A Realidade Atinge

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Ao que tudo indica, a minha roda da fortuna tinha girado e eu não sabia dizer se estava na base ou no topo, ou se isso era ruim ou não.

- Será que você poderia dizer alguma coisa? Esse silêncio é estranho porque normalmente você é bem tagarela. – estreitei os olhos e encarei o loiro que agora estava sentado à minha frente.

- Sabe o que é mais estranho?

- O quê?

- O fato de você estar aqui. Como isso é possível? – ele suspirou.

- Marinette, Marinette! Já falamos disso há um tempinho. Barriga da mãe, aula de como vem os bebês, ensinar na prática. Lembra? – gesticulou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Você me dá um minuto? – Chat Noir assentiu meio confuso e eu andei até um dos corredores da biblioteca com o livro de história que eu lia. Guardei ele na prateleira, parei e respirei fundo.

Abri minha mochila com certa pressa, e a virei de cabeça pra baixo, derrubando tudo no chão. Em seguida, me ajoelhei, peguei o meu diário e folhei as páginas.

Tudo que eu tinha escrito sobre Chat Noir estava bem ali. Finalmente eu tinha provas!

Juntei minhas coisas com pressa e saí em disparada na direção de onde o loiro estava antes, mas quando cheguei lá, não havia ninguém. Ou minha mente estava me pregando peças, ou estava sonhando ainda e...

- Booh! – dei um pulo assustada e me virei, dando de cara com Chat Noir rindo. – Desculpa, mas é que já passou um minuto e eu tive que ir atrás de você. – ele piscou, travesso. E eu dei um sorriso convencido.

- Dessa vez, eu sei que você não é real e tenho provas!

- Hã? – o sorriso dele desapareceu – Do que você tá falando? – apenas virei o diário na direção dele – Ah não!

- Eu não disse?

- Já não bastava me mostrar sobre sutiãs, agora calcinhas? Isso por acaso é uma indireta?

- O quê? – envergonhada, virei o diário pra mim e vi que estava em uma página bem constrangedora.

- Se você quiser, posso comprar uma calcinha pra você que combine com o seu sutiã de joaninha, se é que você ainda tem. Você ainda tem ele?

- Chat! – o repreendi e ele riu.

- Só estou tentando te fazer rir. Você parece meio séria.

- Eu estou é enlouquecendo, só pode ser isso! – massageei as têmporas e saí andando, deixando aquela alucinação, sonho, seja lá o que for, pra trás.

- Marinette, espera! – Chat Noir segurou a minha mão, me fazendo ficar de frente pra ele. Aquela mesma sensação maluca percorreu o meu corpo e eu recuei assustada.

Treat You Better Pt. IIWhere stories live. Discover now