Eu, ela, os latidos e a algema

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Bruna me fitava passeando pelo quarto e buscando alguma coisa (que não encontrei) dentro do seu armário, com olhar apreensivo, parecia não acreditar na situação qual havia se colocado: presa na cama, só deixada com a calcinha branca que eu havia encontrado em sua mala e vestido nela.

- O que você tá fazendo?
- Cala a boca, que quando for pra você falar, eu vou mandar.
- Mari, por que a gente não pode simplesmente ficar, como duas pessoas normais? Me solta daqui! - disse ela, com os dois pulsos presos atrás da cabeça, devido a minha calcinha preta, que usei pra formar alguns bons nós em seu pulso, habilidade adquirida em um vídeo de shibari assistido durante longas horas procurando informações sobre bondage, na minha adolescência. (Cada louco com seus hobbies...)

Parei o que estava fazendo, dei meia volta.
- Já te disse que comigo não funciona assim e serei a mesma pessoa caso decida ser só minha amiga, se ainda quiser minha amizade. Vou te dar apenas um único aviso e a última vez que eu falo é essa: ou você é minha cadelinha que faz tudo que eu quero, ou eu te desamarro, abro a porra daquela porta e vou embora e te encontro no surf, como a boa amiguinha que eu sou. Vou te perguntar pela última vez: o que você quer? Ser minha cadela ou ser só minha amiga?

- Q-quero ser sua cadela. Não vai embora. Eu estou curiosa e com vontade, mas tô sentindo medo, meu.

- Cadela fala? - indaguei, com um sorriso cínico.

- Que?

- Te fiz uma pergunta, caralho. Tá difícil de entender?
Cadela, cachorra, animal, fala ou não, porra? Já viu animal falar?

- Não. - Nesse momento a olhei com repreensão. Ela entendeu. - Não, Senhora.

- Cadela faz o quê?

- Late... - a vi corar e quase gaguejar nesse momento, mesmo com a cabeça baixa.

- Então você tá esperando o quê exatamente? Eu te dar aula de latido, caralho? Late!

Nessa hora Bruna travou. Não sabia exatamente o que fazer, levantou o olhar e pousou ele sobre mim, incrédula. Me aproximei dela, abaixando meu rosto pra ficar na altura da cama.

- Mas eu... - Sua frase foi interrompida por um tapa meu de curta distância em seu rosto, agora corado. Ouvi o eco do meu tapa. Vi a marca da minha mão em sua face.

- Late agora, se não eu vou embora e te deixo com essa mão presa de verdade, pra Deus sabe quem te encontrar aqui pelada e amarrada. Sugestão: inventa que foi feita de refém. Vão te achar menos puta. Ri.

Silêncio.
Comecei a me vestir, ignorando minha calcinha em seus pulsos, peguei um cinto do armário dela e transpassei pelas suas mãos, ligando-o à cabeceira da cama e deixando suas mãos praticamente paralisadas atrás de sua cabeça.

- Tchau, tchau, putinha imprestável. Você falhou até em ser uma cadela. Inacreditável.

Dei meia volta, sabendo que não poderia a deixar daquela forma de jeito nenhum, mas com minha intuição gritando que ela iria quebrar e se submeter. Ela tinha que se submeter. A personalidade dela, os traços, o jeito. Eu não poderia estar errada.

- Wouf! Au! Au au!

Esbocei um sorriso de costas. Sabia.

- Olha quem aprendeu a latir! - Virei de encontro a ela. - Que cadelinha bonitinha... vou adorar te dar uma coleira, sabia? Depois a gente pode decidir qual raça de cadela você vai ser, o que você acha? Eu acho que tá mais pra médio porte... agora, se é vira-lata ou não... acho que vou ter que descobrir. Sorri ironicamente.

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⏰ Poslední aktualizace: Jan 17, 2019 ⏰

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