Um quase pedido

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Bella e Miguel, já estavam mais do que acostumados um com o outro e não viam problemas nenhum nisso, mas, como quase tudo na vida de Bella, por mais que ela tenha esquecido, sempre havia algo para atrapalhar. Algo tinha que acontecer, para agitar a vida deles de novo.

Dentro do tempo previsto de gravidez, Bella deu a luz ao belo menino, forte e cheio de vida, com Miguel ao seu lado, a apoiando em tudo que precisava. Ao pegarem o pequeno no colo, ambos sentiam que as coisas estavam dando certo para eles, a felicidade em ter um filho, juntos, era apenas um bônus, incrível. Estavam completos.

Por isso, Miguel deixou Bella aos cuidados de sua mãe no hospital, antes que acordasse de seu descanso e foi atrás de uma peça que sempre achou que nunca precisaria.

- Filho, porque não aproveita sua namorada e filho mais um pouco e depois pensa nisso? Um pouco mais de tempo não vai mudar nada. - disse sua mãe, antes que ele saísse, não gostando da sensação que teve naquele momento.

- Mãe, a senhora mesmo disse que foi a Bella que me colocou no lugar e nunca me viu sorrindo desse jeito antes. Já está na hora de sossegar e eu quero isso com ela. Não posso esperar mais.

Ela suspirou, aceitando e o abraçou uma última vez.

- Tudo bem. Vá, mas não demore.

- Pode deixar, dona Esther. Já volto.

Miguel deu um último beijo em Bella e seu filho, antes de finalmente sair.

Quando Bella acordou, ele ainda não havia voltado, preocupando as duas mulheres de sua vida.

Horas se passaram e nada de notícias.

- Esther, ligue para ele. - pediu Bella a mãe de Miguel, que não hesitou em fazer o que ela pediu, mas caiu na caixa postal.

- Ele não atende. - disse Esther, preocupada, sabendo o que poderia fazer, mas não querendo deixar Bella e a criança ali sozinhas.

Bella, sabendo o que se passava na mente dela, pegou sua mão que estava ao seu alcance, apertando.

- Vá e o traga inteiro para mim.

Esther a encarou surpresa.

- Como...

- Não sou estúpida. Não sou capaz de ficar longe do sobrenatural, já aceitei isso na minha vida.

- E mesmo assim...

- Eu amei o seu filho, mesmo sem querer.

A mais velha não segurou as lágrimas, mas tentou ser firme.

- Vou trazê-lo de volta.

- Vá.

Esther deu um beijo em seu rosto e finalmente saiu, quase correndo, em busca de seu filho.

Longe de olhares curiosos, fez o que tinha que fazer, mas ao achá-lo, quase desejou não ter feito.

Seu filho mais novo, o que a fez enxergar o que era e o que estava fazendo e, a ajudou a mudar, sofreu um acidente.

Miguel estava feliz por ter achado o anel ideal. Já estava voltando para sua amada e filho, mas cometeu seu erro, ao desviar o olhar da estrada por um segundo, para pegar a pequena caixinha, sorrindo, quando aconteceu. Um outro carro bateu no seu, não deu tempo de desviar. Apesar do que era, Miguel sabia que não havia mais chance.

- Me desculpe, Bella. - sussurrou Miguel, antes de fechar os olhos e se deixar ir.

Quando a ajuda chegou, era tarde demais.

Ele já estava morto.

Bella recebeu a notícia, com Esther ao seu lado. As duas choraram juntas, sem acreditar que aquilo havia realmente acontecido.

Quando pensou que as coisas na sua vida dariam certo, algo tinha que acontecer para tirar sua felicidade.

- Eles encontraram isso no carro com ele. É seu. - disse Esther, quando se afastou, ambas tentando se recompor.

Bella pegou a pequena caixinha, confusa. Ela estava manchada de sangue.

- O que...

- Abra.

Ao abrir, a mais nova se surpreendeu ao ver o simples anel, com uma pedra azul. Era perfeita. Miguel já a conhecia bem o suficiente para saber exatamente o que ela gostaria.

Sentindo novas lágrimas escaparem, Bella pegou o anel.

- É perfeita. - sussurrou Bella.

- É uma pedra... - sussurrou Esther, surpresa, mas se calou ao ver o olhar de Bella nela.

- É uma pedra o que?

- Bella...

- Esther, eu quero saber.

- Quando for para casa. Eu vou lhe contar tudo.

Bella assentiu, sabendo que não fugiria.

Apesar da dúvida, Bella colocou o anel na mão, direita. Poderia não se casar, mas era algo que ele pretendia dar para ela, então era importante.

A vida humana pode ser cruelWhere stories live. Discover now