O Príncipe e a Popstar

Capítulo 26

Edward

Acordei com o som da chuva a bater na janela do meu quarto.

Abri lentamente os olhos e virei-me para a janela, vendo as pequenas e grossas gotinhas de água caírem e indo contra o vidro, fazendo um som reconfortante.

Levantei-me lentamente, sentindo os meus pelos arrepiarem-se por conta do tempo mais frio.

Caminhei até à janela e encostei a testa no vidro frio, olhando para a rua. Sempre adorei chuva, quando era mais novo, costumava ir brincar para a rua com a minha irmã e com o meu pai, mas quando ele morreu, nunca mais voltámos a fazer isso. Apesar disso, continuei a gostar de chuva, faz-me lembrar dele.

Fui até à casa de banho e despi o pijama, entrando no chuveiro e ligando-o, deixando a água quente aquecer-me.

Assim que me sequei e saí da casa de banho, um trovão foi ouvido, arrepiando-me por dentro e por fora.

Como hoje não havia assim nada em que a minha presença fosse extremamente necessária, vesti uma roupa mais cómoda, umas calças escuras e uma camisa branca, juntamente com um blazer azul-escuro com botões de punho em prateado.

Saí do quarto e andei calmamente pelos corredores, ficando frente a frente com a porta do escritório do meu padrasto.

Bati levemente algumas vezes na madeira, segundos depois ouvindo a voz do Louis a autorizar-me a entrar.

- Bom dia. – cumprimentei o meu padrasto e o Jeremy, que estavam ambos sentados lado a lado na grande secretária bem no centro da sala, enquanto fechava a porta atrás de mim.

- Bom dia. – o Jeremy disse à medida que me aproximava.

- Não é assim lá um grande dia não... - o meu padrasto passava a mão nos cabelos, enquanto tinha os olhos fixos na televisão que estava a um canto do escritório.

- O que é isso?

- Vê com os teus próprios olhos. – ele apontou para o repórter enquanto se inclinava para trás na cadeira de encosto alto.

No ecrã estava um homem sentado a uma mesa, a dar várias informações às quais eu não estava a prestar atenção, pois o meu olhar estava focado no título no fundo do ecrã: "Ataques violentos em todo o reino".

"Fontes próximas dos nossos trabalhadores confirmam: o reino está a ser alvo de uma onda de violentos ataques.

Segundo as nossas informações, nos últimos dias o reino têm vindo a sofrer uma onda de graves ataques, sendo as zonas junto às fronteiras as mais afetadas e onde os ataques ocorreram com maior intensidade.

As autoridades estão a fazer o que podem para controlar a situação, assim como guardas reais enviados do palácio para as zonas mais críticas. O número de mortes aumentou de 37 para 48 na última semana, assim como o número de feridos parece não parar de subir."

A imagem do repórter deixou o ecrã, para dar lugar à paisagem de destruição que envolvia as zonas referidas. Prédios destruídos, casas arrasadas, lojas com montras partidas, bombeiros a apagar fogos ainda ativos e a socorrer pessoas feridas e que estavam presas debaixo de escombros, além de recolherem corpos já sem vida.

Pessoas agarradas umas às outras a chorar, pela perda das suas casas e dos seus entes queridos, além de muitas outras sentadas e deitadas em cantos enquanto grupos de voluntários saíam de carrinhas e distribuíam cobertores e comida.