ÚLTIMO CAPÍTULO

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Abro os meus olhos e passeio o meu olhar por todo o quarto. Olho para o lado e vejo John dormindo na poltrona ao lado da minha cama e Nicholas dormindo na outra poltrona.

—  Ei, John! Nicholas! — chamo mas nenhum deles acorda.

Me sento na cama e dou um grito tão alto que os dois se assustam, fazendo com que Nicholas caísse da poltrona e John desse um pulo por conta do susto.

—  AH! Oque houve? — pergunta Nicholas assustado. John me olha e faz uma cara de bravo.

—  Acha legal ficar assustando as pessoas? — pergunta John colocando as mãos sobre seu coração e eu começo a rir, fazendo com que os dois riem também.

—  O que aconteceu? — pergunto e eles se entreolham.

—  Um caminhão bateu contra o carro onde você e o Henry estavam e... — John começa a dizer mas o interrompo e sinto o meu coração acelerar.

—  Onde...onde está o Henry? — pergunto sentindo as minhas mãos suarem.

—  Após o caminhão ter batido contra o carro de vocês, o carro capotou por várias vezes e depois um outro carro bateu contra o carro de vocês também, as pessoas que estavam no outro carro não sofreram nenhuma lesão e chamaram a ambulância que os trouxeram para cá. O médico nos disse que você só fraturou duas costelas e que se recuperará logo, mas o Henry, ele...ele bateu com a cabeça muito forte e teve hemorragia cerebral. Graças a Deus os médicos conseguiram salvar a vida dele mas pra isso, tiveram que o colocar em coma induzido... — John me explica tudo oque houve. 

Tudo oque eu quero é ver Henry. Me levanto e sigo em direção ao corredor, com Nicholas e John ao meu encalço. Vou abrindo porta por porta para ver onde o meu marido está.

—  Sarah oque está fazendo? — Nicholas me puxa e me abraça. 

—  Por favor! Eu preciso ver o Henry, por favor! — sinto minhas pernas bambearem e caio ajoelhada no chão.

—  Ei! — Nicholas se ajoelha em minha frente e segura o meu rosto em suas mãos. — Vai ficar tudo bem! Henry é forte, ele vai sair dessa. — Nicholas me abraça e eu deixo que as lágrimas tomem conta do meu rosto. 

— Só precisamos ter fé!  Vem, vamos te levar ao quarto de Henry. — após Nicholas desfazer o abraço, John nos conduz até o quarto onde Henry se encontra.

Abro a porta do quarto onde ele está e tudo oque vejo é um Henry, pálido e respirando por aparelhos. Vou em direção à ele e me sento na poltrona ao lado de sua cama, seguro sua mão e tudo o que consigo fazer neste momento é orar em pensamento. 

—  Com licença! — diz o médico entrando na sala. — Bom, fiquei sabendo que a senhora Johnson veio pra cá e vim ver como você está. — diz. 

—  Doutor! Meu marido vai acordar não vai? — pergunto sentindo um nó em minha garganta.

— Há uma grande chance dele acordar, porém, ao acordar pode ser que ele apresente algumas sequelas. — o médico nos alerta.

—  Que...que tipo de sequelas doutor? — pergunta Lucas.

— Bom, ao acordar ele pode perder a fala ou a visão. Também existe a possibilidade dele ficar paraplégico ou tetraplégico e também perder a memória. — diz e sinto uma imensa dor de cabeça. — Só saberemos quando ele acordar e isso pode levar alguns dias. — continua. 

O médico continua explicando mais algumas coisas que eu não presto muita atenção porque tudo o que eu consigo pensar neste momento, é em Henry e que ele acorde logo. 




Duas semanas se passaram desde o acidente e até então Henry não acordou do coma. Mas eu continuo tendo fé e esperança e pedindo muito a Deus que Henry venha acordar deste coma. 

Eu ainda não pude ter alta, tive algumas complicações e por isso precisei permanecer no hospital em observação, mas graças a Deus eu já estou bem. Durante essas duas semanas, eu não saí do lado de Henry e neste momento eu me encontro no mesmo lugar que estive nesses dias, sentada na poltrona ao lado de sua cama e segurando a sua mão. 

Olho para o mesmo e vejo seu peito subir e descer por conta de sua respiração, sinto o mesmo apertar a minha mão e em seguida abrir os olhos. Ele olha para todos que estão na sala e por último para mim.

—  Henry? Henry você acordou. — digo dando um beijo em sua testa. — Espera um pouco, vou chamar o médico. — saio do quarto e aviso uma enfermeira que Henry acordou e a mesma foi correndo chamar o médico. 

Alguns minutos depois o médico aparece no quarto e retira o tubo que estava ajudando Henry a respirar. 

—  Senhor Henry você poderia por favor me falar quantos dedos tem aqui? — pergunta o doutor fazendo o número dois com os dedos.

—  Dois! — responde Henry. 

Ótimo! Graças a Deus ele não perdeu a fala, nem a audição e nem a visão. 

—  Você poderia por favor mexer os braços e as pernas?! —  diz o médico e assim Henry o faz.

 Perfeito graças a Deus ele também não perdeu os movimentos.

—  Por favor senhor Henry, você poderia dizer o nome de todos que estão nesta sala?! — o médico aponta para a gente e Henry nos olha um por um. 

—  Aquele ali é o meu irmão Lucas, aquela é a minha irmã Tiana, aqueles quatro são Dave, Nicholas, Edward e John os meus melhores amigos, aquela e aquela são as minhas secretárias Lina e Mariana. — diz apontando para cada um que aqui está presente. — E... — diz me olhando. — Quem é você? — pergunta e foi como se eu tivesse perdido o chão que os meus pés tocam.

—  Henry para de gracinha! — diz Tiana.

— Eu não estou de gracinha! Lucas quem é ela? — pergunta. 

—  Ela é a Sarah a sua esposa! — responde Lucas.

—  Claro que não, vocês acha mesmo que eu me casaria jovem? Eu ainda tenho muito oque viver. — responde rindo e eu vejo pelo o seu olhar que ele está dizendo a verdade.

— Não pode ser! Como você pôde se esquecer de tudo o que vivemos? — olho para Henry e sinto os meus olhos arderem por conta das lágrimas. 

— Eu jamais me casaria, ainda mais com uma mulher como você! — responde curto e grosso e sinto uma dor enorme em meu coração. 

—  Sarah! Ei olha aqui pra mim. — diz John tocando em meu rosto e me virando para si. — Vai ficar tudo bem, ouviu? — diz e me solto do mesmo saindo da sala.

Não pode ser! Não pode ser meu Deus, não pode ser. Como...como ele pode esquecer de tudo oque vivemos juntos, do nosso casamento, como ele pôde se esquecer de mim? 

Vou para o jardim que se encontra fora do hospital e me sento em um dos bancos de madeiras. Todas as lembranças que passei com Henry me vem a cabeça. Prefiro pensar apenas, nos bons momentos em que passamos juntos e de uma coisa eu tenho absoluta certeza, mesmo que ele não se lembre de mim e nem do nosso amor, eu não posso e não vou desistir dele.

FIM!!!

Continua...

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