Epílogo - Algo pelo que vale a pena lutar

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PERCY


Depois de horas sentados apenas fazendo companhia um ao outro, levantamos e fomos tomar um banho.

Tínhamos ido ao mundo inferior e voltado, uma jornada que poucos podiam colocar em seus currículos de semideus.

Annabeth me beijou uma última vez antes de ir ao seu chalé. Entrei, fui direto ao banheiro e deixei a água da ducha lavar minha frustração e raiva.

Não deu muito certo, mas foi alguma coisa.

Depois disso me atirei na cama e apaguei. Foi um daqueles raros descansos em que não tive sonhos.

— Levanta, cabeça de alga. — Fui acordado com os esforços de Annabeth para me puxar para fora da cama. — Você ainda baba quando dorme, sabia?

Ela estava sorrindo, ainda vi tristeza em seus olhos, mas ela estava sorrindo.

Notei uma cesta na mão dela e ergui uma sobrancelha, curioso com aquilo tudo.

— O que é isso? — Perguntei.

— Vai lavar o rosto e depois me encontre na praia. — Ela respondeu e me deixou para trás.

Fiz o que era sensato e obedeci. Lavei a cara, escovei os dentes e fiz uma tentativa ridícula de pentear os cabelos.

Encontrei Annabeth montada em Black Jack e isso só aumentou minha curiosidade.

— Monta logo, quero aproveitar a noite. — Annabeth ordenou e então resmungou para si mesma. — Acho que ainda não é meia noite...

Olhei intrigado para o pegaso.

"Nem me pergunte, acho melhor fazer o que ela disse." Sua voz soou em minha cabeça quando o cavalo alado relinchou.

Montei logo atrás de Annabeth e Black jack voou para longe do acampamento. Não demorei para perceber que estávamos indo para o central park.

— O que você está planejando? — Perguntei, preocupado.

— Você já vai ver. — Annabeth respondeu.

Pousamos perto de um pedestal de estátua que estava vazio e notei uma folha anexa ali que dizia "Obrigado por tudo".

A letra era de Annabeth e percebi que aquele era o lugar onde a estátua de Balto costumava ficar.

Sussurrei um obrigado quando passamos por ali. Black Jack foi embora, nos deixando no parque.

Um relógio de poste perto dali mostrava as horas. Era quase meia noite, eu tinha dormido muito mesmo!

Annabeth também viu as horas, segurou minha mão e me apressou. Caminhamos para o interior das árvores.

— OK, será que você pode me dizer o que estamos...

Calei a boca quando chegamos a uma clareira. Tinha uma toalha quadriculada estirada no chão e muitas flores enfeitavam o lugar.

Eu conhecia o central park bem o suficiente para saber que não tinha um lugar assim por ali.

— Pedi um favor a umas amigas de Grover. — Annabeth disse quando me viu sem palavras.

Ela sorria, estava um pouco corada e colocou a cesta que carregava em cima da toalha.

Um piquenique, aquilo era um encontro?

— Pensei que podíamos comemorar nosso primeiro mês de namoro. — Ela disse um tanto sem graça.

— Você sabia? — Perguntei, me aproximando dela.

Annabeth desviou o olhar de mim.

— Uma pessoa me lembrou... — Admitiu. — E também me deu um conselho.

— É mesmo?

Ela voltou a me olhar, segurou minhas mãos nas dela e disse.

— Ela me disse que a vida é curta e precisamos aproveitar momentos de felicidade como este.

Annabeth deu um passo para frente, ficando mais perto de mim. Nossos rostos estavam praticamente colados.

— Eu não quero perder outros momentos com você, cabeça de alga. — Disse. — Não quero que o olimpo, nem alguma missão e nem monstros nos impeçam de viver nossas vidas.

— Eu também não... — Concordei. — Sei que não podemos deixar algumas coisas de lado, mas na medida do possível... quero aproveitar cada momento que puder do seu lado.

Annabeth me beijou e eu correspondi com vontade. A segurei em meus braços e senti o perfume de seus cabelos.

Amava aquele perfume, amava a sensação dos lábios dela nos meus... amava tudo naquela garota.

Quando nos separamos ela sorria e tenho certeza de que eu também estava sorrindo feito um idiota. Me lembrei de uma coisa de repente.

— Tenho um presente para você. — Falei.

Annabeth riu.

— É mesmo, onde está?

No mesmo segundo tive vontade de me bater. Sabia exatamente onde seu presente tinha ficado.

Em minhas calças sujas... bem longe dali.

— Você esqueceu no seu chalé, não é? — Ela adivinhou.

Sorri e fiz que sim com a cabeça.

— Esqueci, mas vai por mim, você vai amar.

— O que te faz pensar isso?

— É porque a ideia foi do Tyson, ele é um especialista em amor. — Respondi e a beijei de novo antes dela poder me fazer uma centena de perguntas.

Aquela noite foi nosso primeiro encontro como um casal normal. Nada de monstros, nada de deuses, nada além de nós dois.

Deitamos e ficamos abraçados olhando para as estrelas. Por uma fração de tempo conseguimos deixar nossas preocupações para trás.

O que os deuses fizeram, injustiças cometidas, tragédias... tudo isso podia esperar.

Naquele momento tínhamos um ao outro e isso era simplesmente perfeito.

FIM

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Mega postagem de capítulos e finalmente a trama chega ao seu fim! Tentei trazer alguns questionamentos e muita filosofia que pode e deve ser questionada nesta conclusão! Se gostaram, deixem seu voto e me digam o que acharam desta fanfic nos comentários!

Obrigado por acompanhar meu trabalho e mais uma vez...

- See you somewhere, someday!

Outros trabalhos meus que recomendo a quem gostou disto aqui: A saga da filha do fogo! Da uma olhadinha no meu perfil, em junho começo a publicar o último livro da trilogia!

Percy Jackson e os semideuses esquecidosWhere stories live. Discover now