Trilogia Herança - Origem(Em Degustação)

Capítulo 2

Feliz aniversário NILDE Guimarães! Sorte e muito amor sempre. Seja muito feliz!!!!

Elaine minha lindaaaaaaa, PARABÉNS!!!! Todo amor do mundo. FELIZ ANIVERSÁRIO!!!

   Iolanda

Depois de um dia cansativo, duro, e cheio de irritações, um bom jantar e dois drinks são minha última tentativa de salvar a noite, mas como Iolanda Martín não tem limites, acabo com um estranho em minha mesa, um estranho tão interessante que só pode ser um psicopata prestes a me matar.

Não é como se eu fosse o tipo de mulher que atraia o cara certo, em todos esses anos, não aconteceu nenhuma vez, meus sentidos sempre me direcionam ao cara errado. Puyol foi o primeiro, quatro anos vivendo com alguém que só queria uma vaga na empresa do meu pai. Levar quatro anos para descobrir seu real interesse? Detesto me sentir burra. Só me perdoo porque eu tinha vinte anos.

Aos trinta e dois, um novo amor, Victor, cineasta, artista, totalmente sensível, exageradamente sensível, irritantemente sensível. Deslumbrado e mimado, demorou menos tempo para compreender que não servíamos um para o outro. Sou razão, pés no chão e sonhos simples, ele era um tipo de visionário que vivia em um mundo de ilusão que não me cabia. Um ano e meio juntos, mais alguns meses em recaídas esporádicas e então ele foi para Los Angeles e superei.

Depois dos dois maiores desastres amorosos da minha vida, nunca mais nada sério. Tomar consciência da minha inabilidade me tornou ótima em fugir de relacionamentos. Melhor assim.

Santiago parece um homem interessante, tem algum tipo de mistério que me atrai, é um homem bonito, elegante e bastante discreto, fico pensando porque está jantando sozinho quando acredito que seria fácil conseguir boa companhia.

Será que estou sendo idiota? Ele ergue o drink para levar aos lábios e olho para sua mão em busca de uma aliança.

— Viúvo. – Santiago avisa me fazendo corar de vergonha por ter sido pega investigando.

— Desculpe, subitamente pensei no porque um homem interessante como você janta sozinho e me veio a mente que talvez não fosse sozinho.

— Viúvo há dez anos, não quero criar nenhuma situação constrangedora, mas não me convidaria para me sentar em sua mesa se tivesse um relacionamento, ainda que este seja um jantar sem interesses.

Boa, uma bem no meio da testa para deixar de ser idiota, o homem acaba de deixar claro que é só um jantar informal e acho que está pensando que tenho interesse nele, o fato é que está pensando certo. Melhor não desmentir. Apenas passar por cima disso e seguir com a conversa.

— Os Intocáveis. – Digo cortando o filé ao molho madeira. Uma carne suculenta que quase nunca escolho, mas que me traz conforto como a sopa da minha avó na infância.

— Muito bom, mas ainda prefiro Os Bons Companheiros. – Ele diz levando a boca um pedaço da massa suculenta ao molho que pediu.

— Ah meu Deus! – Digo animada. – Robert De Niro está impecável!

— Marlon Brando...

— O poderoso chefão. – Dizemos juntos, trocamos um sorriso. – Não tem como comparar nada com isso. Eu tenho que confessar algo.

Santiago ergue os olhos atento, gosto dele, sei lá porque, sinto que ele é um homem solitário, mas incapaz de machucar alguém. Além de gostar de bons filmes o que já o deixa em um nível bastante elevado no ranking.