Blood Rose | Yoo Taeyang

Capítulo 1

   Era a primeira vez que eu estava me mudando e eu não estava nada feliz com isso. Ter que deixar tudo para trás era extremamente irritante, mas eu não tinha escolha. Como meu pai viajava frequentemente para outra cidade, por causa do trabalho na delegacia, ele acabou se transferindo para lá. Além disso minha mãe conseguiu uma promoção no trabalho e também se transferiu para lá.
   Olho em volta para meu quarto, que agora está vazio. Algumas lembranças tomam conta de mim, dou um sorriso fraco.
   -Hyerin! - minha mãe grita do andar de baixo.
   -Tô indo mãe! - dou uma última olhada geral no quarto antes de sair.
   Desço as escadas e me dirijo para a saída, fecho a porta.
   -Por que demorou tanto? - minha mãe reclama quando entro no carro.
   -Eu estava me despedindo da casa!
   -Eu sei que você não quer se mudar, mas não posso fazer nada - ela dá partida no carro - Você se despediu da Minsoo?
   -Não - suspiro -Ela odeia despedidas.
   -Que ótima amiga que ela é.
   Reviro os olhos e encosto na janela, coloco meus fones e deixo a música me levar. Duas horas mais tarde, nós chegamos no nosso novo lar.
   Desço do carro e caminho para à casa. Uma casa grande de dois andares está na minha frente, o jardim bem cuidado me chama a atenção.
   -Seu pai já está aqui - minha mãe fala entrando pelo portão.
   -Ah, faz sentido o jardim arrumado.
   Minha mãe dá um leve sorriso e vai em direção à porta.
   -Você vai gostar daqui.
   -Se eu gostasse do fim do mundo, quem sabe.
   O meu novo lar ficava exatamente no fim do mundo, o lugar era tão isolado que não tinha ninguém andando na rua e o centro ficava a meia hora dali.
   Entro na casa e me deparo com meu pai, ele me dá um oi seco como sempre. Nós não éramos muito próximos, por causa de algo que havia acontecido há alguns anos.
   Meu pai havia ido antes para nossa nova casa, afim de arrumar tudo e resolver os problemas da minha escola e do trabalho dele.
   Vou em direção a sala analisando a casa. A sala e a cozinha ficam ligadas sem uma porta para separá-las, uma escada leva ao andar de cima que dá para um corredor. No quarto do fundo ficam meu pai e minha mãe, no quarto do meio do corredor fica o meu e no começo do corredor fica o escritório do meu pai.
   Entro no meu quarto, os móveis já estão todos nos lugares. A grande janela com um banco me chama atenção, ando até ela e olho para o lado de fora.
   -Ah que legal, eu tenho a visão completa do quarto da casa vizinha.
   Fecho a cortina e vou para o banheiro, depois de tomar um banho eu escuto minha mãe chamar.
   -Oi mãe - desço até a cozinha.
   -Vai até o mercado, a geladeira tá vazia.
   -Existe um mercado nesse fim de mundo?
   -Existe - ela me dá uma lista e notas de dinheiro -Fica no fim da rua.
   Pego uma blusa e saio de casa.
Caminho pela rua que continua deserta, de repente uma bola de basquete me acerta.
   -Ai! - olho irritada em volta.
   -Desculpa! - escuto uma voz masculina -Você está bem? Se machucou?
   Um garoto alto e bonito se aproxima de mim.
   -Eu estou bem, acertou só o meu pé - sorrio.
   -Você não é daqui é? - ele me encara.
   -Não, eu acabei de me mudar.
   -Prazer Kim Seokwoo, mas pode me chamar de Rowoon - ele sorri.
   -Park Hyerin.
   -Da onde você venho?
   -Busan.
   -Uau, então você é uma garota do mar.
   -Rowoon vai demorar muito para pegar a bola? - um garoto mais baixo que Rowoon se aproxima.
   -Chani, desculpa eu encontrei essa garota e não resisti.
   O menino olha para mim.
   -Quem é você?
   -Chani! Você devia ser mais educado com os outros - Rowoon suspira.
   -Eu me chamo Park Hyerin e você?
   -Kang Chanhee, Chani por favor - ele volta a atenção para Rowoon -Vamos voltar a jogar ou você vai ficar aí?
   Rowoon coloca o braço por volta dos ombros de Chani.
   -Até mais ver, Hyerin! - eles se viram e saem.
   -Até.
   Volto meu caminho para o mercado, achando estranho o fato das ruas ainda estarem vazias. Chego no mercado e entro nele.
   -Quem diria que existe mesmo um mercado aqui...
   Termino de fazer minhas compras e sigo de volta para casa. Enquanto eu mexo no meu celular, eu acabo esbarrando em alguém.