Capítulo XX - Os guardiões de Amanda

6 0 0
                                    

"Encante-me com sua dança e seu jeito de menina;

Vamos rir da louca aventura que é a vida;

Tudo neste instante é tão mágico;

Quando estou com você não sinto meus pés no chão;

Você é um anjo que me leva aos céus, perto de um paraíso;

Mas com um fogo infernal no coração...

Nossos lábios são puro carinho;

Nosso olhar diz mais do que mil palavras;

Eu poderia viver para sempre assim..."

Um silêncio constrangedor envolvia Matheus e Amanda que estavam ali, encostados no carro do ausente Daniel. A chuva havia cessado. Uma pequena neblina ainda caia deixando um frio considerável, mas Matheus não se importava com àquilo até que Amanda se encolheu um pouco. Sua roupa era leve demais e provavelmente aquele frio estava fazendo diferença para ela.

"Tome, você precisa mais do que eu". Disse Matheus retirando a jaqueta e colocando sobre os ombros nus de Amanda

"Obrigada". Ela respondeu levemente corada e vestiu a jaqueta que ficou desproporcional ao seu corpo.

"Não, me desculpe. Acho que eu deveria ter feito isso antes".

"Então... Antes tarde do que nunca, não é o que dizem?". Comentou Amanda esboçando um sorriso encantador.

"Acho que sim...". Respondeu Matheus com um sorriso recíproco, algo muito incomum a ele.

"Acho que te desapontei, não é?". Perguntou Amanda colocando as mãos nos bolsos e olhando entristecida para o chão.

"Porque diz isso?". Matheus olhou para ela curioso.

"Está angustiado, não sabe o que é. Tinha esperança que eu poderia ajudá-lo".

"Não se importe com isso". Respondeu Matheus esticando a mão até o ombro da garota. Queria confortá-la, tirar aquela expressão e tocá-la mais uma vez.

"Sabe o que temos em comum?". Ela perguntou olhando para ele assim que sua mão encostou-se ao seu ombro.

"O que?"

"Não temos certeza se estamos acordados ou sonhando. Meus poderes me confundem, e pelo que sinto em você...".

"Está certa, tem horas que não acredito em tudo isso que está acontecendo. É tudo tão fantástico, demônios, anjos, templários..."

"Você tem algum poder?"

"Por quê?" Matheus perguntou estranhando a indagação de Amanda.

"Se você tem, não deveria achar tão estranho essas coisas".

"É..." Respondeu Matheus introspectivo.

A resposta fria e a expressão introspectiva de Matheus fizeram com que o silêncio voltasse entre ele e Amanda, que por sua vez para passar o tempo, começou a observar os transeuntes e toda a movimentação noturna do centro da cidade, tão iluminada quanto o céu estrelado que começava a aparecer entre as nuvens densas daquela noite. Não percebeu, contudo, a presença do detetive Thomas em seu carro do outro lado da movimentada rua.

"Quer voar?"

A pergunta repentina de Matheus assustou Amanda que confusa não conseguia falar. Sua boca ficou levemente aberta como que as palavras tentassem escapar.

Entre o céu e o inferno - A gênese do fimWhere stories live. Discover now