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Sinto dor pulsando em minha cabeça.
Não escuto som nenhum, tudo que sinto além de dor é muito frio.

Era confortável tê-los fechados, porém eu acabo de abrir meus olhos.
Só vejo uma imensa escuridão, mas quando olho para cima percebo o óbvio;
Eu estou no lugar frio, embaixo d'água.

Apesar do frio e da dor eu tenho bastante energia. Ou pelo menos o suficiente para emergir.

E assim faço, quando minha face atravessa a barreira da água é como se o mundo a minha volta explodisse em sons, a quebra brutal do silêncio me assusta.

A água tempestuosa e a neblina ainda me sufocam, porém o que me desespera é simplesmente não saber como sair daqui. O vento sopra aqui de forma diferente que lá fora.
Aqui ele parece cortante e afiado, frio.

Algo me diz que não devo procurar por Alice dessa vez, eu preciso procurar por mim mesmo. Foi uma noite difícil até aqui.

Sombras na neblina denunciam.
Eles estão aqui, e também me procuram.

O medo sempre soube exatamente onde eu estava, muito antes deles, e agora ele aperta meu pescoço. Estou desesperado, o que vou fazer?

A neblina desse lugar sempre foi minha inimiga, mas agora ela se redime me salvando dos olhos deles.

Porém não posso confiar na neblina, não por muito tempo. Eles vão me encontrar com ou sem ela.

Maldição.
Um deles está vindo pra perto de mim, ele sente o cheiro do meu medo.

Não vou desistir tão fácil, eles podem me assustar, mas não podem me matar.

Quanto mais me desespero mais chamo a atenção deles, mas é difícil manter a calma com tudo desabando, é difícil cair sem ter no que se apoiar.
É difícil encontrar a ordem em meio ao caos. Mas é necessário.

Eu só preciso me concentrar e dar tempo a mim mesmo. Só preciso fechar meus olhos e respirar fundo, ignorar o mundo a minha volta, por um segundo.

Me acalmando e fechando do meus olhos no caos desde lugar frio, eu consigo abri-los no mundo real.

Alice E ElesOnde histórias criam vida. Descubra agora