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Samuel Wilk
Unknown Island, Somewhere.
3 months before.

➹quote of the day:
"I can always pick up books
in the search of what I need
but it doesn't help me any
if you're impossible to read"
— Flatsound

Samuel, corno desgraçado! Que merda!

Essas foram, literalmente, as primeiras palavras do dia que eu ouvi antes mesmo de abrir os olhos.

Como começar um dia com o pé direito.

— Tinkle? — Abri um pouco os olhos e levantei devagar. Estava dolorido pelos machucados.

Tinkle é o caralho. Olha o que você fez comigo! — Me apoiei em um cotovelo e tentei ver o que estava acontecendo sem ser cegado pela luz do sol.

A face da menina estava inchada e coberta de bolhas vermelhas. Era quase impossível enxergar seus olhos dentro de tantas bolhas.

Não aguentei e soltei uma longa gargalhada.

Longa o suficiente para levar seguidos tapas.

— Tinkle.. — Pronunciava entre gargalhadas. — Parece que várias abelhas fizeram sexo com a sua cara!

— Primeiro, isso é uma comparação bem perturbadora. Você andou faltando o psicólogo? — Ele gritou, o que me fez aumentar a intensidade das risadas. — Segundo, isso é tudo culpa sua.

— O que eu tenho a ver com isso, fofão?

Ela me bateu mais uma vez pelo apelido. — Você é um idiota mesmo, Samuel. Se não fosse por aquelas frutinhas que você me deu, eu não estaria parecendo...

— O fofão.

Caí na risada mais uma vez e ela levantou, irritada.

— Ainda bem que não comi. — Constatei, levantando também e olhando em volta e sentindo seu olhar em mim.

Foquei em um coqueiro que estava a alguns metros de distância, e então comecei a caminhar até lá em busca de alimento.

— Você não vai me ajudar a tirar isso da cara? — Ela gritou novamente, já que estávamos longe um do outro.

— Vou salvar nossas vidas. Sua cara pode esperar. — Sorri e ela bufou.

Me pendurei no coqueiro, observando o majestoso coco no topo da árvore.

— Vamos, Samuel, você consegue! — Disse para mim mesmo.

Mas pisei em falso e cai com tudo no chão.

Ok.. aquilo ia demorar.

Tinkle Elknit.

Enquanto Samuel ia fazer sei-lá-o-que, tive uma ideia genial.

Fogo. Precisamos de fogo.

Não sabia muito bem pra quê. Só lembrava de ter visto em Alvin e os Esquilos.

Rapidamente juntei alguns gravetinhos e alcancei um maior, começando a gira-lo como eu lembrava de ter visto.

Mas minha face coçava tanto que eu precisava parar de dois em dois minutos.

Logo vi o garoto se aproximando novamente com algo em mãos, mancando. — E aí, salvou nossas vidas?

— Óbvio que salvei. — Ele soou orgulhoso, e então me ergueu um coco.

— Um coco, Samuel? E você acha que vamos sobreviver com um coco? — Elevei as sobrancelhas, tentei, pelo menos.

— Pelo menos eu fiz alguma coisa.

— Cala a boca, eu estou tentando fazer uma fogueira, já que sou a única que pensa nessa merda. — Continuei mexendo nos pauzinhos.

Samuel riu. — Boa sorte. Se me der licença, vou fazer algo que dê certo.

— Não duvide das minhas habilidades, babaca!

E assim, voltei a minha fogueira. Tinkle Elknit não desiste tão cedo.

O tarde inteira foi resumida em Samuel tentando arranjar comida e em eu tentando fazer fogo. Por algum motivo, nunca pegava.

— Vai se foder! Merda! — Chutei os pauzinhos e bufei. — Vou tentar pela última vez. Se não der certo, eu desisto. — Disse para mim mesma.

E então comecei a mexe-lo na direção contraria do sol, e assim, senti um cheiro de queimado.

— Meu Deus, meu Deus! — Exclamei, quando uma pequena fogueira brotou entre os gravetos. — Eu consegui!

Joguei tudo no chão e comecei uma dancinha da vitória.

— Depois você reclama quando te chamo de fofão. — Samuel brotou do nada. Ele parecia cansado, e desta vez, não segurava nada. Presumi que ele não havia achado comida.

Resolvi ignorar o que ele disse. — Eu consegui, Samuel!

Ele observava minha alegria com uma face divertida. Já que estávamos bem perto da água, o maldito resolveu me empurrar, me fazendo cair com tudo.

— Porra! — Gritei, encharcada. Rapidamente fechei a cara e ele começou a rir. — Tá achando que essa bosta é Lagoa Azul? Vai se foder! — Esbravejei, e ele logo cessou as risadas. — Agora me ajuda a levantar dessa merda.

Ela estendeu a mão, e eu logo abri um sorriso divertido, puxando o também. — Tô de sacanagem, otário.

— Tinkle!

Ri da cara dele e levantei, sentando na areia. Repentinamente, o menino começou a se contorcer na água.

— Jesus Cristo! — Ele levantou e saiu correndo, como se tivesse algo em sua calça. E de fato, tinha. — Tem um peixe na minha calça! Socorro!

Aumentei as intensidades das gargalhadas quando o peixe caiu e ele continuou correndo. Caminhei até o animal enquanto Samuel corria que nem um maricas, pegando o, que logo parou de se mover.

— E mais uma vez, Tinkle salva a pátria. — Sorri, mostrando o peixe junto a um sorriso brincalhão. Samuel logo parou e semicerrou os olhos, me fazendo cair nas gargalhadas.

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⏰ Недавно обновлено: Feb 22, 2019 ⏰

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