4. Premonição

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Olá, pessoal! Esse daqui tem surpresas

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Olá, pessoal! Esse daqui tem surpresas.

Beijão EJ!

4. Premonição


É uma daquelas noites. Durmo, mas estou consciente. Não o bastante para mudar o sonho, porém consciente de tudo.

Estou sentada, olhos fechados, e uma leve brisa de fim de tarde balança meu cabelo solto. A luz fraca em meus olhos diz que ela vem do Oeste. Está quase anoitecendo. O barulho das ondas é calmo e relaxante. Como não há ruídos, deduzo que estou sozinha.

Os meus olhos se abrem como um movimento de reflexo da minha curiosidade.

Estou na popa do navio, bem perto das grades de proteção, sentada de pernas cruzadas em cima de uma almofada azul. Fecho os olhos novamente e fico sentindo a brisa, ouvindo o mar e sentindo o cheiro de maresia.

De repente uma buzina um pouco estridente toca e o lugar enche. Levanto com medo de ser pisoteada pelas pessoas, mas elas parecem não me ver. Estão indo direto para o lado leste murmurando algo sobre golfinhos. Estou no Oeste.

Por um momento rápido olho para o pôr do sol. A luz me ofusca, porém no instante seguinte ela desaparece atrás de uma ilha.

Estou em um cruzeiro para ver as ilhas pelo oceano atlântico. Deveríamos visitar essa também, mas não estamos parando. Talvez não seja uma das que visitaríamos, mas alguém tinha que vê-la, é muito linda.

No meio da multidão avisto ao longe o Nick, então o chamo, mas ele parece não me ouvir. Vou até ele.

"Nick, vem aqui, você precisa ver isso!", puxo ele da multidão pela camisa.

"O que foi, June?", pergunta com um tom de raiva, mas não presto atenção o bastante para brigar com ele pelo modo como fala comigo.

"Olha!", digo apontando para a ilha. "Ela não é linda? É até mais bonita do que a ilha Miller."

"Olhar o quê?", pergunta com o mesmo tom.

"Você não está vendo? É enorme e tem uma montanha muito grande!"

"Vendo o quê, June?" Pergunta com mais raiva ainda na voz, como se eu tivesse feito algo de errado com ele. "Você está vendo coisas?".

"Não, é você que está cego. Como pode não estar vendo essa ilha?", pergunto, mas já com raiva. Eu não havia feito nada. Por que ele estava falando assim comigo?

"Ilha?", pergunta. "Não tem ilha.". Ele para e me olha. Será que ele está cego ou está só brincando? "Você está delirando, não é? Fica aqui que eu já volto, vou buscar ajuda.".

Ajuda? Eu não preciso de ajuda, é ele que precisa de um bom oculista! Me viro para olhar a ilha. Por que ele não a viu? Ela é enorme. Encosto-me na grade de proteção, mas me desequilibro e caio no mar, gritando.

EscolhidaWhere stories live. Discover now