▪Capítulo 09 - Uma Grande Genética?

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Naquele momento eu só pensava em como iria me livrar daquilo

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Naquele momento eu só pensava em como iria me livrar daquilo. Pensei tanto que em um devaneio eu estava no laboratório, com o jaleco, observando o feto dentro do tubo. 

Eu precisava olhar para ele, o tão adorado bebê, o primeiro homem feito em um óvulo artificial, que em breve eu teria que chamá-lo de irmão.

Ele parecia bem, parecia se desenvolver perfeitamente, se movia lentamente, e sua respiração estava completamente controlada. Acho que realmente o plano do general Russell havia dado certo.

Eu não estava feliz com aquilo, por mais que parecesse, nunca estive tão perto de um bebê.
Eles eram mantidos em laboratórios até um ano. Eram pequenos, e pareciam frágeis demais.

Li livros onde falava sobre famílias, bebês eram cuidados por um homem e uma mulher, e compartilhavam "amor" entre si, algo estranho e esquisito, eu não sabia o que aquilo significava, mas provavelmente era algo bom. Infelizmente todos os livros desse tipo foram queimados e triturados.

Eu temia o que estava por vir, temia o que poderia acontecer caso aquele óvulo de laboratório desse certo, caso aquele bebê se desenvolvesse como nós.
Eu sabia o que podia acontecer, mas não queria aceitar, não queria imaginar.

Sydney, Austrália - 28 de agosto

Era outro dia, aquele dia estava calmo... Calmo até demais, estava desconfiado de algo, e meus instintos me diziam que algo ruim iria acontecer. Não que eu confie nos meus instintos... Isso é algo totalmente relativo, aliás, quando foi que aconteceu uma coisa boa nesse mundo? Na verdade, respondo que aconteceu, quando conheci Alexa, foi a única coisa boa que aconteceu em minha vida, mas por um lado, a pior coisa que aconteceu em minha vida.

Levantei-me da cama e coloquei uma roupa formal. Vi mensagens do General Russel chamando todos nós para a sala de reuniões, algo ruim aconteceu... Ou bom. Todos tinham que estar lá em 10 minutos, transmissões ao vivo iriam acontecer.

Fui o mais rápido possível, não podia de maneira nenhuma chegar atrasado. Ao chegar lá, fui direto para fila, estávamos separados em fileiras, em pé, totalmente parados e olhando para o general Russel, que estava em uma espécie de púlpito. Ele não tinha uma expressão muito boa no rosto. Alguns minutos, sem esperar muito, ele começou a falar... Sem parar.

- Nossos grandes cientistas nos informaram que nosso projeto de fazer um óvulo artificial foi falho...

Naquele momento eu senti um grande alívio, eu teria mais tempo para pensar no que fazer, e impedir o pior. O General Russel virou as costas para nós, para mostrar imagens da falha do óvulo, em um grande telão.

- Homens do mundo inteiro estavam esperando o melhor disso, mas não vamos e nem podemos desistir agora... - disse o General Russel. Eu já esperava, eles não iriam desistir até aquilo dar certo, e estava prestes a acontecer. Naquele momento, vi uma mancha preta em seu pescoço, era estranho, o mais estranho, era que todos dentro daquela sala, estavam com uma mancha preta no pescoço. Nunca havia percebido aquilo, em ninguém.

- O feto foi morto no dia vinte e seis de agosto. Os cientistas fizeram de tudo para salva-lo, mas infelizmente, não foi o suficiente. - Ao ouvir aquilo, comecei a juntar as coisas, e fiquei completamente confuso, eu estive no laboratório na noite passada, o feto estava totalmente vivo e saudável.

- As máquinas ficaram descontroladas, fazendo assim, o feto extinguir-se. - disse o General Russel. Mas as máquinas estavam perfeitas, como aquilo aconteceu? Por que aquilo estava tão confuso? Permaneci calado, com certeza iria tirar minhas dúvidas depois. Eu precisava saber o que tinha acontecido.

- Amanhã, executaremos o extermínio de algumas mulheres, os homens serão solicitados para fazer isso. Receberão uma mensagem agora. - Ouço meu bracelete apitar, e o olhei, estava piscando uma luz vermelha no mesmo, eu estava sendo solicitado para o extermínio de mulheres. Algo que eu já sabia, engoli seco, comecei a suar pelas mãos, e sentia calafrios pelo corpo.

- Precisamos de garotas jovens, vamos injetar o sêmen em todas elas. O mundo precisa de mais homens. As mesmas pessoas que foram solicitadas para o extermínio, farão todo esse processo também. - franzi a testa, confuso e tenso, logo depois todos começaram a sair da sala, em ordem, acompanhei todos eles até estar fora. O que acabei de ouvir era realmente real ou era apenas coisas da minha cabeça?

Não podia fazer nada contra Alexa e sequer permitir que alguém faça algo contra ela. Com certeza daria um jeito de escapar dessa e livrar a Alexa. Eu teria que investigar urgentemente o que aconteceu com o feto. O General Russell contou uma história totalmente confusa, era difícil de acreditar.

Algo me incomodava por dentro, me enchia de medo. Algo que eu raramente sentia a medida em que eu crescia, coisas estranhas que eu não sabia definir o que realmente era, fisicamente e mentalmente. Tinha medo de acabar demonstrando, de ser descoberto e prejudicado. De qualquer forma, eu queria morrer. Mas não é nada comum esses comportamentos hoje, nenhuma pessoa havia se matado, pelo menos em todos esses anos da minha vida. Talvez eu não fosse o único a me sentir assim, talvez isso não fosse tão incomum e talvez existisse alguém tão incomum quanto eu.

Fui diretamente aos espelhos grandes que ficavam nas duas paredes do meu quarto, um refletia o outro. Virei as costas para um deles e no espelho da frente eu podia ver o reflexo das minhas costas no espelho de trás. Vi a mancha escuta em minha nuca, não era grande, mas era visível, todos nós tínhamos aquela marca na muca e era algo que eu nunca tinha percebido antes. O que era aquilo? Um grande segredo ou apenas uma grande genética?

EXILADA | A Esperança Nunca Morre (Volume I)Onde histórias criam vida. Descubra agora