Na casa dos Hunter, a tarde passa de forma rápida. Minha cabeça trabalha de forma pensante e sem pausa. Julie passou a tarde toda com a mãe, em algum shopping da cidade. Amber estava com o pai na empresa. Ela adora visitar a empresa do pai.
A filha do meio é a preferida do Sr. Hunter. Ele faz tudo por ela, claro que ele faz de tudo pelas três, mas Amber é e sempre foi sua preferida.
Então, minha responsabilidade foi cuidar da Melissa. Que ficou no quarto boa parte da tarde. Ou seja, minha cabeça ficou desocupada durante a tarde toda.
—Melissa? — Bato na porta do seu quarto.
— Fala. — Ela responde, passando os pentes pelos cabelos enormes.
— Vai sair? — Pergunto, enquanto coloco um badeja com sanduíche e coca-cola em cima da cama.
— Vou receber umas amigas hoje. Vamos assistir filmes.
— Ah, que legal! — Olho em volta, buscando alguma coisa para ser útil. — Precisa de ajuda?
— Não.
Respiro fundo e viro as costas, está na hora de ir embora.
— Bem, eu vou indo.
— Tchau. — Fecho a porta ao sair.
Não ligo para o com o seu comportamento, no fundo, eu a entendo. Seu pai prefere a do meio, a sua mãe protege a mais nova. Melissa se vê sozinha, mesmo não estando. Ela ainda finge que é uma garota rebelde, mas está na cara de que ela precisa de atenção.
Ajeito o material na mochila e vou até a cozinha para me despedir da dona Maria. Eu não trabalho nos fins de semana, então, só vou ver as garotas e ela na segunda-feira.
— Bom final de semana, querida.
— Pra você também! — Maria beija minhas bochechas.
Chego em casa e, mesmo antes de abrir a porta, escuto Catarina reclamar. Giro as chaves na fechadura da porta.
— Alana? — Ela grita do banheiro.
— Cheguei.
— Pensei que não fosse mais voltar, o jogo é em menos de uma hora.
— Só vou tomar um banho. — Ergo as mãos para cima, em sinal de paz.
— Não é só tomar um banho... — Catarina encara minha mochila. — Ande, me dê essa bolsa e vá tomar banho, vou escolher uma roupa pra você. Início de temporada é quase que um evento.
— Mas...
— Nada de mas nem mais. — Ela me empurra até o banheiro, fecha a porta e a escuto abrir a porta do meu guarda-roupa.
Lavo os cabelos, mesmo sabendo que não terei tempo de secá-los. Dez minutos depois, saio enrolada na toalha e, encaro Catarina ajeitar uma peça de roupas sobre a minha cama.
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A RUIVA I
RomancePLÁGIO É CRIME! Da cidade de onde venho, uma pequena cidadezinha no interior da Rússia, ter cabelos alaranjados e sardas é praticamente normal. E, agora, mesmo estando cercada por milhares de estudantes, cada qual de uma parte do mundo, sou consid...