a dirigir.

- Então, uma se chama Juliana, e você, loirinha, não sei seu nome – ele sorriu, e deu para ver isso pelo espelhinho do carro.

- Mariana – ela disse e sorriu.

- O nome da minha irmã é Mariana – ele disse.

- Ah, mas a sua mãe tem um belo gosto pra nomes hein – Mariana disse rindo.

- Querido John – falei rindo.

- Sou brasileiro também – ele disse.

- É? Ah, que legal! – sorri simpática.

- De qual cidade vocês são? – ele perguntou.

- Rio de Janeiro, capital – dissemos juntas.

- Eu sou de Floripa – ele riu – Conhecem Florianópolis, não é?

- Conheço sim – eu sorri – Tenho tios que moram lá.

- Ah – ele suspirou – Estou com saudades do Brasil.

- Pois é – suspirei – Eu também.

- Também está? – ele perguntou.

- É, estou.

- O namorado ficou lá?

- Não. Não tenho namorado. – ri – É só... um amigo.

- Que amigo nada! – protestou Mariana rindo – É um quase namorado.

- Mariana! – a repreendi.

- Mas é verdade! Tu e o Lucas tão quase namorando, admita.

- Não estamos não.

- Ah, claro que estão!

- Desculpe interromper, mas nós já chegamos, meninas – disse John rindo.

Descemos do carro e quando abri a porta para que Ashley saísse, ela quase caiu. Ela teve que ficar escorada em mim para não se desequilibrar.

- Então, John, quanto ficará a corrida? – perguntei.

- Não precisa pagar – ele deu de ombros.

- Mas é claro que precisa! – disse procurando dinheiro na minha bolsa.

- Não, não precisa... – ele sorriu – Vocês devem estar cansadas. Vão dormir, meninas. Não se preocupem com o dinheiro, eu estava devendo alguns favores para o Sr. Andrade mesmo – ele deu um sorriso simpático.

- Se é assim que você quer... – sorri e Mariana carregou Ashley para dentro da casa. Ficamos apenas nós dois ali fora, e eu estava um pouco envergonhada. Ele era muito bonito.

- Ér... então... – me aproximei dele e depositei um beijo sobre sua bochecha.

- Juliana... – ele sussurrou em meu ouvido – Eu posso até me arrepender depois de ter feito isso, mas eu preciso... – ele segurou com uma mão a minha cintura, e com a outra a minha nuca. Olhei para os seus olhos, e minha boca chamava a dele. Olhei para sua boca e depois para seus olhos. Ele fazia o mesmo. Gradativamente, aproximamos nossas bocas, e selamos nossos lábios. É claro que eu queria mais. Então tomei a iniciativa. Abri um pouco minha boca, e deixei que sua língua tomasse conta da mesma. Nos beijamos.

Garota difícilOnde histórias criam vida. Descubra agora