🏈 CAPÍTULO 3🏈

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"Novas experiências nos levam a novas perspectivas".


Hannah Lannister

Com um grande sorriso, abri a porta do meu quarto com a chave que recebi. Precisava dar uma boa primeira impressão para minha colega de quarto e nada como um sorriso gentil.

— Oi, sou a sua colega de quarto! — Deixei todo o ar dos meu pulmões sair.


— Oi, eu sou Harry. — Um garoto sem camisa e todo suado se virou pra mim.

Cobri os meus olhos rapidamente, com o coração a mil e completamente constrangida.

"O que está acontecendo aqui?!"

— Onde está a minha colega de quarto? — perguntei tentando recuperar o controle da minha respiração.

"Que vergonha!"

— Aqui não está! Esse quarto é meu. — Harry diz pouco se importando com o que perguntei.

Tirei a mão dos meus olhos, na expectativa dele já ter vestido uma camisa, mas não.

Ele carregava sim uma camisa branca, mas não estava vestido com ela, e sim na mão, usando como abano.

Ainda me encarava com olhos verdes claros, cenho encolhido, me analisava com o nariz encolhido.

— Essa chave e o número nela dizem que eu vou ficar nesse quarto. — Levantei a chaves e mostrei a ele sem olhar para seu corpo.

Harry era alto, esguio, mas com um pouco de músculos aparentes, tatuagens, muitas. Elas disputavam a atenção com seus olhos verdes.

— Não é possível. Devem ter se atrapalhado. — ele tomou a chave da minha mão, comparou com a chave chave dele e até experimentou na fechadura. — Eu já tenho um colega de quarto e geralmente meninas ficam com meninas, a não ser que... — deu um sorriso safado, mas não voltado para mim.

Achei incoveniente pensar nisso naquela situação.

— E agora? — perguntei perdida.

Eu não sabia o que fazer diante da situação.

— Agora você vai ter que ficar aqui até amanhã, infelizmente. Porque uma hora dessas não tem nenhum setor da reitoria aberto para gente concertar isso. — lamentou.

"Não! Deus é mais!"

— Eu não posso. Eu não posso dormir num quarto com outro homem — expliquei aflita.

Ele me encarava surpreso e comecou a rir.

— Você tá brincando, né? Eu quase acreditei. — Continuou rindo. — Entra. Amanhã a gente resolve isso. Aproveita que estou de boa vontade. — ele me deu espaço para passar com as minhas malas.

— Eu não posso. É contra a minha religião! — expliquei quase sem ar.

O garoto sem camisa estava tirando a minha saúde.

— Então a sua religião permite que vocês sofram no frio e na solidão, em meio ao relento? — perguntou irônico, com seus grandes olhos verdes em mim.

— Não. Por quê? — fiquei confusa com a pergunta. Não tinha nada a ver com o nosso problema.

— Porque é assim que você vai ficar se não passar a noite aqui. Não tem outro lugar pra você dormir a não ser no banco da praça. — explicou  com um sorriso lamentoso e deu de ombros.

Dormir na praça seria mais que um castigo. A ideia acabou me convencendo.

"Que pecado. Senhor me perdoe. Vou passar somente essa noite e nada mais."

Segurei as alças das malas e entrei no quarto que estava um pouco bagunçado.

Não havia outra opção a não ser passar essa noite com o estranho intimidador.

— O que houve aqui? Passou um furacão? — perguntei assustada. Eu pensei que poderia descançar da minha viagem em paz, mas vi que não seria possível no meio daquela bagunça.

Armário de um lado, poltrona e cama de outro, troféus na cama, malas no chão, poeira.

— Só se for o furacão Harry Styles. Acostuma, pois não sei quando vou terminar essa mudança. — senti que ele ainda me analisava. — Escuta. Você sempre anda assim toda coberta ou veio do deserto do Saara direto pra cá?

"Que ofensa!"

Me virei para ele e sim, ele me fitava curioso.

— São minhas roupas normais. — Me olhei. Não estava tão ruim. Usava uma saia longa, botas cano baixo, uma blusa de gola alta e um casaco por cima.

Nada demais.

— Nossa Senhora! Tira esse casaco, minha filha! Estou com tanto calor que nem aguento ficar de camisa e você me vem com três blusas de manga e uma saia nos pés! — implorou agoniado.

— Estou me sentindo muito bem com as minhas roupas, e a temperatura está ótima pra mim. — ignorei a sua agonia.

Só havia uma cama, que suspeitei ser a dele. Nada onde eu pudesse sentar e descansar, já que a poltrona estava repleta de coisas.

Pelo visto, ele era jogador de hugbe.

Uma grande bagunça!

— E esse armário? Por que não arrastou ainda? — notei que só faltava esse móvel para que o espaço, que imaginei ser do seu colega de quarto, ficasse limpo.

— Não consegui arrastar, está muito pesado — ele disse se abanando com a camiseta. — Nossa. Não consigo olhar pra sua cara. Tem dois enormes tufos de pelo nele. — ele virou o seu rosto em outra direção.

"Qual o problema desse rapaz? Mal me conhece e já falou mal dá minha roupa e das minhas sobrancelhas!"

— São as minhas sobrancelhas! — toquei o meu rosto ofendida.

— Nunca pensou em tirar um pouco não? Dá pra fazer duas perucas. Uma de cada sobrancelha. — riu tocando as próprias sobrancelhas.

— Se você continuar me insultando, eu vou embora daqui. — avisei chateada.

— Você quer mesmo?

— Custa ser um bom anfitrião?

Eu não pretendia abaixar a cabeça para o cara, por mais intimidador que ele fosse, eu não era de gracinhas.

Ele entendeu que eu estava falando sério.

— Tá bom, garota das cavernas. Parei. — Levantou as mãos e segurou o sorriso.

— Se eu sou uma garota das cavernas, você é um neandertal, porque não percebeu que com o armário cheio de roupas fica muito pesado pra arrastar. É só tirar as coisas de dentro. — Abri o armário, constatando que a minha suspeita era real. Ele sequer esvaziou o móvel.

"Um grande neandertal!"

Instagram: @autora.nikole

🏈I'm Harry🏈[Att 2024]Where stories live. Discover now