Salem

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Eu estava no meio daquelas pessoas. Pessoas que me odiavam, que me queriam morta. Olhei diretamente para o homem a minha frente, o homem que daria a minha sentença final. Não houve esperança. Apenas solidão. Eu sabia o que estava por vir, infelizmente não poderia lutar contra. Não adiantava gritar.

Ele olhou para mim com uma mistura de sentimentos. Eu podia ver em seu olhar. Me olhava com repugnância, com raiva e no fundo ... com pena. Olhei para os meus pés descalços, imundos e apertei meu vestido velho e sujo. Aquelas correntes que apertavam os meus pulsos me lembravam que não tenho liberdade. Mas logo terei. Meus cabelos estavam soltos e alguns fios caiam em meu rosto escondendo uma parte da minha face.

Ouvi o homem falando, certamente dando a minha sentença. Não entendi tudo, somente captei algumas palavras. "Acusada". "Bruxaria". "Diabo". E em seguida: "Culpada". Eu não iria chorar, não porque estava tentando ser forte, mas porque essa seria a minha liberdade. Em vida, não teria paz. Em seguida alguns homens me puxaram pelo braço me levando para fora do lugar.

Quando sai o sol já estava se pondo, logo escureceria. Fui sendo levada até o centro da cidade, com todos me olhando. Me chamando de vadia, bruxa, herege, filha de satã. Estavam me apedrejando não somente com palavras. O que eu fiz para que todos agissem assim? Simples. Falei a verdade. Minha rebeldia e espírito de luta serviu de propósito para ser queimada por aqueles que se sentiam intimidados pelas minhas atitudes. Eles querem me matar, pensando que assim os pecados cometidos por eles também serão queimados e perdoados. Mas não adianta tentar me queimar como um papel, como a prova de um crime que precisa ser apagada. Eu não sou uma criminosa, todos eles são.

Não demorou muito para chegar à praça no centro do vilarejo. Todos estavam lá. Ethan, o dono da padaria que traia a mulher com a esposa do senhor Matthew, o ferreiro. Lady Johanna que punia as filhas com a fome quando elas não se comportavam. Edward, o joalheiro que paga homens para roubar alguns ciganos que passam pelo caminho ao norte.

Enquanto era amarrada ao tronco não houve choro. Não tinha ninguém para chorar por mim, para ter piedade. O amor ao próximo e a misericórdia só ocorrem quando é para defender seus interesses. Vi os sacerdotes e pessoas da nobreza. Para eles, Deus estava vencendo o diabo e talvez vença mesmo, mas nessa história o diabo é aquele que mente e trai, que faz de tudo uma ilusão. Eu via tudo com clareza. Eu não era o diabo.

A noite chegara, tudo estava escuro. Vi um homem, James, carregando uma tocha até o homem que estava na minha frente. Lentamente fechei os olhos e respirei fundo. Até que enfim. Liberdade. Comecei a sentir calor e o fogo começou a se alastrar. Comecei a gritar, não somente pela dor mas por todas aquelas pessoas hipócritas, me acusaram de algo que nunca fiz. Sou inocente. Mas a inocência foi queimada como a prova de um crime.

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Então meus amores, espero que gostem da história. Vou atualizar a The Neighbourhood, talvez essa semana. Eu ainda não sei exatamanete o que to fazendo mas deu vontade e só fui kkkk

Me falem se gostarem ou não, o que vocês querem ver ou o que precisa mudar.

Beijos !!

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⏰ Last updated: Nov 06, 2018 ⏰

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