O INICIO

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Mais difícil que entender o que eu quero é entender o que eu preciso. Eu estou sempre aí, tentando entender as pessoas, suas motivações o porquê delas, os desejos, objetivos e vontades estranhas. É embaraçoso? Sim, é sim! Mas o fato curioso é como tudo por fim se atrai, como as coisas por mais que estanhas, fúteis ou complicadas sempre trazem algo em comum, experiência! Aquela necessária para nos aventurarmos em novas situações que nos arrecadaram outras experiências e que por fim estaremos em um loop sem fim até que nosso tempo por aqui se esgote e tenhamos que partir sem ter entendido ou vivenciado tudo. Escolhas, indago que são elas as determinantes para minhas experiências, de qualquer forma estaria pestes a tomar uma que por mais simples que fosse poderia mudar o rumo da minha vida!









Verão com a família na praia ou na casa da tia chata isolado do mundo? Por mais que eu ache chato o fato de ficar um mês e meio com a tia Marta, a ideia de ter meu corpo todo grudento de protetor solar misturado a areia e com um sol extremamente quente, fazia a tia Marta parecer um doce de pessoa.
Estava deitado na cama lendo o artigo de um biólogo em um livro da escola e escutando música ao mesmo tempo com o volume bem baixo, quase não a escutava seu intuito era neutralizar qualquer outro ruído que viesse a roubar minha atenção, foi quando alguém bateu na porta do meu quarto e ligeiramente abril antes mesmo que eu o permitisse, era meu irmão.
- Lucas a mamãe perguntou se já arrumou suas coisas, nós vamos sair pra comprar algumas coisas antes de ir pra praia!
- Ta tudo bem Matheus, já vou descer. Minhas voz estava cansada, deixei meu livro de lado e me contorci todo na cama com o intuito de ficar em uma posição confortável, eu estava em uma época que a cama era minha melhor amiga, definitivamente não avia invenção criada pelo homem que superasse a existência de uma cama.
- Só não esquece de deixar o Mipy com a senhora Colline, a mamãe quer que você faça isso agora. Disse ele enquanto saía rapidamente do meu quarto. Eu estava sendo obrigado a estabelecer um diálogo com a senhora mais estranha da vizinhança, a senhora Colline conseguiria fácil o posto de vizinha mais maluca, ela avia diversos pássaros empalhados em sua estante empoeirada, cada um com seu nome dado por ela enquanto ainda estavam vivos, a casa totalmente fora de ordem exalava um cheiro um tanto estranho e apesar de enxerga somente por um olho sempre me via passando na rua ao voltar da escola e não conseguia deixar de me perguntar sobre minha mãe, como ela estava no trabalho ou sobre o Mipy meu cachorro, que a amava aliás, um dos motivos que fazia minha mãe sempre deixá-lo com ela quando precisamos viajar ou algo do tipo. Tomei coragem, levantei da cama peguei uma camisa branca que estava jogada encima da minha mesinha e vesti-a enquanto me direcionava a garagem onde estava Mipy, que ao me ver disparou uma corrida em minha direção pulou em mim e começou a me lamber com uma euforia que parecia não me ver a anos, quando avia sido eu que o levará para passear ontem à tarde, tarefa muito difícil quando se tem um cachorro agitado como Mipy,  preguei-o pela coleira e juntos nós direcionamos a porta da garagem, ao saímos de casa a situação ficava mais complicada Mipy vendo aquela infinidade de possibilidades, se punha mais agitado que o normal, então segurei mais firme sua coleira, impedindo que escapasse, seria uma missão quase impossível prendê-lo novamente antes que ele destruísse algo, já estávamos frente à casa da senhora Colline a qual se localizava do outro lado da rua, frente à minha casa, e lá estava ela aparando os galhos dos arbustos de sua fachada, me aproximei devagar e disse:
- Senhora Colline! Ela não avia escutado então repeti em uma tom mais alto.
- Senhora Colline! Ela se virou assustada, mas ao me ver soltou o ar dos pulmões com rapidez simbolizando alívio.
- Oh, a que lhe devo a honra rapazinho? Dirigiu-se a palavra a mim como se fosse uma criança de oito anos.
- Senhora Colline, eu e minha família vamos viajar estamos de saída hoje e minha mãe pediu que deixasse o Mipy com a senhora. Ao dizer isso ela desviou o olhar para o cachorro e ao mesmo tempo estampou um sorriso no rosto, inclinando e estendendo as mãos em direção a ele, que não se aguentou e saltou em seus braços, era admirável como se gostavam a senhora Colline por mais que estranha se dava muito bem com animais, talvez ele supriam a falta de um marido já que ela nunca avia se casado, pelo menos até onde sei.
- Você é uma graça, sempre com muita energia não é mesmo meninão! Ela dizia a ele enquanto o acariciava.
- Então senhora Colline eu já vou.
- Entre, venha tomar um café! Disse ela com um sorriso no rosto, essa felicidade a fazia parecer mais estranha ainda, parecia não haver problema algum em sua vida, entretanto era algo admirável para alguém da idade dela.
- Me desculpe, eu ainda não terminei de arrumar minhas coisas, minha mãe ficaria uma fera se chegasse eu ainda não tivesse terminado.
- Oh entre... Disse enquanto ela e Mipy já iam em direção à porta. Preciso lhe entregar as correspondências da sua mãe, o carteiro se enganou novamente. Foi falando enquanto entrava na casa me impedindo de recusar novamente o convite, sem outra saída eminente me dispus a entrar, quando já estava lá dentro não a vi mas a escutava na cozinha, acabei esquecendo o que fui fazer ali dentro e me distrai observando alguns quadros na parede, um senhor que aparentava ter seus trinta anos, porém pela idade do quadro julgava  que talvez fosse sim marido da senhora Colline e que minha primeira impressão sobre ela nunca ter se casado pudesse estar errada, ao lado dos quadros estava lá a estante com seus pássaros, pareciam me observa, me aproximei para observar o quadro e ver com mais clareza os detalhes, na imagem o senhor estava sentado em uma poltrona antiga com seus braços encima do encosto, reparei em sua mão e pude perceber que avia uma aliança em seu dedo agora só faltava observa se a senhora Colline tivesse ao menos algum sinal no seu dedo que a denunciasse, antes que pudesse perceber ela atravessa a sala vindo da cozinha onde estava com uma bandeja onde tinha duas xícaras e um bule e os depositou encima de uma mesa de centro enquanto me servia reparei em seu dedo, esse no qual deve se usar a aliança, mas não avia sinal algum, então tive de pergunta para que cessasse essa minha dúvida.
- Senhora Colline, quem seria esse? Enquanto falava apontei o dedo para o quadro para que ela soubesse a quem me referia.
- Ah, esse é meu irmão, se chamava Augusto, éramos muito próximos e esse quadro é uma das poucas coisas que tenho para me recordar dele. Dizia ela enquanto se aproximava a mim colocando se a observar.
- Ele era casado? Mesmo sabendo a resposta me arrisquei a pergunta.
- A sim era sim! Mas isso não importa, não amos ficar desencavando os fantasmas. Disse isso encerrando totalmente o assunto.
- Tome seu café, antes que esfrie! Ela estendeu a mão em minha direção com o intuito de me entregar a xícara, e quando nossos dedos se encontraram ela se espantou, deixando a xícara cair, fiquei estagnado sem dizer uma palavra, enquanto a senhora Colline esboçava uma expressão de espanto e aquele sorriso que carregava não fazia mais parte de seu semblante, eu a perguntei:
- Senhora Colline, está tudo bem? Ela desvia o olhar e senta-se em um sofá que estava próximo a ela, eu não entendi o que estava acontecendo, e por que ela estava agindo daquela forma, por que aparentava estar tão espantada.
- Você é um rapaz diferente! Disse ela voltando a me encarar... Você consegue ver as coisas de uma forma diferente, de uma forma mais apurada, cuidado sua curiosidade pode te levar a lugares onde você não quer ir! Ao terminar a frase estampou-se um sorriso novamente em seu rosto, eu de fato estava em uma situação que não poderia estar mais estranha, ela apontou o dedo para uma cômoda dizendo:
- Ali estão as correspondências de sua mãe!
- Assim, obrigado mais uma vez Senhora Colline. Caminhei rapidamente até a cômodo onde estavam depositadas as correspondências, encima dos envelopes avia um anel de prata, muito bonito, peguei-o e o observei mais perto, neste instante senhora Colline dirigiu-se a palavra a mim novamente dizendo:
- Pode ficar! Agora ele é seu.
- Me desculpe Senhora Colline mas não posso aceitar.
- É um presente, ficarei muito ofendida se não o aceitar. Eu não o recusei então, pois também avia me atraído por ele, guardei-o no bolso enquanto a agradecia.
- Muito obrigado! Ela sorriu e disse:
- Acho melhor você ir, terminar de arrumar suas coisas.
- A sim, mais uma vez obrigado por não se incomodar em ficar com Mipy.
- Não é incomodo algum meu jovem, venha eu lhe acompanho até a porta!
Já estava próximo das 17:20 horas, meu pai avia dito que deveríamos sair de casa antes das 18:00 horas, pois era um horário tranquilo para viajar, me deixariam na casa da tia Marta na cidade vizinha, antes de ir de fato ao hotel na praia onde iriam passa praticamente todo o verão, eu não podia dizer que estava animado, a Tia Marta apesar de ter apenas 38 anos parecia ter uma mente de uma senhora ranzinza de 80, não era alguém fácil de se lidar, de forma alguma. Mas eu não conseguia deixar de pensar na sena da senhora Colline, seria ela somente uma senhor estranha? Não teria outra explicação, mas sobre as coisas que ela disse eu realmente não consigo ficar com dúvida em algo, e sempre tento ao máximo entender as coisas que estão acontecendo a minha volta, estou eu fazendo isso agora mesmo, tentando entender o porquê de ela ter agido assim, mas talvez eu só estivesse exagerando. Ao entrar em casa pude perceber que meu pai já estava em casa, pois escutara falando ao telefone na cozinha, faltando menos que trinta minutos para as 17:20 e minha mãe não avia chegado com Matheus, é não iríamos sair no horário que meu pai queria, meu pai sempre foi muito detalhista é um pouco controlador, não conseguia permitir que as coisas saíssem do controle, por mais que pequenas ele fazia parecer algo grandioso. Subi depressa a escada como já era de costume sempre que minha mãe não estava em casa, ela sempre dizia eu iria me machucar, mas eu sabia que era exagero dela. Ao chegar no meu quarto retirei meu celular do carregador e sentei na minha poltrona, eu adorava ficar ali era muito confortável sem fala que me deixava perto da janela me dando uma visão ampla da rua lá fora, poderia ver quando minha mãe e Matheus estivessem chegando, ao ativar a tela do meu celular avia uma mensagem de texto, era Maria Tereza, a dona do sorriso mais lindo que conhecia, e do penteado também, seus cachos armados contrastavam muito bem com seu tom de pele negra, além de vizinhos do lado, somos melhores amigos. A mensagem dizia o seguinte:
" Não poderia deixar de me despedir de você antes de ir, um mês passa rápido então não deixa de viver uma aventura bem louca pra me contar tá bom! " um leve sorriso surgiu no meu rosto enquanto eu lia, então a respondi:
" Vai ser difícil, mas ti peço o mesmo! " Esbocei um sorriso enquanto bloqueava meu celular e desviava o olhar para janela, não demorou muito para que minha mãe surgisse no começo da rua, o carro estava rápido com certeza estava com pressa, já me levantei e peguei minha mochila e minha mala de mão, e fui depressa em direção à porta do meu quarto, mas antes de abri-la tive a ideia de pegar alguns livros para levar, com objetivo de me livrar de futuros tédios, abri a gaveta da minha mesinha e peguei três livros, devia ser o suficiente, guardei-os em minha mochila enquanto caminhava em direção a escada. Como já esperava minha mãe já estava gritando, podia ouvi-la da garagem dizendo: "Estamos encima da hora meus amores" e meu pai do outro lado "Atrasados querida, estamos atrasados" ao passar pela cozinha meu pai estava pegando café da cafeteira.
- Tá pronto Lucas? Perguntou em um tom tranquilo, apesar de estar com pressa.
- Com certeza Dr. Maurilio! Ele sorriu.
- tem certeza que não quer ir pra praia, vai ser legal! Em seguida tomou um gole do café que segurava enquanto aguardava minha resposta. Esbocei um olhar de desânimo e foi o suficiente pra ele entender.
- Próximo verão nós vamos acampa... Disse ele enquanto colocava a xícara no balcão e se aproximava de mim dizendo em tom de brincadeira:
- Aí dessa você não escapa. E foi em direção à sala, enquanto eu ia pra garagem colocar minhas coisas no carro.
Algum tempo depois já estávamos na estrada, em direção à casa da tia Marta, não seria uma viajem muito longa pois ela morava em uma cidade vizinha, que ficava a uns quarenta e três  minutos de onde estávamos, de qualquer forma nada que um fone de ouvido e um IPod não ajudasse a passar mais rápido, durante a viagem pude planejar rapidamente coisas que eu pudesse fazer na casa da tia Marta, avia um grande lago próximo a floresta, lugar calmo sem muito movimento, posso dizer que a tia Marte gostasse um pouco de se isolar, seu vizinho mais próximo morava a uns 800 metros de distância, mas não era algo que me incomodasse, por mais que eu quisesse que fosse divertido não queria colocar muita expectativas, pois avia uma grande chance das coisas não saírem como eu queria, dependeria do humor da tia Marta, estava confiante com isso fazia quase dois anos que eu não a vai, talvez ela diferente, por mais que eu achasse que estivesse me enganando eu queria acreditar nisso.


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⏰ Last updated: Nov 07, 2018 ⏰

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LUCAS - Paralelo a mim Where stories live. Discover now