📌Um Sinal

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Matt fez o relatório do caso para que Filipe pudesse estar a par de tudo que tinha acontecido nos dias que ele esteve ausente, não queria que nada ficasse de fora, omitiu as partes em que ele usou seu poder para descobrir o que havia acontecido, mas quando entregou os relatório e se preparava para falar tudo que tinha descoberto para o amigo, teve uma grande surpresa.

— Eles disseram o que? — perguntou Matt ainda confuso com o que ouvira.

— Eles acham que agi mal em ter contratado você sem a permissão do concelho, afinal você é um ex-policial. — disse Filipe, também parecia desapontado com aquela situação.

— Isso quer dizer que eu não posso mais ficar aqui? Como isso aconteceu? — perguntou intrigado.

— Eu sempre tenho que levar ao concelho todos os casos que nosso distrito tem resolvido, as emergências que atendemos e afins. — tomou um copo de agua que estava ao seu lado e continuou. — Quando questionei se poderia dar um distintivo da policial para você, eles ficaram surpresos e pediram para ver os casos que você estava cuidando.

— Deixa eu adivinhar, nenhum resolvido e os que estão não tem conclusão de como cheguei ao fim. — Matt respirou fundo, estava desapontado e com raiva ao mesmo tempo.

— Por mais que eu pedisse para que deixassem você ficar, eles não têm nenhuma investigação sua com êxito, já que te chamei apenas para casos que exija seu poder de vidente, fiquei sem cartas na manga. — confessou. — Eles não podem aceitar um detetive que não tem sucesso em campo, mesmo nos sabendo que você é incrível, não temos como provar nada para eles, até disse que sairia do cargo de delegado, mas eles riram de mim e tiveram a coragem de falar que ninguém é insubstituível.

— Está bem, irei guardar minhas coisas e ir para casa, se isso é o melhor para eles, não posso fazer nada. — respondeu Matt. — Mas não irei largar o caso, continuarei investigando e iriei dar um jeito de prender Vince.

— Não queria que fosse assim, fazia dias que estava discutindo isso com eles, mas não teve jeito. — disse Filipe terminando de beber o restante da água. — Se precisar de carona até sua casa, eu ficarei grato em te levar até lá.

— Agradeço a oferta, mas irei pedir um taxi, não me leve a mal, mas nesse momento só quero dar um tempo e pensar no próximo passo.

Matt foi até sua sala e olhou atenta temente envolta, ficou refletindo sobre os momentos que tinha vivido ali, por mais que foram poucos, gostou de ter voltado a velha rotina, por mais difícil que fosse lidar com os casos, as mortes, as mentiras, ainda assim se sentia bem em ajudar os outros.

Juntou sua teia de fotos e decidiu que levaria para sua casa aquelas descobertas, não podia deixar para trás, já que ninguém daria sequência nas investigações. Era uma cruz que somente ele podia carregar. Pegou uma caixa de arquivos vazia e foi guardando dentro dela todas as suas anotações, copias de relatório e entre outras coisas pertinente aos casos. Sabia que Filipe não tinha culpa nenhuma no que havia acontecido, seu amigo apenas tentou lhe proteger, mas sabia que não iria dar em nada.

Depois que havia guardado todas as coisas que levaria embora, se despediu de Filipe, trocaram um abraço caloroso e demorado, era difícil para ambos se separarem depois que tinham se unido de novo contra os crimes de São Paulo.

— Sinto muito mesmo amigo, não quero que você suma dessa vez.

— Não se preocupe comigo, eu estou bem.

— Irei te visitar qualquer dia e pode deixar que manterei contato com você.

— Qualquer coisa que eu descobrir, pode deixar que irei te ligar. — pegou a caixa e saiu em direção ao corredor. — Até mais Filipe.

Matt por um momento sentiu as lembranças do passado invadir sua mente. Podia ver seu ex-chefe lhe demitindo e seus colegas de trabalho apoiando a decisão. Naquela época, achou que seus poderes eram uma desgraça e por isso perdera o emprego, mas não dessa vez. Seu amigo lhe trouxe de volta para ativa e agora tinha novamente um objetivo e isso ninguém iria pará-lo. Dessa vez ele não iria fugir de sua missão, e mesmo não tendo o apoio da justiça ao seu lado, sabia que algo muito maior que ele estava lhe ajudando.

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Estava novamente na sua velha rotina, sem hora para levantar, sem nada para fazer, teria que planejar o que faria nos próximos dias, pois queria manter sua mente ocupada com alguma coisa se não enlouqueceria.

Os dias trabalhando com Filipe na delegacia foram ótimos, lhe mostraram que ainda podia ser útil e ajudar pessoas, mas ainda tinha um pequeno problema se queria continuar suas investigações, não teria mais acesso a cenas de crimes, informações de suicídios ou assassinatos e também não poderia ser pego xeretando locais cercados pela policia e o pior de tudo, não receberia nada por seus esforços.

Estava pior do que pensava, por um momento ficou pensando, como poderia perseguir Vince agora que estava fora da jogada? e como continuaria as pesquisas? Não podia pedir para Filipe lhe ajudar, se o Concelho de Polícia descobrisse que estavam trocando informações confidenciais, sofreriam consequências graves e Filipe perderia o emprego.

Precisava de ajuda e não sabia a quem recorrer, não dava para simplesmente fingir que nada aconteceu e seguir em frente, tinha que continuar as investigações e fazer o que fosse preciso para deter Vince.

Sua mente estava inquieta, andava de um lado para o outro. Precisava fazer algo, de um sinal, uma luz ou qualquer coisa.

Seu telefone fixo tocou e por um momento um alivio brotou em seu peito, devia ser Filipe, lhe passando alguma informação, ou dizendo alguma dica de crime. Correu para atender

— Detetive Matt Lewis. — disse.

— Matt? — Disse uma voz feminina e familiar que reconheceu de imediato. — Aqui é a Amanda, está ocupado?

— Não... pode falar. — estava surpreso e confuso com a ligação daquela mulher, depois da confusão no restaurante achou que nunca mais iriam se ver.

— Ótimo, podemos sair para conversa? — sua voz saiu tão baixa como um sussurro e parecia assustada, o que lhe deixou ainda mais desconfiado com tudo aquilo.

— Podemos sair para tomar um café, hoje as cinco horas pode ser? — disse

— Tudo bem, onde marcamos?

— Rua Boa Vista, 365. — depois de informar certinho onde ficava a Cafeteria Girondino, Matt desligou o telefone e voltou para o sofá. Queria um sinal do que deveria fazer e certamente era Amanda que iria direciona-lo para o caminho que devesse seguir.

 Queria um sinal do que deveria fazer e certamente era Amanda que iria direciona-lo para o caminho que devesse seguir

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Notas do Autor:

Depois de um longo Hiato, estamos de volta com as aventuras de Matt. Será que finalmente vamos descobrir mais sobre Amanda e entender o que aconteceu naquele encontro.

Att, Lucas Aquino

Todos Eles Podiam Ver (Completo) (SOB REVISÃO)Where stories live. Discover now