Leoni encarava Tae com a espada no pescoço do jovem. Não poderia permitir que ele fuja novamente._ Você é o cavaleiro mascarado. - acusou Leoni.
Tae o encarou sem entender.
_ O que? O capitão só deve estar louco! Eu jamais seria um monstro.
_ Não minta para mim, diga a verdade!
_ Capitão não sou o cavaleiro. Nem estou a altura de tamanha agilidade de luta quanto este.
O jovem encarava o capitão amedrontado, estava a falar a verdade, não entendia o motivo de tamanha acusação.
_ Onde conseguiu o ferimento? - apontou para o ombro machucado.
_ Minha irmã foi atacada ontem, os bandidos queriam roubar tudo o que ela conseguiu nas vendas, eu entrei numa luta com espadas com eles, me feriram, mas acabei vencendo-os e os prendi. - justificou tenso.
Leoni o encarou dos pés a cabeça pensando se acreditava ou não na justificativa de Tae.
_ Se estiver mentindo, vou atrás de você. - alertou o capitão largando o rapaz que ageitava sua túnica.
Leoni marchou até o local onde prendiam os infratores e olhou para todas as celas, haviam alguns homens dentro de uma sala onde estavam todos sentados no chão comendo bolinho de arroz.
_ Diga, é verdade que foi preso dois rapazes ontem por ter atacado uma feirante? - inquiriu Leoni para o soldado que guardava o local.
_ Sim, o soldado que guarda os portões do palácio trouxe ontem.
Leoni concordou aceitando então a versão de Tae, este dizia a verdade. Suspirou, por um instante pensara ter pego o culpado.
Caminhou novamente nas redondezas atrás de qualquer pista que o levasse até o cavaleiro. Orava aos céus para que o mestre se recuperasse, era o único que realmente havia visto o rosto dele. A espada havia atravessado seu corpo, temia pela morte do mesmo.
Ele passou a mão no cabelo afastando os pensamentos negativos e voltou ao seu posto em frente ao Templo.
Leoni estava sentado em um travesseiro no chão, enquanto olhava o mestre ainda inconsciente em seu leito. Seu abdômen estava enfaixado com algo escuro na parte do ferimento, certamente alguma erva para curá-lo.
Após suspirar pela décima vez decidiu então voltar para o quarto para uma boa noite de descanso, ouviu então passos no outro lado da porta fazendo então com que ele continuasse onde estava.
Ouviu a porta se abrir e se fechar e alguém se aproximar, pelos passos leves imaginou ser uma mulher e quando a mesma se aproximou do capitão, esse não teve dúvidas. Se perguntava o que Paning Jim estava fazeno ali, se a senhora Horrana soubesse, certamente não permitiria algo assim._ Ele ainda não acordou? - perguntou ela aparentemente preocupada.
Leoni se levantou apanhando sua espada e a encarou.
_ Não. Se me permiti, o que faz aqui?
_ Vim ver como o sacerdote estava. Fiquei preocupada com sua saúde depois que soube do ocorrido.
Os olhos escuros da mulher não saia do sacerdote, Leoni observava com atenção todos os movimentos da mulher e até mesmo o modo de olhar, notou algo diferente no modo em que ela mantia as mãos na frente de seu copo, parecia nervosa e com intenções nada boas.
Decidiu então que não sairia do local, até que essa deixasse o gabinete.
_ Vejo que ele está instável. - observou ela - posso ajudá-lo.
_ Com o que? Não sei se seria possível.
Paning Jim se virou para o capitão e suspirou.
_ Posso curá-lo se quiser, tenho alguns métodos para isso.
_ Com feitiço? Não sei se o mestre aprovaria isso.
_ Ele não está apto a escolher.
_ E a senhora não está apta a escolher por ele. Seria a senhora Horrana a escolher num momento como esse.
Ambos se encararam por alguns instantes até que ela sorri de leve.
_ Eu só estava tentando ajudar.
_ Não será aceito sua ajuda. - respondeu educadamente.
A moça se inclinou levemente para frente e se retirou. Leoni não acreditava na boa vontade da feiticeira, sabia que tinha algo de errado.
Deixou o quarto do mestre e seguiu cuidadosamente a mulher que caminhava até o Palácio sem notar a presença do mesmo.
Ela caminhava firme até seu mais novo gabinete, parecia ter pressa. Leoni ficou atrás de uma pequena casa onde ficava as servas do palácio e avistou Paning Jim passar por duas de suas guerreiras que guardava a porta e entrou. Ele avistou o melhor momento para entrar.
Agarrou uma pedra média perto de seu pé e o jogou sentido contrário onde estava afim de que ambas as guerreiras fossem atraídas pelo som e assim foi feito. Elas correram com as espadas em mãos naquela direção, Leoni aproveitou a oportunidade e correu para dentro do gabinete.
O local era cheio de cortinas pretas que separava vários lugares, algumas velas iluminava o local, porém continuava mal iluminado, ele passou por algumas cortinas com cautela. Ouviu a feiticeira conversar com alguém e parou para ouvir.
_ Está pronto, coloque isso no começo do corredor que a fumaça irá até os guardas fazendo então esses desmaiarem. - explicou ela.
Não houve mais conversa, passos firmes seguiram em direção ao capitão rumo à saída. Ele então correu para fora e se escondeu novamente atrás da casa das servas e observou. Logo um rapaz encapuzado saiu segurando algo debaixo de sua túnica.
Leoni correu silenciosamente atrás desse rapaz, a escuridão da noite o ajudou a se camuflar nos becos. O rapaz deixou a vila indo até a floresta.
Não podia perder de vista, poderia ser de grande valia a identidade do homem.
_ Capitão! Capitão! Ajude-me...
Leoni girou a cabeça encontrando uma mulher sendo atacada num pequeno beco, o assaltante não tentava apenas roubar sua sacola de moedas, mas também se aproveitar da donzela.
Ele olhou pela última vez o homem desaparecer na floresta, e foi em direção à mulher para salvá-la.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ar - Saga Elementar
Fantasy~ Livro 1 da Saga Elemental ~ • CONCLUÍDO • No primeiro capítulo da história, somos apresentados a Leoni, um jovem dotado com o raro e poderoso dom de controlar o ar. Este talento extraordinário o destaca entre os guerreiros do...