Capítulo 39- O jogo começa.

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Caren já havia desejado voltar no tempo somente algumas vezes. Quando estava em frente a sala da diretora esperando sua penitência por ter explodido a sala de biologia. No momento em que foi pega traindo sua melhor amiga com o namorado dela. No dia que entrou em coma alcólico na casa do Sidney. E nesse dia que ficaria marcado na mente dela como o bunker da morte.

Depois de ter queimado seu odiado amigo espantalho adentrou o lugar subterrâneo e só depois de uns 5 minutos se ligou que não existia botão nem máquina pra voltar dias antes em sua vida. Na frente dela encontrou várias câmeras. Que mostravam cenas ao vivo. Cenas horríveis.

A primeira câmera mostrava Dave enjaulado. Ele estava amarrado por correntes desacordado, sua cabeça jorrava sangue, o que fez Caren pôr a mão na tela de desespero. Em volta da jaula havia uma espécie de espinhos cortantes e algumas dinamites explosivas em forma do famoso rostinho do psicopata. Caren tirou os olhos de Dave com relutância e tristeza, queria poder fazer algo, mas no momento se conteve a apenas olhar para a segunda câmera.

Era ele mesmo. Cold, o adolescente loiro que gostava de Lin Parker, estava pendurado na parede por dois braçaletes de ferro nos braços e duas tornozeleiras férricas nas pernas. Em toda a extensão do corpo do garoto haviam serras elétricas amarradas por cordas, se o assassino simplesmente ligasse as serras e as empurrasse na direção do garoto, Col seria serrado completamente e por fim estaria sem vida. Caren soltou um suspiro que não aliviou seu peito pesado como chumbo. Aquilo não podia estar acontecendo. Puxou os cabelos e pousou os olhos na terceira câmera. Antes não tivesse nem descido naquela merda de bunker.

A ânsia veio junto com a terceira câmera. Desespero e pavor foram desencadeados. Era August. Não era preciso nem mesmo um segundo olhar. Seu ficante amado estava uma camisa de força preso em uma cadeira. Gus era forçado a olhar pra cima por meio de cordas com a boca aberta, pois dentro da boca tinha um tubo que subia até o alto de um armário atrás dele, lá haviam pedras em uma sacola. Se o assassino desejasse por livre espontânea vontade jogar pedras pelo tubo, elas entalariam na garganta de August e ele morreria sem ar.

A triste quarta câmera chegou. Caren queria correr pra longe dali, se fingir de louca e querer mentir pra si mesma que nada daquilo era verdade. As lágrimas já desciam doloridas pelas bochechas macias dela. Não tinha ideia como salva-los. Mas sentiu no fundo que a quarta e última câmera foi a pior de todas. Ian... O Ian desaparecido estava lá também. Em algum lugar de Stanford ele estava desamparado e preso de uma forma que ninguém nessa terra poderia merecer.

Ian estava acordado. Era o único das câmeras que estava consciente. E ele chorava verdadeiramente sem pudores. Realmente desesperado na situação em que se encaixava, ele estava sentado no chão com olhos avermelhados e com uma expressão terrível. Em volta dele havia milhares de caixas de som, se elas fossem ligadas no máximo juntas, ele não aguentaria o volume totalmente fora dos limites e seu fim chegaria como se não fosse nada.

Caren sentiu a raiva fervendo em seu sangue. Queria tirar Ian a força daquele lugar e abraça-lo com uma força descomunal e ficar repetindo que tudo daria certo e que os dois iriam fugir daquele mundo mau que era. Se ela vencesse no final de tudo que passava, iria para um lugar bem longe e agradeceria a Deus por ele ter ajudado ela a ter forças contra esse psicopata.

_ Me dê uma chance de salva-los, eu imploro por favor! Faço o que você quiser!_ Caren gritou no bunker esperando uma resposta. Mas nada veio, apenas aquele eco incomodante._ Não quero que mais ninguém se machuque...

Não demorou muito para que ali dentro soasse um bip forte que ela não ignorou. Coçou os olhos frenética e olhou para as câmeras. Não havia nada de diferente. Olhou para o teto, avistou uma câmera a suas costas no lado direito. O assassino estava observando de camarote o tempo todo o medo dela. Para a pessoa que estava causando tudo isso era como um programa de piadas das cinco da tarde. Em baixo da câmera havia algo que a professora não tinha reparado antes, uma sexta pendurada em um prego. Havia papeis numerados dentro da bolça de madeira. Caren sem entender muito bem, mas com curiosidade iminente pegou a sexta e puxou o papel de número 1.

Jogo Cinzento (Concluído)Where stories live. Discover now