2. There's a thin line Between Pity and Compassion

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Primeiramente, queria agradecer a todos que estão tirando um pouquinho do tempo pra ler isso aqui, vocês me ajudam bastante! 

Segundo, quero me desculpar pela demora, eu tive um bloqueio nesse capítulo (por isso não ta nada bom) além de questões da escola que me atrasaram um pouco, obrigada pela paciência haha

 ***

Na semana que se seguiu, tudo pareceu estranhamente diferente. Ao voltar para a escola, ainda sem saber ao certo o que faria com sua vida acadêmica, Nicole sentiu-se vulnerável. Ninguém além de Rebecca, Tyler e Barbara, sabiam de sua gravidez, porém era como se todos a olhassem julgando, embora ninguém realmente estivesse.

Pela primeira vez, andar pelos corredores esbanjando confiança não pareceu tão confortável. Não havia confiança. Como uma grande cena de debute, ela andava sem encarar ninguém, jurando que todos a olhavam condenando-a. Seus pensamentos embaçavam sua mente de um jeito praticamente perturbador e sua garganta parecia fechar cada vez mais, trazendo uma sensação dolorida. A situação não havia sido aceita, ainda.

Ela passou por Tyler no caminho de seu armário, quando ia buscar os livros. Diferente de si, o rapaz parecia perfeitamente bem, sorriso radiando, olhos brilhantes e a postura alinhada, como se uma gigante bola de neve em uma avalanche não estivesse prestes a rolar sobre seus corpos. Ele conversava com uma amiga antiga e nem ao menos olhou para Nicole, mesmo notando que ela passava. De uma maneira nova e decepcionante, sentiu o coração doer e teve que pressionar a língua contra o céu da boca e olhar pra cima para que as lágrimas não descessem. Estava demasiadamente sensível nos últimos dias.

Rebecca a esperava no seu armário, segurando dois copos de isopor.

— Bom dia. Toma, pra você.- estendeu o copo pra amiga, bebendo um pouco do próprio copo.

— Bom dia. O que é?

Sem esperar pela resposta, levou o recipiente próximo ao rosto, sentindo o aroma doce de chá de pêssego. Nicole amava pêssego, mas naquele momento parecia o pior cheiro que já havia sentido. Com o estômago revirando, devolveu o copo para a amiga, um pouco sem graça.

— Não se preocupa, eu entendo. Bom, não entendo porque não passei por isso, mas você me entendeu.- recolheu o copo, bebendo dele também.—Aliás, mais pra mim.

Nicole girou a combinação do armário, fazendo com que ele abrisse e logo em seguida colocou a cabeça dentro do espaço pequeno, para achar o material que precisava.

— É, bom ponto.- sua voz saiu abafada e ecoada, já que respondeu de dentro do espaço onde guardava os livros.

— Hm, ok. Você tá meio caidinha hoje. O que aconteceu? Você ainda não me contou o que houve na festa também.

Saiu de dentro do armário, arrumando o caderno e livro de química nos braços e fechando a porta novamente. Ela olhou Rebecca nos olhos antes de começarem a caminhar em direção ao segundo andar, seus olhos se mostravam completamente sem barreiras, revelando tudo o que ela queria dizer.

— Ele não reagiu bem, não é?

— Ele não vai assumir.

— O que você quer dizer com isso? É claro que ele vai assumir, o filho é dele, não é? Eu vou fazer um escândalo pra esse garoto.

 — Becca...- de alguma forma, o simples chamar pelo nome da amiga, pareceu como um pedido de socorro. Nicole não conseguia acompanhar a rapidez com a qual sua vida havia mudado, era como se estivesse perdida e sua bússola não apontasse pra lugar algum.— Eu não quero que a escola fique sabendo disso ainda, eu nem decidi o que vou fazer.

A Rainy Evening and a Peach ScentWhere stories live. Discover now