Capítulo 3

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  Sempre me afastei dos caras por quem senti algo a mais. Não me permitia chorar por um homem, mas Noah estava mexendo demais comigo a ponto de eu não conseguir segurar um choro. Sai do elevador e o carro já me esperava lá embaixo, passei rapidamente pelo porteiro, lhe dando boa noite e entrei no carro estacionado. Antes que ele desse partida no mesmo, olhei em direção ao alto do prédio, mas não dava para ver nada, principalmente pela cerração que estava cada vez mais forte.
Ao chegar em casa me atirei na cama, chorando tudo que estava acumulado e decidi que independente de estar ou não grávida, iria passar a ignorá-lo.
Já passava do meio-dia quando acordei, geralmente enviava alguma mensagem para Noah, nem que fosse um simples "bom dia", após nosso sexo, e ele seguia fazendo perguntas rotineiras e evitando perguntas pessoais, até nosso próximo encontro. Contudo, não iria fazer isso. Verifiquei o celular algumas vezes e em todas ele estava online, mas nada me enviou. E assim seguimos até a próxima terça-feira, quando acordei com uma mensagem dele.
Tudo certo para a hoje?
Respirei fundo e achei melhor não responder, queria mandar ele para puta que o pariu, queria dizer que minha buceta já estava enjoada e anojada daquele pinto pequeno. Mas tudo seria mentira, a começar pelo tamanho do pênis. Respirei fundo e fui trabalhar, respondendo-o apenas no horário do almoço.
Tenho reunião até as 22 horas, não vai dar, marcamos para próxima semana.
Ele imediatamente respondeu.
Busco você ás 22 horas ou marcamos para amanhã.
Segui dando desculpas.
Amanhã tenho jogo do Inter, hoje vou dormir na amiga que mora aqui perto, pois vou ter que vir aqui na escola amanhã de manhã, quinta também saio com minhas amigas e no final de semana estarei na casa dos meus pais. Marcamos para próxima semana.
Ok.
Ele respondeu e não voltou a falar.
Na quinta-feira após o gelo dele, decidi sair com minhas amigas, precisava me distrair, queria muito comer sushi e após engravidar, não poderia comer por um bom tempo. Pessimista como sempre, não esperava que em um dia onde tudo deu errado eu conseguisse conquistar o sonho de ser mãe. Voltei também a pesquisar clínicas e ativei novamente meus aplicativos de namoro.
Ao chegar no local que sempre íamos comer sushi, minha amiga em cutucou.
- Olha para aqueles boys, os dois são estilo "o que viu nela". – Disse cochichando. Discretamente olhei e senti meu ar faltar. Era Noah, ele e outro cara com aparência parecida, mas não tão bonito, estavam acompanhados de duas loiras, muita bonitas e sorridentes.
Respirei fundo e concordei com a cabeça, tentando não demonstrar o que estava sentindo ali.
- O que aconteceu, você está branca! – Outra amiga perguntou.
- Não sei, acho que está calor aqui. – Menti.
- Tá maluca, inverno no Rio Grande do Sul, nunca é calor. – Ela riu e encarou o amigo de Noah, que nos olhava a todo momento.
- Para meu azar, a mesa reservada para nós, era exatamente ao lado da dele, ou seja, teria que fingir não conhecê-lo e controlar meu assunto com minhas amigas, durante toda aquela noite.

- Então, de quem vamos falar? – Brinquei sentando ao lado de minha amiga, que sentou mais próxima a mesa que eles estavam, ao lado dela estava a garota com quem Noah parecia estar e ao lado da garota, ele. Sentei estrategicamente no local onde ele teria menor contato visual comigo, não conseguiria ter uma noite tranquila sabendo que estava ali, ter contato visual com ele, deixaria a situação ainda pior.

Pedimos nossa sequencia e começamos a falar assuntos rotineiros da escola.
- Essa aqui vai pro céu depois de hoje. – Sara disse apontando pra mim.
- O que aquele peste aprontou hoje? – Lara perguntou um pouco mais alto.
- Meninas, controlem, estamos em um restaurante. – Falei rindo do tom de voz que estavam usando e implorando para o papo da mesa ao lado estar alto o bastante que ele não conseguisse prestar atenção no nosso.
- Desculpa, mas estou curiosa. – Lara disse rindo.
- Tá bom. – Sorri e segui contando. – Ele só fez o de sempre e mais um pouco, mas no de sempre machucou o meu xodó, dai fiquei doida né, porque ele estava doente semana passada, voltou hoje e foi pra casa com um ralado no joelho, por o outro ter empurrado ele.
- Mas ele não tentou te bater?
- Tentou, quando fui colocar ele de castigo.
- Tem que cuidar Allice, principalmente se você... – Ela ia falando e então a interrompi.
- Estou cuidando amiga, não me esforço muito com ele, por culpa da labirintite também, terça falei com o pai dele tivemos uma reunião sobre o comportamento e hábitos de higiene.
- Faz bem, mas pensa pelo lado positivo, você pode pecar bastante que já tem vaga garantida no céu.
- Acho que vou até poder levar algumas pessoas comigo, de tanto pecado que paguei. – Respondi rindo.
- E o cara lá, que você estava toda apaixonadinha? – Silvia perguntou, alto demais, perto demais dele.
- Ele é um idiota. – Disse e só então percebi o olhar de Noah em nossa mesa, ele estava em pé e sem medo algum me encarou por um momento, antes de ir em direção ao banheiro.
- Que olhar foi esse? – Lara perguntou.
- Que olhar? – Fingi não perceber.
- Do bonitão para você. – Silvia disse baixinho.
Nesse momento nosso celular vibrou e Sara mandou que olhássemos o grupo da escola, na verdade a mensagem era dela, em um grupo privado nosso.

Esse cara trocou de lugar com a garota que ele estava e ainda deu uma encarada na Allice, é louco, medo da mulher querer bater na gente, ela deu uma olhada indignada pra cá agora

Mas será que são namorados, viu eles trocando carícias?
Não me contive e perguntei.
Sara apenas fez um sinal negativo em resposta.

Meu celular começou a vibrar sem parar, olhei no visor, disposta a cancelar a ligação, mas então vi o nome dele na tela.

- Fala. – Atendi.
- Vem aqui no banheiro, agora. – Falou e desligou o telefone.

- Era minha mãe, mas ninguém falava nada, ligou errado. – Desconversei.
- Acho que vou ao banheiro, já volto. – Disse para as meninas e levantei em seguida. Minha vontade era ignorá-lo, mas não conseguia, a curiosidade de saber o que ele queria era maior.
Levantei e fui em direção ao banheiro do local. Ele era dividido em ambientes, em uma parte ficavam as pessoas que tinham reserva, outro funcionava como local de espera, e o banheiro ficava após esse local, então de onde estávamos, não conseguíamos ver o que se passava no banheiro e entre o feminino e masculino, havia uma espécie de hall com alguns sofás para espera.

- Finalmente. – Ele disse assim que entrei no Hall.
- O que você quer? – Perguntei séria.
- Eu sou um idiota? – Perguntou com raiva.
- Por quê? – Perguntei sem entender.
- A conversa. – Ele disse com raiva.
- Acho que isso não interessa a você, mas saiba que não temos compromisso algum e posso ter outros fixos, não sou exclusiva de ninguém, logo o idiota talvez não seja você. – Respondi com raiva.
- Você tem outros fixos então? – Ele perguntou e apertou meu braço.
- Responde olhando em meus olhos.
- Já falei que não interessa a você. – Tirei sua mão de meu braço.
- Por que não me mandou mensagem como sempre faz? – Mudou de assunto.
- Porque não quis.
- Um dia demonstra querer algo a mais, no outro começa a ignorar e diz que tem outros fixos, não entendo você. – Ele parecia nervoso.
- Me esquece Noah, o seu dia é a terça, hoje quero aproveitar com minhas amigas.
- Então quer dizer que não trocaria elas, por isso? – Falou me beijando.
- Não trocaria por isso? – Disse levando minha mão até seu abdômen e tentando descer até o membro.
- Você está com sua fixa de quinta-feira. – Disse me afastando.
- Ela não... – Ele começou a falar, mas eu não queria ouvir, não queria pensar nela com ele, muito menos me comparar com a garota e ver que os dois tinham muito mais em comum, principalmente falando em aparecias, do que eu e ele.
- Me deixa Noah. – Pedi quando senti sua mão me segurar novamente, ele então me largou e voltei para minhas amigas, sentindo-o me seguir.

- O que aconteceu, você está branca! – Minha amiga disse.
- Nada, eu só não estou me sentindo muito bem... – Respondi.
- Ih, só falta estar grávida. – Silvia brincou.
- Sem chance, estou naqueles dias. – Respondi tentando eliminar o assunto da mesa.

Seguimos a noite falando sobre viagens, músicas, planos de aula e rotina escolar, Noah saiu de lá antes de nós, sem tocar na menina que o acompanhava, enquanto o outro saiu de mãos dadas com a outra menina.

Na saída, percebi que ele estava parado em frente ao local, conhecia seu carro e não era um modelo que passava despercebido.
- Se algum dia sair com um dono desses carros, zero a vida. – Minha amiga disse passando ao lado do dele para entrarmos no de minha amiga.
Apenas ri, mesmo sentindo vontade de chorar e entrei no carro com ela. Distraída cuidando a estrada me surpreendi ao ver Noah nos ultrapassando.
- Achei que estava nos seguindo, mas ultrapassou. – Ela disse fazendo bico.
- Ainda bem que não estava nos seguindo né, que sono, não vejo a hora de chegar em casa. – Respondi.
- Falta pouco. – Ela respondeu e seguiu dirigindo até me deixar na porta de meu condomínio e seguir em direção ao dela. Eu nunca tive pretensão de ter um carro e não sabia dirigir, então sempre usava aplicativos ou saia com essa mesma amiga.

Assim que ela deu partida em seu carro e antes de entrar no condomínio, senti uma luz forte vindo de um carro conhecido, estacionado ali perto.

- Espera! – Noah disse saindo do carro e indo em minha direção.
- O que você quer? - Perguntei e me aproximei dele, que se escorou no carro.
- Quero você, vamos lá pra casa. – Disse abrindo a porta do carro.
- Não posso, tenho que trabalhar amanhã.
- Não vamos demorar muito. – Pediu.
- Não posso, além do mais, hoje é quinta-feira.
- Que besteira, escolhemos a terça por ser um dia bom pra você, mas não me importo com dia fixo, só me importo com a questão do compromisso, vamos, sei que você quer. – Disse marrento.
- Eu não quero e eu vou para minha casa, estou com frio, quero tomar banho e dormir.
- Ok, vou com você então. – Ele disse travando o carro.
- O que?
- Me convida pra ir com você. – Ordenou.
- E se eu não convidar?
- Você teria coragem de deixar esse corpo aqui dormir ao relento?
- Você não quer dormir, quer transar.
- Melhor ainda. – Sorri e me deu a mão.
- E se eu tiver um marido e ele estar me esperando em casa?
- Me pergunto o que você diz para ele nas terças-feiras. – Riu debochado.
- Idiota. – Falei segurando sua mão e entrando no prédio.
Dei boa noite para o porteiro, de uma forma simpática, Noah apenas o encarou.
- Esse porteiro fica olhando tua bunda nas câmeras. – Observou.
- Deve ficar, mas tomar atitude que é bom... Nada. – Fingi estar decepcionada.
- Você quer dar pra ele? – Perguntou atônico.
- Queria, antes de conhecer você.
- Por que deixou de querer após me conhecer?
- Quem tem esse corpinho ai, não quer outro. – Falei sem o encarar.
- Sei que sou gostoso. – Ele disse mordendo meu pescoço enquanto abria a porta do prédio. Em seguida caminhei até meu apartamento, que ficava no primeiro andar e entrei com ele.
- Você consegue ter uma visão do toda casa ao entrar na porta. – Falei rindo.
- Você mora sozinha aqui? – Perguntou observando tudo.
- Sim, eu dividia com uma amiga, mas ela casou... Então segui morando sozinha.
- É alugado? – Perguntou me beijando.
- Não, é meu, financiado, mas é meu. – Sorri tímida.
- Hum, e isso é de quem? – Ele disse tirando a minha blusa e apertando meu seio.
- Meu também. – Debochei.
- Resposta errada. Isso é meu! – Ele disse me beijando com desejo.
- Aqui é frio. – Falei o beijando e indo para o quarto.
- Você não quis ir para minha casa...
- Shiu. – Disse o empurrando para cama e ajudando-o a se livrar das peças que ele vestia.
- Gostosa. – Ele disse arrumando meu cabelo em um rabo e segurando com força, subi para cima dele o beijando e desci os beijos pelo seu corpo, mordendo seu peito e tentando observar se havia alguma marca de sexo. Dei um chupão forte em seu abdômen, queria marcá-lo, ele não pareceu se importar com aquilo.
- Allice. – Gemeu meu nome. – Quero entrar logo dentro de você. – Disse retirando a cueca que vestia e trocando de posição, ficando por cima.
Ele posicionou seu membro em minha entrada e começou a alisar meu clitóris com seus dedos grossos.
- Gosto do quão úmida você é.
- Fico assim com seu toque. – Falei de olhos fechados, sentindo as carícias dele.
- Gosto de causar isso em você. – Ele disse beijando meu pescoço, bochecha e lábios, enquanto penetrava lentamente seu membro. Em seguida parou com o membro dentro de mim e ficou me encarando.
- Noah... – Eu sorri o encarando.
- Sim? – Ele sorriu debochado.
- Não me tortura. – Pedi.
- Seu desejo é o meu. – Ele sorriu e começou os movimentos, mais lentos que o costume, mais preocupado em me beijar e acariciar meu corpo, do que o sexo em si. Ficamos um tempo nessa posição, até ele pedir para que eu comandasse o ritmo, sentou, escorando-se na cabeceira da minha cama e eu sentei nele, deixando-o me penetrar. Sentada, com seu membro dentro de mim, abracei Noah e lhe beijei calma, ele correspondeu meu beijo, alisando minhas nádegas e costas, em seguida segurou com força e começou a subir e descer meu bumbum, enquanto eu me segurava na cabeceira atrás dele, e sentia sua língua em meus seios. Sabia que não demoraria muito para chegar a ápice, meu corpo parecia querer explodir, queria sentir aquilo por mais tempo, queria prolongar aquilo, me perguntei como conseguia viver sem isso antes dele, pois nenhum outro conseguia esse efeito em mim.
- Eu vou... – Ele avisou pressionando meu corpo junto ao dele.
- Vai. – Foi tudo que consegui dizer em um gemido mais alto que o normal, logo senti seu liquido quente adentrar meu corpo e segui os movimentos, até explodir em um orgasmo e me jogar em cima dele, ainda com o membro, não mais tão rígido, dentro de mim.

Fiquei quieta, com os olhos fechados, sentindo seu coração bater acelerado, assim como meu. Nossa respiração estava ofegante, não conseguiria formular uma frase, estava cansada demais.
Noah apenas escorregou em minha cama, deitando-se e me puxando com ele. Puxou o edredom e cobertor que estavam agora bagunçados na cama e nos cobriu. Ele me abraçou forte, seu corpo quente logo me esquentou e pela primeira vez dormi em seus braços em uma cama. Na minha cama.

Pov Noah
Ver Allice nua, era uma das minhas visões preferidas da vida, ela dormia tranquilamente em sua cama e não percebeu quando levantei dela. Já passava das 4 horas da manhã, sabia que ela acordaria por volta das 6 horas, não queria me despedir, não queria lhe dar um bom dia, pois sabia que ela criaria esperanças de algo que nunca aconteceria.
Ela era o mais diferente que já tive em minha cama, uma garota, tentando demonstrar desinibição para o sexo, mas que na realidade, estava vivendo sua primeira aventura com um desconhecido. Admirava sua força para vida, meus detetives descreveram sua rotina semanal e não parecia ser fácil, mas em nenhum momento lhe via de cabeça baixa. Allice demonstrava uma força admirável para concluir seus objetivos. Ela não tinha o melhor salário do mundo, mas sabia se manter com ele. Não tinha a profissão mais valorizada, mas demonstrava um amor sem igual pelo que fazia.
Ela estava causando algo estranho em mim, algo que não queria sentir novamente e sabia que precisava afastar, mas estava sendo mais forte do que gostaria.
Olhei mais uma vez para pequena garota dormindo na cama e senti vontade de voltar para lá, mas não era mais uma criança, tinha noção do que seria ou não certo fazer e terminei de me vestir, observando o pequeno apartamento mais uma vez, antes de ir embora.
No caminho até minha casa, fiquei intrigado pensando em nossa realidade tão diferente. Seu apartamento custava menos que meu carro e estava financiado em um número de vezes maior do que eu conseguia calcular. Sabia que ele era um sonho que ela realizou, mas quis tirá-la de lá, aquela localização não era boa, me perguntei como ela caminhava o trecho até o ponto do qual pegava o ônibus até a escola em que trabalhava, em um horário ainda escuro no começo da manhã e a noite, quando voltava para casa. Senti medo dos perigos que ela corria e pensando nisso demorei a pegar novamente no sono. Decidi desmarcar todas as reuniões que teria naquela sexta-feira, precisava esquecer de tudo no único lugar que tinha esse poder: academia.
Marquei três aulas seguidas de box, que sempre foi meu esporte preferido, mesmo sendo contra o desgaste que isso poderia me causar, meu personal e amigo atendeu o pedido, ele sabia que algo estava errado, eu estava voltando a treinar mais que o normal e isso só havia acontecido após a morte de minha primeira mulher, mas eu havia quebrado uma promessa que fiz em seu leito e estava prestes a seguir quebrando essa promessa em uma forma ainda pior. Precisava pensar em tudo, me perdoar, pedir o perdão dela, e pensar mais antes de me mover pela emoção e necessidade por aquela garota




Nota da autora: Tudo bem com vocês? Demorei, mas atualizei! o/

Por favor, comentem o que acharam! 

Beijos, até a próxima

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⏰ Last updated: Jan 29, 2019 ⏰

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