I'll be needing stitches.

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Lily não conseguia acreditar na sua completa falta de sorte. Numa escala de azar, ela com certeza estaria no topo como rainha soberana. Sua respiração saía em lufadas de fúria ao encarar Amos Diggory.

— Lily, eu... — ele começou, mas ela não queria ouvir. Simplesmente deu as costas e se afastou, sabendo que tudo o que ele dissesse seria mentira.

Afinal ele estava com outra! Tudo bem que Amos e Lily não tinham nada sério, mas, poxa, ele havia marcado um encontro com ela no Valentine's! Quem marcava encontros naquele dia se não quisesse ter alguma coisa séria com a pessoa?

Bem, tudo bem que não era como se Lily realmente gostasse dele, porque, no fundo, o achava meio babaca, e que estava saindo com ele há menos de duas semanas e só aceitara o encontro porque não queria passar o Valentine's sozinha...

Contudo, se antes mesmo de eles terem qualquer coisa séria, ele já estava saindo com outras, como ela sequer poderia cogitar a hipótese de continuar saindo com ele?

Lily estava cansada de pessoas babacas. Mas ela estava ainda mais cansada de passar o Valentine's sozinha. Fazia mais de três anos desde que ela tivera um namorado sério. Seria de se esperar que, depois de tanto tempo, conseguiria um encontro decente para uma data daquelas, não seria?

Bem, ao que parecia, aquilo não se aplicava a ela. Lily Evans, a azarada.

— Droga. — Ela resmungou ao baixar os olhos para o relógio de pulso, percebendo que havia perdido o horário do ônibus. Como se ela precisasse de mais um motivo para odiar aquele dia! Agora ela teria de ficar ali, esperando, enquanto via casais e mais casais aos amassos na rua, esbanjando felicidade em barzinhos e cafés, trocando presentes e declarações apaixonadas. — Eu odeio o Valentine's Day! — Bufou.

Respirando fundo, recostou-se contra uma placa de uma loja, tentando não pensar em quão triste seria sua noite, sozinha, provavelmente atirada no sofá assistindo Netflix.

Certo, tudo bem, se fosse em qualquer outra noite aquilo realmente teria sido um ótimo programa, porém, justo naquele 14 de fevereiro onde ela pensara que, depois de longos três anos, faria alguma coisa diferente a não ser passar em casa se entupindo de doces enquanto assistia Sherlock, tudo parecia um desastre gigantesco.

Estava começando a se preocupar, porque não era possível que depois de tanto tempo continuasse solteira. Quer dizer, as pessoas tinham um prazo, não tinham? Algo como "um ano sozinha é ótimo, dois é aceitável, três: provavelmente ficará para titia".

Engoliu em seco ao pensar na possibilidade de passar o resto de seus dias com nove gatos caminhando por entre seus pés enquanto tudo o que fazia era engordar e assistir programas do Discovery Home&Health. Por Deus, aquilo era depressivo.

O que parecia ser o milésimo casal apaixonado passou por ali, parecendo achar que bem em sua frente era um ótimo lugar para começar a dar uns amassos quentes. Quem, por Deus, dava amassos em frente a pessoas deprimidas que passariam o Valentine's em casa?

Ao que parecia, toda a população Londrina.

— Ah, mas que merda. — Resmungou, completamente irritada com a situação do casal que não parecia nem mesmo respirar de tão colados que estavam. — Arranjem um quarto!

O garoto se afastou, olhando para ela e sorrindo.

— Qual é, tia, só porque você é amargurada não quer dizer que tenhamos de deixar de aproveitar. — E voltou a engolir o rosto da namorada.

A boca de Lily deveria apresentar um 'o' perfeito. O garoto, além de tê-la insultado de amargurada, ainda por cima a chamara de "tia". Aquele tipo de coisa era o que se usava para chamar pessoas encalhadas, totalmente fora do mercado do Valentine's.

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