Model • ChanBaek

Eu te odeio

Baekhyun tinha a sua mente em outro lugar antes de entrar no estúdio de fotografia. Queria estar em casa, assistindo algum programa de comédia enquanto comia frango frito, ou até jogando algum dos seus jogos preferidos. Porém, estava alí. Sua falta de animação só piorou quando entrou no seu camarim e viu outro modelo de frente ao grande espelho enquanto faziam a sua maquiagem. Suspirou e se sentou na cadeira ao lado. Olhou para o espelho e focou no rosto da pessoa, para em seguida sentir o seu sangue ferver.

— O que diabos está fazendo aqui? — Perguntou grosseiro e o modelo ao lado levantou uma sobrancelha para então passar a encará-lo pelo reflexo do espelho.

— Suponho que o mesmo que você.

— Com licença. — Disse e a maquiadora parou no seu caminho para preencher a sobrancelha de Baekhyun. — Não vou tirar fotos com esse idiota.

E assim se levantou, mas logo foi impedido pela sua empresária. Ela o empurrou de leve na cadeira para então o lançar um olhar bravo.

— Não quero saber dos assuntos pessoais de vocês. Apenas fiquem quietos e façam os seus trabalhos.

Baekhyun bufou e permitiu que a maquiadora começasse o seu trabalho.

— Então, Baekhyun, como vai a sua vida?

— Cala a boca.

Byun Baekhyun não sabe ao certo quando começou a odiar Park Chanyeol, outro modelo famoso. Talvez tenha sido a competição por mais fama, dinheiro e afins, ou pode ser algo maior. Byun não suportava ver a cara do maior e agora que terão que fazer uma sessão de fotos juntos, ele está sentindo que vai morrer mais cedo.

Assim que os dois ficaram prontos, saíram do camarim e foram até o local que iriam tirar as fotos. O cenário era parecido com uma sala que, apesar de um pouco bagunçada, tinha um espírito vintage. Se aproximaram do sofá de couro preto e esperaram o fotógrafo dar as instruções. Baekhyun queria sair logo daquele local e fez o máximo possível para apressar as coisas. Por outro lado, Chanyeol se divertia com a euforia do modelo.

— Agora, Baekhyun, se sente no chão e apoie o seu braço no assento do sofá. — Ele fez o que foi pedido. — Já você, Chanyeol, se sente no chão ao lado do Baekhyun e apoie as suas costas e cabeça no peito dele.

Baekhyun, que tentava achar uma maneira confortável para estar sentado, travou no mesmo momento e olhou para Chanyeol que torceu os lábios.

— Por que temos que fazer isso?

— Conceito. — O fotógrafo respondeu com indiferença e Baekhyun bufou. — Faz logo o que ele pediu!

Apressou o maior que o obedeceu. Baekhyun sentiu que ia, realmente, morrer mais cedo. Não sabia como e porque o seu coração passou a bater rápido conforme Chanyeol se aproximava de si, mas preferiu acreditar que era a raiva e ansiedade para sair logo daquele estúdio.

— Por que usa tanto perfume? — Baekhyun perguntou assim que o maior apoiou a cabeça em seu peito.

— Se não está gostando, apenas pare de respirar.

— Grosso.

Chanyeol riu soprado e voltou a ficar sério para as fotos. Baekhyun tentou controlar a sua respiração e batimentos cardíacos, mas isso estava completamente fora do seu controle. Quando o fotógrafo disse que a sessão havia terminado, ele sentiu um completo vazio quando Chanyeol se levantou.

— Vai ficar sentado aí até quando?

— Já estou levantando.

Se apoiou no sofá e se levantou. Estava tão estranho que acabou tropeçando nos seus próprios pés. Chanyeol se apressou e segurou a cintura do menor e o último se apoiou em seu braço enquanto citava mil e uma maldições para si mesmo.

— Está tudo bem? — Perguntou preocupado.

— Sim. Eu quero ir embora. — Falou a última frase em um sussurro.

— Vamos para o camarim.

Chanyeol ia segurar no braço de Baekhyun para impedir que ele caísse, mas ele desvencilhou do seu aperto aconchegante.

Voltaram para o camarim e Baekhyun tentou se acalmar com uma garrafa de água, coisa que não deu muito certo quando Chanyeol passou a tirar a sua jaqueta e logo a sua camisa.

— Por que não faz isso no banheiro?

— Somos os únicos homens aqui e as mulheres não estão se importando com isso. Por que você iria se importar?

Revirou os olhos e disse para a maquiadora apressar a remoção da sua maquiagem. Chanyeol sorriu de lado e podia ver Baekhyun emanando nervosismo.

— Poderiam me deixar sozinho com o Baekhyun por alguns minutos? — Perguntou para as funcionárias e elas assentiram.

Baekhyun olhou a sua volta e lançou um olhar confuso para Chanyeol.

— O que diabos está planejando?

— Só quero conversar. — Se apoiou na mesa de maquiagens em frente de Baekhyun.

— Não temos nada para conversar.

— Aí está. Por que me odeia tanto?

Byun não soube responder. Olhou para o chão e ficou em um silêncio que o fez ficar com raiva de si mesmo.

— Se não sabe é porque não tem motivos.

— Eu tenho.

— E qual seria? — Silêncio mais uma vez. — Não gosta de como eu mexo com os seus sentimentos?

— Sim. — Respondeu sem pensar muito.

— Faço o seu coração disparar e as suas pernas enfraquecer.

— Eu te odeio. — Disse enquanto sentia a sua garganta arder.

— E eu te amo.

Baekhyun suspirou e seu coração acelerou mais que antes.

— Não tem motivos para você me amar.

— Os motivos que te fazem me odiar são os motivos pelos quais eu te amo.

Ah, Chanyeol não sabia do que Baekhyun era capaz. A sua impulsividade, na maioria das vezes, falava mais alto. Se levantou rapidamente da cadeira e foi até a porta do camarim para então trancá-la com a chave embutida. Se virou para Chanyeol e o mesmo o olhava com indiferença. Fechou os punhos e respirou fundo antes de começar a andar apressado até o maior.

Sem parar antes, segurou a sua nuca e o puxou para um beijo. Chanyeol ficou surpreso por um momento mas não desperdiçou a chance. Segurou a cintura de Baekhyun e assim aprofundaram o beijo. Suas línguas dançavam em euforia e Baekhyun ousou apertar uma das coxas de Chanyeol. No mesmo momento, o maior segurou ambas as coxas de Byun e o pegou no colo para em seguida colocá-lo sobre a mesa que estava antes. Ouviu o barulho das embalagens de maquiagem, mas as ignorou por completo. Continuaram a se beijar e contemplar os barulhos que seus lábios faziam, assim como a maciez de suas roupas e cabelos que eram sentidos pelas suas mãos. Com a falta de ar, pararam de se beijar e apoiaram as suas testas uma na outra. A respiração de ambos estava descompassada, assim como os seus batimentos cardíacos.

— Tem certeza que me odeia? — Chanyeol perguntou em um sussurro.

— Agora, eu te odeio mais ainda. — O maior riu soprado.

— O termo "odiar" é um sinônimo para "amor"?

— Quando for para se referir a você, sim.

Ele sorriu e deu um selinho e Baekhyun enquanto o mesmo tinha os seus olhos fechados.

— Fico feliz em saber que sou único em sua vida.