The Curses of Schwarzwald - Cursed Beauty (ksj) (CONCLUÍDA)

Capítulo 15

- Você vai continuar com isso? - ele pergunta irritado.

- Eu só quero saber como você ficou atencioso em quarenta e cinco minutos - falo sem um pingo de deboche. Afinal ele me pediu em casamento, tipo de verdade, e agora está pedindo minha opinião, não que eu esteja reclamando, mas que é estranho, é.

- Eu não fiquei - diz. - Você aceitando ou não, nós vamos ter que pegar a porcaria do trem para Wannsee e de lá andar até os centauros. Mas estou evitando me estressar com você, já não basta uma que eu quero matar - fala baixo. - Então, se perguntar a sua opinião te deixará menos irritada e nos fará brigar menos, eu vou perguntar sempre.

- Mas...

- A estação é ali - ele me interrompe e anda até lá. Como ele sempre resolve tudo, sento num banco.

Eu queria me irritar, mas eu sou muito boba e ainda estou encantada com o que aconteceu no aeroporto. Cheiro as rosas e depois encaro o anel, é a coisa mais linda que já vi na vida.

Se ele se esforçar assim todo dia, só um pouquinho, mesmo fingindo, esse casamento pode ser até algo bom, e talvez ele até mude. Sacudo a cabeça, talvez esteja esperando demais.

- Vamos - ele me chama e entramos no vagão.

Já está tarde, mas o trem ainda passa. Então é assim nas grandes cidades...

Ele me guia até uma das cabines e se senta.

- Ok... - ele começa. - Centauros: Metade superior humana, inferior cavalo, mas você já deve saber disso. São orgulhosos e violentos - parece alguém que eu conheço. - Se alimentam de carne crua, inclusive a humana, não gostam de humanos.

- Ta..., e como vamos pegar a espada? - pergunto

- Vamos trocar você por ela - ele diz tranquilo.

- O quê? - pergunto incrédula.

- Depois eu volto para te pegar - diz ainda calmo.

- Mas...

- Não confia em mim? - pergunta ofendido.

- Não! - digo porque é uma das poucas coisas sobre a qual tenho certeza.

- Você acha mesmo que eu ia atravessar o país com o objetivo de salvar-te, para chegar na metade do caminho e deixar-te morrer? - ele se irrita.

- Bom...

E se ele só quiser a espada?

- O que você acha que eu sou? - cada vez mais irritado.

- Egoísta, convencido, orgulhoso, violento, arrogante, descomedido, fútil, autoritário, instável...

- Você tem uma lista? - ele praticamente grita.

- Ia demorar muito pra fazer - debocho.

- Por que você é sempre assim?

- Como? Certa.

- Irritante.

- Você é bem mais que eu - digo.

- Eu estou tentando salvar a sua vida.

- POR QUÊ? - irrito-me também. - É só isso que eu quero saber.

- Porque...

Ele para por alguns segundos.

- Se você não sabe, não devia estar aqui - levanto para sair do vagão, mas ele segura meu pulso.

- Eu volto com a sua resposta - ele abre a porta e sai.