AS ILUSÕES DO EGO

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  Introdução 

1. A Bíblia diz que deves ir com um irmão duas vezes mais longe do que ele te pede. Certamente não sugere que o retardes em sua jornada. Do mesmo modo, a devoção a um irmão não pode te retardar. Só pode conduzir ao progresso mútuo. O resultado da devoção genuína é a inspiração, uma palavra que compreendida de modo adequado é o oposto da fadiga. Estar fatigado é estar desespiritualizado, mas estar inspirado é estar no espírito. Ser egocêntrico é ser desespiritualizado, mas estar centrado no Ser no sentido correto é estar inspirado ou no espírito. Os verdadeiramente inspirados são iluminados e não podem habitar na escuridão. 


2. Tu podes falar a partir do espírito ou a partir do ego, conforme escolheres. Se falas a partir do espírito, optaste por "Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus." Estas palavras são inspiradas porque refletem conhecimento. Se falas a partir do ego, estás repudiando o conhecimento ao invés de afirmá-lo e estás, assim, te desespiritualizando. Não embarques em jornadas inúteis, pois de fato são em vão. O ego pode desejá-las, mas o espírito não pode embarcar nelas, pois se recusa sempre a sair do seu Fundamento. 


3. A jornada à cruz deve ser a última "jornada inútil." Não vivas nela, mas despede-a como já tendo sido realizada. Se podes aceitá-la como a tua última jornada inútil, estás também livre para te unires à minha ressurreição. Enquanto não fizeres isso a tua vida, de fato, é desperdiçada. Ela meramente re-encena a separação, a perda do poder, as tentativas fúteis que o ego faz para reparar e finalmente a crucificação do corpo ou a morte. Tais repetições não têm fim até que se desista delas voluntariamente. Não cometas o erro patético de "te agarrares à velha cruzás pera*." (*clinging to the old rugged cross." Referência a uma antiga canção religiosa muito conhecida nos Estados Unidos da América.) A única mensagem da crucificação é que podes vencer a cruz. Até então, tu és livre para crucificar a ti mesmo tantas vezes quantas escolheres. 

Não é esse o Evangelho que eu pretendi oferecer-te. Nós temos outra jornada a empreender e se leres estas lições cuidadosamente, elas te ajudarão a te preparares para empreendê-la. 



I. Ensinamento certo e aprendizado certo 

1. Um bom professor esclarece as suas próprias ideias e as fortalece por ensiná-las. O professore o aluno são iguais no processo do aprendizado. Eles estão no mesmo nível de aprendizado e, amenos que compartilhem suas lições, lhes faltará convicção. Um bom professor tem que acreditar nas ideias que ensina, mas tem que preencher ainda outra condição: tem que acreditar nos estudantes a quem oferece as ideias. 

2. Muitos montam guarda sobre suas ideias porque querem proteger seus sistemas de pensamento assim como são e aprendizado significa mudança. A mudança é sempre amedrontadora para os separados, pois não podem concebê-la como um movimento em direção a curar a separação. Eles sempre a percebem como um movimento rumo à maior separação, pois a separação foi a sua primeira experiência de mudança. Acreditas que, se não permitires que nenhuma mudança entre no teu ego, acharás paz. Essa profunda confusão só é possível se afirmas que o mesmo sistema de pensamento pode erguer-se com base em dois fundamentos. Nada pode alcançar o espírito a partir do ego e nada pode alcançar o ego a partir do espírito. O espírito não pode fortalecer o ego nem reduzir o conflito dentro dele. O ego é uma contradição. O seu ser e o Ser de Deus estão em oposição. Eles se opõem na origem, na direção e no resultado. São fundamentalmente irreconciliáveis porque o espírito não pode perceber e o ego não pode conhecer. Portanto, não estão em comunicação e nunca podem estar em comunicação. Apesar disso, o ego pode aprender mesmo que o seu fazedor possa ser guiado de forma equivocada. Ele não pode, no entanto, fazer da vida doada a total ausência devida.   

Um Curso em MilagresWhere stories live. Discover now