Capítulo 34 - Ela é minha namorada

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Ana Clara

-O que? Agora? – Perguntei desesperada.

-Sim, filha! Qual o problema?

-É que... É....

-Filha, seu pai está me chamando. Daqui uns 20 minutos estamos ai! Beijos!

Comecei a andar de um lado para o outro ao lado da cama com as mãos em minha cabeça. Eu não sabia o que fazer, não podia falar para Vitória ir embora, eu não sabia como falar a verdade. Angel iria acabar falando que Vitória era minha namorada ou a chamando de mãe. Meus pais não iriam aceitar isso nunca, eu só conseguia pensar em chorar, ou gritar de raiva. Por não ter como controlar o que aconteceria a seguir, por ter que dar explicação da minha vida para alguém. Me sentei na ponta da cama, com meu rosto entre minhas mãos, minha respiração acelerada eu estava completamente ferrada e tão nervosa que até me esqueci da presença de Vitória ali comigo.

-Ei, calma! O que foi? – Ela perguntou preocupada.

-Meus pais estão vindo... Agora!

-Tá, calma!

-Calma? Vitória você não se lembra o que eu falei sobre meus pais? Eles nunca me acharam responsável o suficiente para criar minha filha e se meu pai começara a falar sobre o André, eu não quero...

-Ninha ! Amor, olha para mim! – Vitória pediu com a voz calma segurando meu rosto. –Res – pi –ra! –Ela falou pausadamente e fiz como minha namorada me pediu e inspirei uma grande quantidade de ar olhando no fundo dos seus olhos cor de marte. –Agora me diga, o que exatamente sua mãe te disse?

-Que eles chegaram mais cedo de viagem e que estão com saudades... Eles chegam aqui em 20 minutos.

-Ok! Então vamos nos trocar, não queremos receber eles de pijama, não é mesmo?

Eu fazia tudo no modo automático, não conseguia pensar direito, Vitória falou algumas coisas para tentar me acalmar mas tudo só fazia com que eu ficasse mais nervosa até que o interfone tocou e Vitória atendeu o porteiro autorizando a entrada deles.

-Quem é, mamãe? –Uma Angel jogada no sofá ainda de pijama me perguntou.

-Vovô e vovó. –Eu respondi ainda em estado de inércia.

-Ebaaa! Mas por que vocês não me avisaram para eu me arrumar?

-Foi de última hora, princesa! – Vitória respondeu por mim e ouvimos a campainha tocar.

-Eu abroooo!!! – Angel correu em direção a porta.

-Ei, eu te amo! –Vitória puxou meu rosto em sua direção para que eu olhasse em seus olhos. –Vai ficar tudo bem! –Eu assenti, mesmo que eu não acreditasse cem por cento naquilo.

-Vovó! – Angel cumprimentou ao abraçar minha mãe.

-Filha! Que saudade! –Minha mãe veio até mim quando minha filha passou para o colo do meu pai. – Como você está bonita, meu amor! –Minha mãe passou as mãos pelo meu rosto e me abraçou apertado. E eu me senti aquecida pelo seu amor de mãe que a tanto tempo eu não sentia.

-Obrigada mãe, a senhora também está ótima! –Eu não queria largá-la de jeito nenhum, mas tive que me afastar.

-Esta é Vitória - apresentei antes de ir até meu pai que me esperava de braços abertos.

-Não sabia que você já estava com visita, minha filha! Nos desculpe. É que estávamos morrendo de saudades –Minha mãe falou também se dirigindo a Vitória e nós assentimos.

Meus pais entregaram alguns presentes que trouxeram da viagem para minha filha e ela se sentou no chão da sala para abrir. Me sentei ao lado de Vitória no sofá e meus pais no sofá ao nosso lado. Eu queria pegar na mão da minha namorada, mas eu não tinha coragem. Eu queria que eles percebessem como eu estava feliz para que eles aceitassem Vitória independente de qualquer preconceito.

A cura para o amorWhere stories live. Discover now