14. Resolvido

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  Chen saiu da casa do Lay antes que os demais despertassem. Não conseguiu dormir durante a noite, tudo sobre aquela conversa rondava seus pensamentos, tudo. E então a tempestade caiu e ele ouviu entre o silêncio da noite os gritos baixos de Junmyeon e logo depois Baek entrando no quarto dele e sua voz baixa até voltarem ao silêncio. Do seu quarto podia ouvir toda a curta conversa.

Depois entrou no quarto que Baek escolheu para ele e viu que sim, ambos dormiam um nos braços do outro, serenos, alheios aos seus pensamentos tormentosos. Não sentia ciúme, o que era estranho e surpreendente, talvez fosse sua quase inexistente vida amorosa, afinal nada lhe atraia, nada lhe fazia exitado, até aquela noite. Talvez fosse a segurança e firmeza que Lay passara desde o primeiro momento, ele não sabia, mas o fato era que o que lhe perturbava não era o menor estar nos braços do amigo, e sim de que Chen o queria nos seus de um jeito pouco racional e muito erótico.

A conversa com Lay se mostrou mais perturbadora do que aceitava. Porque despertou nele desejos que tinha e que não sabia que existiam realmente, eram só sonhos psicodélicos, dizia a si mesmo até aquela noite, não podiam ser reais, mas agora... Agora ele queria o garoto de joelhos diante de si obedecendo todas as suas demandas antes de cair exausto nos seus braços. Fraco, rouco e satisfeito.

Agora ele queria possuir todo o tímido futuro amante, queria fazê-lo perder a mente e queria aquilo o quanto antes, como podia sequer ficar perto dele assim? Que pensamentos perturbadores Lay libertou nele? Porque perguntou sobre aquilo para ele, para início de conversa?

Chen entrou em sua sala antes mesmo do sol nascer e se sentou perturbado na poltrona de canto. Como ia trabalhar daquele jeito?

O menor ficaria chateado porque saiu de casa sem dar bom dia?

E Lay... Ele ficaria chateado?

Colocou a mão no peito onde seu coração acelerado pulsava forte. Não queria ter aqueles desejos, não queria a represa liberta daquela forma, iria consumir ele e Junmyeon, não era bom... Não era...

Então seu celular tocou e ele fechou os olhos. Não queria atender, não queria falar com ninguém, não queria...

O celular voltou a tocar e ele em um lapso de estresse empurrou o aparelho até ele bater na parede oposta e silenciar.

Ele era controlado, era sempre... Aquilo não era ele... Precisa voltar, precisava ser o mesmo Jongdae de novo, precisava...

— Jongdae, droga Chen!

E a porta da sua sala se abriu para deixar um Yixing possesso passar ainda de pijama e vir para ele, puxá-lo para seus braços e apertá-lo forte ali, como uma prisão quente:

Com ele tinha entrado? Como... E então deixou de pensar quando recebeu um beijo na testa e o amigo falou baixinho:

— Eu estou aqui, não precisa brigar com quem você é sozinho. Eu estou aqui... Eu passei a noite insone com você, só em quartos diferentes. Eu passaria no mesmo se me deixasse.

Terminou baixo e Chen quase bateu nele entre irritado e cansado. Mas por fim aceitou ser guiado até o sofá e sentar lado a lado com ele. Ficaram assim, olhando para o mesmo ponto no chão enquanto o dia iluminava lento a sala fria e devagar seu coração foi se acalmando até que pudesse falar pausado e sereno:

— Como entrou aqui?

— Eu te segui e usei sua senha, claro. Eu imaginei que viria aqui para ficar sozinho, mas esse não é um caso para ficar sozinho Chen, acredite, eu sei.

Chen bufou, mas acabou assentindo.

— Ok, mas não use mais a minha senha, é contra a lei.

Resmungou e ouviu um riso baixo:

— Foi por uma boa causa. Espero que tenha um par ou dois de ternos aqui porque não dá mais para voltar para casa e me vestir.

Chen sorriu e acabou erguendo os olhos para o mais alto dos dois:

— Para sua sorte eu tenho, mas vai ficar meio justo em você.

— Posso lidar com isso. Vamos, eu vou me trocar e saímos para tomar café, depois ligue e avise o Baek.

Chen sorriu:

— Não sei se ele vai querer sair da cama enrolado como estava no miau.

Lay arqueou as sobrancelhas e depois riu, Chen o seguiu.

— Vamos deixá-los dormir então, ele leva o miau para buscar as coisas dele depois, eu vou fazer o release das atividades do senhor Park. Vamos, ainda tenho que verificar o senhor Kim.

E juntos saíram do escritório com Lay usando seu terno listrado e que mesmo justo, parecia perfeito nele...

Não passou despercebido a forma como as mulheres que chegavam o olhavam cobiçosas enquanto ambos saiam do prédio e aquilo sim o irritou. O que havia com elas? Nunca viram um homem não? E então ele xingou a si mesmo mentalmente.

Aquela noite o revolveu, foi isso? Affff.




Suho entrou na sua casa e foi como se tivesse fora por meses e não dois dias. Parecia tão vazio... Tão sem vida, tão diferente da casa do Lay.

Fez bico subindo para seu quarto e fazendo uma mala grande e pensando nas últimas horas ao mesmo tempo. Tinha acordado envolto todo no ladrão de primeiros beijos, além disso estava quase todo despido devido a ter ido dormir de roupão, quase morreu ali mesmo, mas o mais velho apenas lhe deu bom dia, sorriu doce e o cobriu sem nem desviar o olhar para baixo, apenas piscou e disse que ia se levantar e para ele se arrumar que iam buscar suas coisas. Suho se sentia sem graça, porém acabou voltando para o quarto dele e se vestindo com as roupas que chegou ali e que tinham sido lavadas no dia anterior. Se vestindo rápido... Saiu do quarto e descobriu que os outros dois já tinham ido.

Quase fez bico diante disso, eles se diziam namorados saindo sem nem ao menos dar bom dia? Aishiiiii...

E então beliscou sem fome mesmo com os resmungos do Baekhyun de que ele devia comer direito. Mas não queria...

Parou de olhos arregalados depois de fechar a mala.

Já estava pensando assim? Desde quando deixava de comer por causa de um cara?

— São dois, seu tonto, e além disso você nunca namorou, como saberia?

Resmungou baixo consigo mesmo, irritado. Então guardou seu note e outra coisas pessoais na mochila e desceu para ver o ladrão de primeiros beijos se erguer do sofá antigo sorrindo lindo enquanto a luz da manhã brilhava sobre ele... Puxa... ele era mesmo lindo não?

E seu, não se esqueça.

Uma vozinha soou em seu ouvido e ele se sentiu vermelho, caramba... Tinha bebido? Não era possível...

— Pegou tudo?

— Vamos.

Disse saindo e assistindo o mais velho trancar a casa e depois o portão de fora com as chaves que lhe deu. Então ele pegou sua mala e mochila e guardou no carro antes de abrir a porta para si.

Suho mentiria se não se sentisse todo mole com aquilo... Ownnnnn... ele era como o super Mário só que esbelto, lindo e quentinho... Sim ele era quentinho...

— Junm, vamos?

Suho sacudiu a cabeça espantando os pensamentos loucos e entrou no carro.




Minseok seguiu o carro luxuoso de uma distância segura. Tinha demorado mas tinha conseguido, e onde estava o nerd idiota, Kyungsoo não estaria longe, sabia que tinha algo ali, para ele sair de casa com malas e seu namorado sair de casa também dizendo que ia trabalhar... Ele sabia bem o tipo de trabalho em que um cara ia morar com outro. Se seu Soo tivesse morando com outro ahhhh ele o mataria!

O mataria...

— Vamos ver o que vocês estão fazendo, Suho, vamos... Me leve até o Kyung. Seja um bom garoto...

Sorriu em raiva muda, ele ia resolver aquilo e seria hoje...

Contrato ImprevisívelDonde viven las historias. Descúbrelo ahora