Capítulo 11 - Within You

66 4 9
                                    

Após caminhar durante o que lhe pareceu horas. Aurora chegou a um pequeno morro assolado pela morna brisa vinda de detrás do castelo de altas torres. O crepúsculo de um laranja gritante informava o curto tempo que a garota ainda possuía. Seu queixo tremia sem cessar. Suas vestes rasgadas não lhe protegeriam dos ventos frios que a aguardavam. Seus pés descalços, sujos e calejados, depois de ter andado quilômetros já não doíam ao pisarem em pedras ou galhos. Ao descer o morro deparou-se com uma passagem formada por um escuro túnel de árvores altas. Adentrou-o, incerta.

De repente, seus ouvidos captaram uma esganiçada e estridente risada, e logo muitas outras. Aurora olhava ao seu redor, estarrecida. De buracos no chão à galhos e tocas nas árvores, ela se via cercada por diabretes. Em seus corpinhos mirrados, cor de lama e longos membros desproporcionais ao tamanho de suas cabeças, em forma de avelã, eles a encaravam. Seus olhares maldosos com orbes de âmbar vibrantes. A jovem olhava em todas as direções, incapaz de fazer um movimento se quer. As risadas começaram a se tornar histéricas. Pondo as mãos sob seus ouvidos, que zumbiam, Aurora sentia como se o mundo ao seu redor girasse incessantemente. Sua mente estava confusa e seus sentidos desnorteados.

Um alto grasnar foi ouvido, todos os diabretes silenciaram-se com expressões de temor. Aurora, ao olhar para o alto, vira um vulto branco do que acreditava ser uma coruja. Em seguida as diabólicas criaturas dispersaram-se e um druida surgiu às costas da jovem.

 Em seguida as diabólicas criaturas dispersaram-se e um druida surgiu às costas da jovem

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

"Olá, criança!", Disse a criatura de voz rouca e arrastada. Ao virar-se, Aurora observou o dono de tal voz, recuando. A criatura era no mínimo três cabeças menor que ela, possuía longos chifres assim como duas pequenas ramificações próximas aos mesmos, e compridas orelhas que chegavam aos seus quadris. Curiosamente, no alto de sua cabeça havia uma pequena ameixa que reluzia com o sol poente, parte de seu corpo era coberto por uma juba de pelos amarronzados, enquanto um rabo alongado despontava de suas vestes. O druida utilizava velhos trapos e apenas um sapato.

"Quem é você?", Questionou a jovem dama. A criatura fez uma reverência, cavalheiresco.

"Val'Düf, senhorita.", Apresentou-se o druida. "Ao vosso dispor...", Aurora travou, seus olhos se cruzaram com os da criatura e com total perplexidade, ela recuou. Seus olhos eram os mesmos da majestade alourada. A garota piscou várias vezes, e ao encarar a estranha figura, seus olhos agora eram de um vívido roxo. 'Talvez tenha sido impressão... ', pensou ela.

"É... Um prazer Val'Düf, me chamo Aurora.", O druida começou a caminhar e quando se deu conta a garota já o seguia, como se não comandasse as próprias ações.

"Para onde vai, Aurora?", Perguntou o ser. "Esse lugar não é para alguém como você, uma moça não deveria andar por aqui sem companhia."

"Eu... Vou... Não lembro, para onde vou?", A castanha começou a sentir-se tonta e desorientada novamente. O druida virou-se com um pesado suspiro. A garota caiu sob seus joelhos. Sua visão; turva.

The Magic Of Time [Em Rescrita]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora