Capítulo Trinta e Nove

7.7K 776 122
                                    

Pedro

O barulho ensurdecedor do celular tocando me desperta. Tateio a mesa de cabeceira em busca do aparelho barulhento. Com a visão ainda embaçada pelo sono, consigo ler com dificuldade que é meu pai.

Não são nem sete da manhã, então meu corpo entra em alerta.

— Alô — Digo, agitado, puxando a coberta que cobria parcialmente o meu corpo.

— Filho, desculpa te acordar, mas precisava falar com você — Seu tom é indecifrável.

— O que aconteceu, pai? É alguma coisa com a Laura, mamãe... é com a Lis? — Pergunto atropelando as palavras.

— Sim, aconteceu, mas está tudo bem agora, não tem ninguém ferido, mas invadiram a casa da sua irmã ontem e quase a violentaram. Acabamos de chegar na casa da sua vó, foi uma longa noite entre a delegacia e o Hospital — Meu peito se aperta em pensar que alguém quase fez mal a minha irmãzinha. Porque não importa se a Laura já era uma adulta e mãe, para mim, ela sempre será minha irmãzinha.

— Estou indo para a casa da vovó — Digo, já me levantando.

— Não precisa filho, apenas quis te deixar a par. Precisava falar disso com alguém — Nego com a cabeça, mesmo sabendo que ele não pode me ver.

— Eu vou pai. A Laura precisa da família reunida para dar apoio a ela — Entro no banheiro e desligo o telefone, não dando mais tempo do meu pai me contrariar.

Tomo um banho rápido e deixo o box com a toalha enrolada na cintura. Quando chego no quarto, preparo uma pequena mala, para dois ou três dias.

— O que está fazendo, querido? — Escuto a voz de Sara.

Pela roupa e fones de ouvido pendurados nos ombros, sei que ela acabou de chegar da sua corrida matinal.

— Tenho que ir a Minas Gerais — Digo, enquanto continuo pegando algumas roupas e jogando na mala.

— Aconteceu alguma coisa com a Luz? — Pergunta preocupada.

— Não, foi com a minha irmã. Meu pai acabou de ligar, parece que um cara invadiu a casa dela e tentou violentá-la — Escuto seu arquejar de surpresa.

— Mas como ela está? Meu Deus, eu vou com você — Não tento impedi-la, Sara é muito teimosa e preocupada. É capaz dela me ligar de cinco em cinco minutos para saber como as coisas estão.

— Faça uma mala para alguns dias, vou abastecer o carro — Digo, já colocando a roupa para sair.

— Amor, respira. Vai dar tudo certo, Laura está bem, está com seus pais, então vê fica calmo, ok? — Assinto e coloco o tênis.

Levo dez minutos para ir ao posto de gasolina e quando volto, encontro Sara na porta do nosso prédio com uma imensa mala. Provavelmente ela juntou nossas coisas. Bem pensado.

Assim que estaciono em frente ao prédio, saio para colocar a mala no porta malas.

— Eu colocava, Pedro — Diz, fazendo bico. Beijo seus lábios de leve

— Eu sei que é muito forte, querida, mas as vezes você precisa deixar eu me sentir um homem útil — Beijo seu rosto e seu cheiro suave vem até mim.

— Se é assim, então eu deixo passar — Ela pisca, indo para a porta do carona.

***

A estrada está tranquila e Sara cantava, preenchendo o silêncio do carro. Ela sempre cantava quando estava alegre ou muito preocupada, como era o caso.

Querido ProfessorTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang