1776

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Eu acordei com um pouco de enjoo, e sentindo meu corpo pesado. Eu achei que poderia ser a posição que eu dormi, então tentei me virar e pude sentir a dureza do chão de madeira. Eu me sentei e alpapei o chão duro, onde diabos eu estava? Eu não dormi no meu quarto? Tudo estava escuro e não dava para enxergar quase nada naquele momento, mas aí a porta do alçapão se abriu revelando as caixas em minha volta.

Um homem bem gordinho desceu as escadas e logo me viu meio nada a ver ali no chão.

- O que você está fazendo Ai? Você não pode entrar!

- Eu não sei, eu nem sei como vim parar aqui! Onde é aqui? Quem é Você?

- Saia!Ande!Vai! - gritava se aproximando

- Eu... estou indo... - me levantei, mas travei aonde estava quando vi meu vestido

Ele era... plebeu. Ele era marrom e branco, não possuía bojo, eu não estava de sutiã -- O que está acontecendo. Enquanto eu me questionava, o gordo barulhento pegou em meu braço e começou a me arrastar em direção a porta.

- Calma aí Moço, Espera! Cuidado! Para! Seu filho da puta de merda! - disse quando ele me soltou fora daquele porão

A sorte foi que ele entrou lá dentro de novo, porque se não, eu iria cair na porrada com ele. Eu me acalmei rapidamente, pois eu nem sabia onde estava e poderia estar em mais apuros do que acordar em um lugar desconhecido. Eu me virei e rapidamente notei as pessoas ao meu redor me olhando, eu fiquei intimidada por um segundo, mas logo elas foram se aproximando, cochichando, pegando no meu cabelo e na minha pele.

- O que é gente? Eu sou Albina.

Todos me olhavam curiosos, eu já estava acostumada mesmo, então deixei que me olhassem a vontade. Mas logo eu comecei a ficar desconfiada, aquele barulho de mar, eu estava em um navio... UM NAVIO! Como eu vim parar aqui? E essas pessoas? Elas estavam com vestidos e ternos antigos.

- O que é isso? Uma pegadinha? Legal galera, mas isso não tem graça. Fala, cadê as câmeras?

- Câmeras? - balbuciou algumas pessoas - Ela claramente está bêbada. Não tem câmera nenhuma aqui, está garota é doida!

Neste momento, uma brisa gelada bagunçou alguns dos meus fios de cabelo. Eu olhei para o lado, em meio as pessoas que me rodeavam e vi o mar em nossa volta. Eu saí dos olhares das pessoas e de meio delas, ficando a beira do navio. Um imenso mar. Eu encostei na grade pensativa.

- O que está acontecendo? - perguntei a mim mesma enjoada

Quando me dei conta, havia um rapaz a beira do navio só que um pouco mais afastado de mim. Ele foi o único que eu não vi me rodeando, ele deve estar muito ocupado no seus próprios pensamentos-- mas se for assim, então acho que ele não irá me tratar como uma aberração.

- Oi... - comecei

- Olá...

- Você não me acha estranha?

- Todos somos iguais.

Ele parece um homem de poucas palavras.

- Posso te perguntar o destino final deste navio?

- Nova York.

- Nova York??? Essa não! Minha mãe vai me matar! - choraminguei e ele me olhou confuso, eu o olhei embaraçada - Só mais uma coisa... - disse me recuperando - Em que ano estamos?

- 1776

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Eu acordei com o mesmo rapaz de antes me dando tapinhas na bochecha, agachado na minha frente enquanto eu estava sentada escorada na grade.

Hamilton - A HistóriaWhere stories live. Discover now