MyaFlashback
- Por favor, ele é seu filho! Não faça isso! - eu gritava desesperada e tentava a todo custo ficar à frente do meu pequeno enquanto a arma era direcionada a seu corpo.
- Some da minha frente, sua vagabunda! Ou eu mato você também.
- Atira! Pode até atirar em mim, mas não nele, é tudo que eu tenho.
Minhas lágrimas cobriam meu rosto e o desespero tomava minha alma sem pena.
Os pequenos braços se agarravam a mim como se pedisse proteção, mas estou tão machucada que mau consigo me mexer.
Até que, sem outro aviso, o gatilho foi apertado..
- NÃO! Por favor, não.. - dei um pulo na cama e vejo que estava chorando horrores. Meu corpo tremia e suava frio apavorada enquanto RK me abraçava pelas costas, tentando fazer com que eu parasse de me debater.
- Ei, ei morena, fica calma, truta! Eu tô aqui, ninguém vai atirar em ninguém, não.
Eu só conseguia negar com a cabeça e pedir para que o trouxessem de volta, mas isso nunca seria possível, aquilo não era apenas um pesadelo e eu sabia.
- Ele matou, ele o matou e eu não fiz nada! Eu não podia..
- Shi! Calma.. ele quem? Quem matou quem?!
Seus olhos arregalados denunciavam sua surpresa, mas pra ele não deveria passar de um pesadelo a qual ainda eu não havia raciocinado.
- Meu filho! - nesse instante os braços de RK se folgam do aperto que me causava e eu decido ser franca. - Aquele maldito, filho da puta, tirou a vida do meu pequeno.
Me viro pra ele sem me importar com o meu estado lastimável e vejo sua expressão de choque.
- Ele só tinha dois anos, como ele pôde fazer isso com o próprio filho, RK? Eu cuidei sozinha, assumi a responsabilidade sem pedir um real daquele nóia de merda e ele vem tirar o meu filho por ego! POR EGO!
RK
- F-Filho? - pergunto ainda atordoado com a notícia. Como assim ela é mãe?
- Sim, meu filho! Que o desgraçado do Oreia fez questão de matar na minha frente, sem um pingo de dó ou consideração daquele ser inocente.
Naquele momento meu sangue borbulhava e eu sentia a minha cabeça latejar pelo ódio! Eu sabia que aquele desgraçado havia saído daqui fugindo de alguma coisa e que não era de confiança como os caras queriam que eu acreditasse.
Como um maluco tem coragem de fazer isso com a própria cria?
O que mais eu ainda não sabia daquela mulher? Assumiu a gravidez e toda a responsabilidade de ser mãe, sem contar com mais ninguém pra isso, como a minha mãe fez.
O excesso de informações ainda rondava meus pensamentos e eu tentava raciocinar o mais rápido que podia.
- Eu não consigo mais dormir em paz, RK. Toda vez eu acordo com essa memória me corroendo por dentro, cara. Eu não sei mais o que fazer pra tirar esse peso de mim.
Suas lágrimas desciam como uma cachoeira e eu a acolho da única forma que consigo. Com um abraço forte e palavras de consolo que, pra quem já perdeu alguém, não servem para nada além de transmissão de pena.
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Malandra / DA PONTE PRA CÁ!
RomanceCola de calça apertada, boca de sino, de blusa decotada, perfumada e sorrindo. Me pede um isqueiro e me oferece um cigarro. - Oi, você tem fogo? +18. • Palavras de baixo calão, GIF's, cenas de sexo, drogas, agressão e consumo de álcool apareceram e...