Capítulo 1

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Meu belo cafajeste

“Não sou o homem certo para você”
Essa frase ecoava na minha cabeça sem parar. Era quase como um mantra infernal que fazia questão de me seguir aonde quer que eu fosse. Cinco anos já tinham se passado, mas a lembrança dele sobre o meu corpo me perseguia.  Conhecer Bruno Leão foi a minha perdição. No primeiro dia do curso, quando o vi pela primeira vez, minha respiração ficou ofegante, mas foi apenas quando ele falou que tudo ficou totalmente descompassado.
“Eu estava fodida” – pensei quando os meus pensamentos voltaram para aquele homem sedutor, provocante e sério.
2013
Bruno, ou melhor, professor Leão, não era do tipo que dava mole para suas alunas, ainda mais em se tratando de mulheres atiradas. As alunas mais novas chegavam a brigar para ter a sua atenção, e eu ficava no canto da sala tentando não ser reprovada. Sempre fui a que bagunça e a que não para quieta, e por algumas vezes era chamada a atenção pelos professores. Parecia ser vergonhoso, mas eles sempre gostavam do meu jeito meio maluco de ser. Com o professor Leão não era diferente. Eu não me sentia uma adulta responsável e com contas a pagar; aos vinte e quatro anos, eu era o exemplo de como não ser uma mulher padrão.
Mesmo depois de quatro meses do início das aulas, eu tentava não ser outra pessoa. Tentava não gaguejar perto dele, como as minhas colegas de sala faziam; afinal eu era adulta, pelo amor de Deus. Por votação da sala, me tornei líder e, com isso, teria a responsabilidade de repassar o material dos professores e provas dos alunos faltosos. Sem falar das reuniões... Não sei de onde tiraram que eu seria uma boa líder de classe, mas assim aconteceu.
Então, em um final de aula no período da noite, ficamos sozinhos na mesma sala. Eu tinha que pegar o material das próximas aulas para fazer cópias para todos com ele, que estava em silêncio, olhando as apostilas para separar, enquanto eu o admirava sem nem perceber que o encarava abertamente.
— Gabriela, aqui. Estas são as apostilas... Se você for do outro lado da rua, ao lado da lanchonete tem uma copiadora que faz um preço... Gabriela? Tudo bem? — Sim, eu tinha escutado tudo, mas congelei. Não conseguia tirar os olhos daqueles lábios carnudos e rosados. Ele percebeu e sorriu, mostrando os dentes perfeitos e brancos.
— Sim. Eu estou. — respondi tentando esconder a minha vergonha. Eu tinha me tornado umas daquelas garotas, mesmo que não quisesse. — Desculpa...
— Então, você é a que mais se destaca na sala pelo seu jeito alegre. Deve ser bom ser assim, tão despreocupada...
— Na verdade professor, passo a maior parte do tempo tentando não ser reprovada mesmo. Ser eu, dá trabalho... — bom, uma conversa civilizada já tinha se iniciado. A primeira conversa que eu tive com ele desde que comecei o curso de Pedagogia.
— Vamos, eu vou com você até a copiadora... — pisquei algumas vezes, tentando assimilar o que ele tinha acabado de falar. — Senhorita Veloso, vamos? — Chamou com um ar divertido.
No caminho até lá senti minhas mãos suarem e meus nervos quase explodirem. Eu mais parecia um outdoor ambulante, com ele ao meu lado. Todos estavam olhando na nossa direção, pois o professor segurava as apostilas e ainda tinha se oferecido para carregar minha mochila.
Bruno Leão era o tipo de cara que se arruma bem, cheira melhor ainda e tem o físico desejado. A pele e os olhos cor de amêndoas eram o diferencial da sua beleza. Sem falar no fato de ele ser alto, e isso com certeza fazia toda diferença.
Bom, eu não era a típica universitária que assim que ingressa coloca apliques e faz luzes ou mechas no cabelo para ficar com aquele loiro platinado; isso, ao meu ver, as torna cópias umas das outras, não as deixando serem únicas. Uso meu cabelo na cor natural, e Deus me livre de um dia chegar a alisar meus cachos. O mix de cores sempre fez parte da minha vida e os quilos a mais são a minha marca registrada.
No fundo, sou segura do meu corpo e do meu estilo. Não sou do tipo de que segue as regras da sociedade apenas para ser aceita. Como as pessoas da minha família falam, eu sou e sempre serei uma eterna adolescente.
— Quantos anos você tem? — Perguntou quando atravessamos a rua, ainda a caminho da copiadora.
— Você quer a mental ou a biológica? — Brinquei, sabendo que deveria controlar a boca. A qualquer momento sairia alguma abobrinha, e aí não teria mais volta.
— Fiquei curioso. Quero saber as duas — Certo, não era impressão minha... Ele estava mesmo interessado em saber mais sobre mim.
— Mentalmente, tenho 17 anos...
— E biologicamente?
— Essa é a parte mais difícil...
— Gabriela... — O tom brincalhão ao pronunciar meu nome mexeu com algo dentro de mim. Talvez fosse pelo fato de ele ter um sorriso maroto e aquela voz grossa, que me deixava arrepiada. — Não deve ser tão difícil falar a sua idade, ou é?
— Na verdade, eu fico sem jeito. Você já viu quantas garotas novas têm na sala? Sou uma idosa, perto delas...
— Uma idosa muito mais interessante que todas elas.
Ele me olhou de lado, ficando mais sério à medida que nos aproximamos da loja. Eu tinha escutado mesmo aquilo ou estava sonhando? Bom, Bruno Leão não era apenas um dos professores mais gatos da faculdade, ele era o que poderíamos chamar de “o intocável”. Receber um elogio dele era quase como ganhar na loteria.
— Vinte e quatro anos. Feliz?
— Uma ótima idade. Não sei o porquê de ter vergonha de falar a sua idade para os outros.
— Acho que é pelo fato de ter começado a faculdade um pouco tarde...
— Mas o importante é que você deu o primeiro passo. — Falou abrindo a porta para que eu entrasse, me seguindo logo depois em direção ao balcão de atendimento. O semestre ia ser tranquilo, já que o volume de cópias das apostilas não foi tão assombroso quanto pensei.
— Achei que seria mais grossa... — Murmurei enquanto olhava a pequena fileira de folhas sendo empilhadas umas sobre as outras.
— Se quiser, eu te mostro... — Senti o hálito quente na minha nuca, me provocando. Foi apenas um sussurro, porém o suficiente para me deixar fora de órbita. Olhei nervosa para os lados, para ter certeza que só eu tinha escutado o que ele havia falado, e dei graças a Deus por ele ter sido discreto.
— Professor...
— Quando estivermos juntos, nada de me chamar de professor. Me chame de Bruno, acho que vai ficar mais confortável para você...
— Não entendi...
— A partir de hoje, vamos nos conhecer melhor. Quero saber quem é a Gabriela que bagunça e senta no fundo da sala, me fazendo perder o juízo quando passa rebolando essa bunda grande pelo corredor... — Ele estava tão próximo do meu corpo que se me virasse naquele momento, eu mesma faria questão de agarrá-lo. E que Deus o ajudasse, porque eu não largaria tão cedo.
— Vai se tornar amigo de uma de suas alunas, assim do nada? — Perguntei um pouco ofegante.
— Do nada? Falo com você todos os dias... Hoje foi apenas um professor solidário ajudando sua aluna a carregar um peso desnecessário. Que homem não faria isso, ainda mais quando a mulher em questão é umas das melhores que ele já conheceu?
— Leão! Diga aí, meu amigo? — Gritou um homem do nada. Não me virei para olhar quem era, até porque não fazia sentido que eu me virasse.
Aquele amigo do Bruno foi a minha salvação. Até respirei mais aliviada quando ele se afastou e foi conversar com o cara. Mas a sensação de ter os olhos dele colados na minha nuca se seguiu durante o período em que eles continuaram a conversa. Assim que o rapaz finalizou todas as cópias, corri para o balcão de pagamento e tentei, sem sucesso, sair de fininho.
— Aonde você pensa que vai com todo esse peso? — Me encolhi involuntariamente.
Droga! Qual é... Na próxima vez em que ele se oferecesse para ir comigo a qualquer outro lugar, eu correria para bem longe. Escutei quando ele se despediu do amigo e veio na minha direção.
— Se fizer isso novamente, vou te dar umas palmadas bem fortes nesse traseiro... — Olhei nervosa novamente para os lados, e parecia que ele tinha muita sorte quando se tratava de falar besteiras em locais públicos. Não respondi na hora, mas aceitei a ajuda dele para segurar todo aquele volume de apostilas. Abri a porta para que ele passasse, e segui ao seu lado em silêncio até chegarmos à faculdade. No seu armário, guardei as cópias e peguei minha mochila antes de ir embora.
— Não sei o que fazer com você, Gabriela. Mas peço desculpas pelo meu comportamento atrevido... — Disse antes que eu saísse, me fazendo parar para escutar o que ele tinha a dizer.
— Na verdade, eu estou tentando entender até agora o que aconteceu.
— Eu, Bruno, quero muito ficar com você. Entende isso?
— Assim, como em um passe de mágica? — Perguntei de maneira sarcástica.
— Você tem noção do quanto é linda? Do quanto é gostosa?
— Professor...
— Quantas vezes vou precisar falar que, quando estivermos juntos, será apenas Bruno? — Na sala de aula, sem ninguém por perto, ele se aproximou de mim, ficando apenas a alguns centímetros de distância. — Vou levá-la até a sua casa. Vamos...
— Não. Você não vai.
— Sim, eu vou. Sabe por quê? Você quer tanto quanto eu que fiquemos juntos. Sei que quer. Eu sinto seus olhos sobre o meu corpo quando estou dando aula. Gabriela, quase fico de pau duro imaginando-a de quatro sobre a minha mesa, nesta sala de aula, enquanto como a sua boceta... Então, serei bem direto no que eu quero: quero comer você de todas as formas possíveis.
Eu estava de queixo caído, literalmente.
— São quatro meses de pura tortura.
— Nem sei o que falar... — Foi a única coisa que consegui dizer. Bem, por dentro eu estava eufórica, louca para me jogar nos braços dele.
— Apenas aceite que a deixe em sua casa... Prometo não tocar em você sem sua permissão.
— Se eu aceitasse ficar com você agora, o que diria?
— Que não haveria do que se arrepender. Serei seu macho e você a minha puta, por tempo indeterminado. Seria somente sexo, primitivo e desprendido.
— Nada de relacionamento?
— Isso mesmo. Quando envolve sentimentos, os quais não conseguimos controlar, não vale a pena. O que tenho por você é o mais puro desejo da carne e quero devorar cada pedaço desse corpo delicioso.
— Isso não inclui transar com outros caras, certo?
— Você pode ficar com outros, mas transar não. Seu orgasmo é meu, se considerar a possibilidade. Gabriela, se você transar com outro, então saberei que não fui um bom macho. O mesmo serve para mim.
— Moro do outro lado da cidade, tem certeza que não quer desistir? — Tentei brincar para aliviar o clima pesado.
— Não me importo nem que morasse na lua... Vamos?
Novamente, ele levou minha mochila e caminhamos em silêncio até o estacionamento. Por algum motivo, ele deixava o carro no estacionamento do supermercado, e não no da faculdade.
De Capim Macio até Pajuçara eram aproximadamente uns trinta minutos, se fôssemos pela Ponte Nova. Mas Bruno seguiu pelo caminho mais longo, onde enfrentamos um congestionamento. Respirei fundo, enquanto estávamos seguindo o fluxo lento de carros.
Eventualmente eu o pegava olhando na minha direção, esboçando um sorriso no canto da boca.
— Quer escutar uma música?
— Não. Por mim, está ótimo — Respondi sinceramente.
— Então, eu sou ou não seu macho?
— Que coisa mais machista de se falar... — Resmunguei olhando para o lado de fora do carro através do vidro.
— Não... Isso não é ser machista. Eu quero comer você, e não controlar a mulher Gabriela, ditando o que ela deve ou não fazer. Você é livre para seguir o caminho que desejar, quando cansar disso tudo.
— Pro... quer dizer, Bruno, como devo assimilar tudo isso que acabou de me propor em tão pouco tempo?
— É sexo, Gabriela. Quando pensamos em sexo, o raciocínio não precisa entrar em ação.
Pensando bem, sexo desprendido não era uma opção tão ruim assim, ou era? Eu não queria um relacionamento sério por enquanto. O meu ex-namorado me fez o favor de quebrar o meu coração em tantos pedaços que ainda estava procurando os cacos perdidos. E por mais que tenhamos conversado sobre reconciliação, talvez aquela fosse a solução dos meus problemas para encontrar alguém que não fosse susceptível aos caprichos do amor. Seria somente o carnal. Pele com pele sem saber onde um começa ou onde o outro termina.
— Certo. Sexo casual, porém, já sei que o... — Parei de falar no momento em que a realidade bateu à porta.
— Seu orgasmo é meu e de mais ninguém. Começando por hoje.
— Hoje?!
— Claro. Planejei tudo, Gabriela. Acha mesmo que eu daria um passo tão importante se eu não soubesse que você toparia participar de algo assim?
— Então a ida à copiadora e me deixar em casa fazia parte do seu plano sórdido de me coagir a fazer o que você queria?
— Não a coagi em nenhum momento... Até onde eu saiba, você aceitou de livre vontade que a deixasse em casa.
Ele só podia estar de brincadeira comigo!
Quase duas horas depois, estávamos na frente da minha casa. Ele com as mãos sobre as coxas e eu sem saber onde colocar as minhas. Não adiantava eu falar para mim mesma que deveria me controlar ou tentar fazer algo para quebrar o gelo.
— Vai me convidar para entrar? — Perguntou ele por fim, nos tirando daquele silêncio.
— Já está tarde...
— Está com medo do que eu possa fazer com você? — Bruno zombou com malícia.
— Eu estaria mentindo se dissesse que estou. Bruno, não sou do tipo que foge quando a casa está pegando fogo...
— Isso quer dizer que vai me deixar entrar, mesmo estando tarde?
— Claro. — De início, a resposta seria não, mas senti aquilo como um desafio. E ser desafiada era gasolina sendo jogando contra o fogo, alimentando as labaredas até o topo.
Depois de ter aberto o portão da garagem para que ele pudesse entrar com o carro, o levei até dentro da minha casa. Antes de trancar tudo, eu o vi com uma bolsa de ginástica ao lado do corpo, o que só poderia significar uma coisa: ele tinha planejado me provocar até conseguir o que queria. Eu era um ratinho de laboratório em suas mãos.
— Quer comer alguma coisa? — Eu quis saber ao seguir em direção ao meu quarto, deixando-o na sala.
— Foi você quem ofereceu... — Bruno apareceu de repente na porta do meu quarto quando eu já tinha tirado quase toda a roupa, ficando apenas de calcinha e sutiã.
— Droga, você não sabe bater na porta?
— Sou seu macho, lembra? Eu mando no seu corpo, começando por hoje. Quero que tire o sutiã e a calcinha bem devagarinho... Quero dar um belo banho em você e depois chupar essa boceta grande, foder esse seu cu e dar uns bons tapas nessa sua bunda.
A forma como ele falou me deixou elétrica! Eu me contorcia por dentro, só em pensar naquela boca me chupando por inteira.
Como ele pediu, eu fiz. Ele ficou parado na entrada do quarto enquanto eu me despia. Tinha um brilho devorador em seus olhos e confesso que nunca havia me sentido tão desejada como naquele momento.
— Você é uma deusa, sabia? Aposto que deve ter uns cinco palmos de bunda, quando eu a colocar de quatro. A noite vai ser longa...
Bruno me conduziu até o banheiro, tirando a roupa e deixando-a pelo caminho. O homem era um verdadeiro espetáculo. Uma bunda firme, omoplatas definidas e pernas grossas... Mas foi quando ele virou que eu percebi que teria problemas. A grossura era espantosa, mas o tamanho estava dentro dos padrões para homens daquele porte.
— É, eu sei... Vai ser complicado chupar isso aqui, no entanto, hoje eu começarei a sessão oral da noite.
— Bom, digamos que eu não vejo problema em tentar engolir o leãozinho...
— Gosto de uma mulher atrevida como você, Gabriela. Anote na sua agenda mental: dormir não será uma opção. Venha, vou ensaboar esse seu corpo gostoso...
Se eu estava gostando? Gostar era pouco!
Bruno deslizou o sabonete pelo meu corpo, lavando cada centímetro de pele.
Depois foi a minha vez de lavar o seu corpo, e fiz com prazer. Algumas pessoas me julgariam por ter aceitado tão fácil aquela proposta descabida, porém, ninguém estava no meu lugar para saber o porquê de eu ter aceito. Só temos uma vida, então por que não a viver intensamente?  Cada segundo que se passa, perdemos oportunidades... E aquela não seria um desperdício. Era pelos motivos certos? Não. Era apenas pelo sexo. No outro dia agiríamos como se nada tivesse acontecido, e quando sentíssemos vontade de possuir um ao outro, não precisaríamos nos prender a algo que não existia.
Quando terminamos o banho e nos enxugamos, fomos para o quarto. Bruno se distanciou um pouco e ficou me olhando de cima a baixo, e logo em seguida se aproximou, me fazendo sentar na borda da cama.   
— Junte as mãos, vou te algemar.
Se eu pudesse sorrir um pouco mais, o meu rosto se rasgaria.
— Alguém já a algemou?
— Não... Essa é a primeira vez.
Meu Deus, eu estava quicando por dentro de tanta felicidade. Bem, meu ex era bom, mas não chegava a tentar coisas do tipo. Eu sempre pedia, porém, ele sempre vinha com um “para tudo tem hora”, e isso me deixa desanimada para dar ideia divertidas na hora do sexo.
Bruno algemou meus pulsos, e até ele sorriu com o meu jeito despreocupado. Antes eu não tivesse sorrido e ficado feliz antes do tempo.
— Gostei de saber. Agora, abra bem as pernas... Vou chupar sua boceta, enquanto uso esse vibrador aqui...
De onde tinha saído tudo aquilo? Certo... A pergunta era bem idiota. A bolsa de ginástica já tinha sido devidamente organizada para me deixar acordada a noite toda.
Bruno Leão era meticuloso.
— Eu sabia que você era do tipo que deixava ela lisinha... Vou te chupar tanto que vai ficar inchada, minha Gabriela.
Bruno se ajoelhou entre minhas pernas e me inclinou para trás; como eu não tinha apoio, caí de costas sobre o colchão macio da minha cama. Foi então que senti suas mãos sobre os meus tornozelos, abrindo ainda mais as minhas pernas. Em questão de segundos, a boca de Bruno estava chupando minha boceta. A língua dele era mágica, e tinha uma coisa que ele fazia com a ponta, que me levou à loucura.
Descobri que vibrador somado com a língua pode ser uma tortura deliciosa.
Cheguei a chorar por causa do prazer concentrado em uma única região. E quando ele falou que dormir não seria uma opção, não estava de brincadeira.
— Oh, meu Deus... Bruno... Assim você vai me matar!
— Goza gostoso, Gabi... Goza chamado o meu nome que eu paro...
As contrações surgiram de imediato, como se o meu corpo entendesse que ele pararia se atingisse o ápice do orgasmo.
Me contorcia sob o comando da sua boca e daquele maldito vibrador.
Não lembro de muita coisa, mas sei que ele dormiu ao meu lado naquela madrugada.
Pela manhã, eu já não estava mais com as algemas. Vestia meu habitual pijama para dormir e ele não se encontrava mais ao meu lado na cama. Por uma parte, eu achei maravilhoso que ele tivesse saído primeiro, pois me pouparia de um constrangimento sem fim. Eu teria que buscar palavras para preencher o espaço deixado pelo silêncio, e não queria ter que me sentir mal por ter aceitado o que Bruno havia proposto.
Me levantei da cama e fui até o banheiro. Depois segui para a cozinha, mas percebi que o café já havia sido preparado. O pão de queijo estava quente, assim como as torradas. Respirei fundo e saí em busca de Bruno, que estava em uma ligação que parecia séria e eu não queria parecer intrometida ou coisa do tipo, por isso voltei à cozinha e esperei que ele também voltasse e se sentasse para tomarmos o café da manhã.
— Tudo bem? — perguntei preocupada de verdade com o semblante carregado dele.
— Nada com que precise se preocupar. Coma algo, ontem à noite e a madrugada de hoje não foram fáceis para você...
— Achei que ia morrer de tanto gozar... — Resmunguei fazendo com que ele soltasse uma gargalhada.
— Hoje é sábado...
— Sim... — Falei com cautela.
— Vou ficar aqui hoje.
— Nem pensar! — Eu quase grasnei ao falar.
— Por quê?
— Minha mãe vem com os meus irmãos para um almoço...
— Qual é o problema? Tem medo de me apresentar como amigo?
— A questão não é essa... O meu ex vem junto.
— Por que o seu ex vem junto com a sua família para o almoço?
— Como explicar isso, meu Deus — Cocei os cantos da cabeça buscando um meio de explicar a ele. — Ele quer voltar e minha mãe o apoia... Até ontem, as chances de voltar eram enormes.
— Agora não é mais?
— Não. Não existe a menor possibilidade de voltar com o Felipe.
— Por quê?
— Você quer que eu reate o meu namoro e transe com ele? Se quiser o nosso trato será desfeito agora mesmo.
— Certo... Nada de reatar com o namorado. A partir de hoje, vamos ser namorados para sua família. Mas apenas de mentirinha. Nada de ficar achando que isso é sério...
— Digo o mesmo, Bruno. Nada de ficar achando que isso é mais que uma transa casual.
Eu estava fodida de todas as formas possíveis.

Meu Belo Cafajeste - Conto/Parte 1Where stories live. Discover now