Capítulo 03 - Vou fazer a vida dela um inferno.

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Diretora- Como eu disse, os senhores precisarão ter muita paciência com ela. Se a adoção se concretizar os senhores terão um grande desafio nas mãos.
Célia- Sim, nós estamos prontos para tudo o que vai vir a partir de agora, tenho certeza de que mais cedo ou mais tarde vamos conseguir que Michele veja que nós só queremos o melhor pra ela.
Diretora- Vai ser uma tarefa bem difícil essa. Ela parece irredutível sobre a adoção e está querendo deixar isso bem claro.
Luiz- E isso pode a vir prejudicar o processo perante o juiz?
Diretora- Totalmente. Veja bem, quando se tem o interesse da adoção, a justiça faz questão de que o menor tenha toda a lei a favor dele. Para falar a verdade não são os pais que escolhem o filho adotivo e sim o filho quem vai dizer se aceita aquelas pessoas como seus pais perante a lei.
Célia- Como assim?
Diretora- Que nesse caso por exemplo, a adoção só será de fato concretizada se Michele concordar com isso. Em outra palavras, todo o poder de decisão está nas mãos dela. Nem nas minhas mãos, nem nas do juiz. Apenas Michele vai poder dizer se será de fato adotada.
Luiz- Então se... se Michele não nós aceitar como pais adotivos...
Diretora- Se ela não aceitar ser adotada pelos senhores, a lei estará ao lado dela e não poderemos fazer mais nada.

Célia e Luiz se olham imaginando aquela possibilidade.
Diretora- O melhor conselho que eu posso dar é que pensem bem, porque no fim todo o esforço que fizeram e que ainda estão fazendo pode ser em vão. É uma possibilidade real.
Célia- De maneira nenhuma será em vão. Eu tenho certeza disso.
Luiz- Exatamente, nós não viemos tão longe para desistir agora.
Diretora- Então querem que eu dê continuidade com o processo de adoção?
Célia- Mas é claro que sim, nós estamos decididos a ir até o fim. Um dia vamos voltar aqui, todos juntos e a senhora vai ver uma Michele totalmente feliz sendo parte dessa família. Pode ter certeza disto.
Diretora- É muito bom ouvir isso, são de pessoas assim que esses jovens precisam. Mesmo que ela esteja tão negativa quanto a adoção, ela vai acabar entendendo que nessa nova família ela vai ter tudo o que ainda não teve. Agora tenho certeza de que são as melhores pessoas que poderiam aparecer para a Michele nesse momento.
Célia- Obrigada. ~ela sorri~

Em uma pista de skate, uns jovens voavam em seus "carrinhos". Entre eles, Diego, 15 anos, filho de Célia e Luiz. Com ele estavam seus amigos inseparáveis, Léo, 15 anos e Breno, 16 anos. Os três se conheceram muito novos na escola, e levam a amizade até hoje. Além da escola, outra coisa que os unia era a paixão pelo skate, os três tinham até uma equipe a "dis3to sk8" que participava de algumas competições regionais. Após algumas manobras na pista que simulava um local urbano, Diego para no topo de uma das rampas e se senta no skate. Léo vê o amigo e para no mesmo lugar que Diego e se senta ao seu lado e coloca a mão nos ombros do amigo.
Léo- O que foi cara? Hoje você tá todo esquisito.
Diego- É, mas você já sabe porque.
Léo- Pela garota que seus pais vão adotar?
Diego- É que eu não entendo essa ideia idiota dos dois de querer adotar essa garota. Como se não tivéssemos problemas suficientes sendo só nós três, ainda querem levar uma estranha para dentro de casa.
Léo- É tenso. Se fossem os meus pais eu já faria eles desistirem dessa ideia rapidinho.
Diego- Eu já disse que eles são muito cabeças duras. Dizem que tem amor o suficiente para mim e para uma filha. Viu? Já tratam essa órfã como filha, eles estão completamente loucos.
Léo- Não esquenta cara, as vezes os pais gostam de fazer umas bobagens dessas. Parecem que fazem isso só para nos irritar.
Diego- Pois se for isso eles conseguiram. Mas eu prometo que eu vou fazer a vida dessa garota um inferno. 
Léo- É? E se ela for linda e você acabar se apaixonando por ela? Hein?! ~brincando com ele~
Diego- As chances disso acontecer são zero.
Léo- Ok, seu mentiroso. Mas esfria essa cabeça e se concentra nisso aqui. ~segurando o skate

Breno, 'voa' com o seu skate e para no topo da rampa junto com os amigos.
Breno- Ei, vocês vão continuar ai fofocando ou nós vamos treinar? Se esqueceram que o campeonato já está chegando? Temos que estar prontos para encarar os outros skatistas de igual.
Léo- Ei, quem te nomeou o nosso treinador? Além disso mesmo se não treinarmos somos os favoritos para ganhar esse campeonato. Já estamos muito a frente dos pseudo-skatista da região. Então vê se não enche.
Breno- Não basta ganhar, temos que dar show nesse campeonato, lembre-se que o Kadu "Piolho", vai ser um dos jurados, o cara é simplesmente o maior skatista do país. Fora isso, vários patrocinadores vão estar lá vendo futuros skatistas campeões, ricos e famosos. E eu quero ser um futuro skatista campeão, rico e famoso. Sacou? ~dando 3 tapas de leve no rosto de Léo~ Então vamos logo treinar.
Diego- Não...
Breno- Como assim, "não" ?
Diego- Eu tô sem clima, não posso treinar. Eu vou ir na casa da Priscila, tô precisando relaxar. Se é que me entendem ~dando um sorriso malicioso para Léo~
Léo- Ahhhh, moleque, vai tirar a barriga da miséria.
Breno- Pô, cara, se não treinarmos como vamos ganhar o campeonato?
Diego- Eu vou treinar, mas antes, eu vou ir ver a minha namorada. Relaxa cara, o campeonato não é amanhã. Vou indo nessa, até depois.

Diego sob em seu skate, desce a rampa e sai em direção a casa de sua namorada.
Breno- E lá vai ele.
Léo- Pois é, lá vai ele se divertir enquanto nós ficamos aqui morrendo de inveja.
Breno- E quem disse que temos que ficar com inveja. Se liga naquelas skate-girls ali.
Breno aponta para 4 garotas que estavam andando de skate no local.
Breno- Cara... só gatas. Vamos?
Léo- Duas para cada? Gostei.
Breno- Vamos lá então. A loirinha é minha.
Léo- Só porque você quer.
Os dois descem a rampa e vão falar com as meninas.

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⏰ Last updated: Jan 12, 2019 ⏰

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