House Of Cards (PT)

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|| "Once Again" – Mad Clown & Kim Na Young || "Nightsky" – Tracey Chattaway ||

(https://www.youtube.com/watch?v=RwFi7wnH5W0&t=0s&list=PLntBYVB6xuzB_uhaVSD_5oqj0pE4NgMWt&index=125)

Lia avançou nervosamente pelos corredores do hotel, junto de Namjoon. Sair ia ser muito mais fácil do que tinha sido entrar, porém esse simples facto não a deixava mais tranquila. Manteve o seu rosto baixo e tentou mostrar-se descontraída para que não levantasse suspeitas.

Ao chegar ao elevador, ela virou-se e encarou a face muito séria de Namjoon.

- Namjoon-ssi, por favor. Não te esqueças do que pedi.

- Não me vais explicar o porquê?

- Eu sei que não me conheces. Compreendo que estejas inseguro e com medo. Mas peço-te, por favor, confia em mim.

Namjoon assentiu com a cabeça, ainda que a sua expressão mostrasse a forma como estava desagradado. Ele mantinha o seu olhar fixo no chão, evitando a face de Lia.

- Três dias.

- Três dias. – Repetiu Namjoon, assegurando-lhe que tinha entendido as instruções dela.

Lia entrou no elevador, esboçando um sorriso pequeno para Namjoon que a olhava atentamente pela primeira vez naquela manhã, enquanto as portas se fechavam lentamente.

Ela respirou fundo e olhou-se ao espelho. A sua pele estava quase toda coberta, por isso seria difícil que a identificassem. Estava muito próxima de sair dali, mas ainda estava longe de poder relaxar.

Ao sair do elevador, caminhou com confiança pelo lobby do hotel.

- Olá miúda.

Lia suspirou, parando de andar e virando-se para encarar o homem que a chamava. Ela tinha reconhecido a face dele, mas esperava conseguir passar despercebida. Tinha claramente subestimado as capacidades dele, embora isso não a surpreendesse.

- Vejo que continua a aparecer nos momentos mais inoportunos. – Lia respondeu, com um tom descontente.

- Faço bem o meu trabalho. – Ele respondeu com o sorriso habitual.

- Até bem demais....

O homem aproximou-se mais de Lia, para que a conversa entre eles não fosse ouvida pelas pessoas que passavam por eles.

- Parece que continuas a insistir em dar-me trabalho. Era tão simples deixarmos de nos encontrar assim... Eu agradecia, tu agradecias... - Ele respondeu num tom jocoso, elevando as mãos para ilustrar o que dizia.

- Eu só me vim despedir. – Lia disse, firmemente.

O homem riu-se sonoramente das suas palavras. Porém, sem que ela o esperasse, a expressão dele alterou-se rapidamente e agarrou no pulso dela, elevando-o. Lia sentiu um arrepio espalhar-se por todo o seu corpo, ao ver os dedos dele, a contornarem fortemente o seu pulso, tão próximos do seu rosto.

A dor provocada pela força daquele homem na sua pele, não a assustava mais do que a raiva que ela podia ver nos olhos dele.

- Talvez precise de passar o meu aviso de outra forma, já que insistes em não entender. EU fui muito claro contigo... FUI TAMBÉM, muito brando. Estás a querer testar os meus limites.

- Eu só me vim despedir. – Lia repetiu, reunindo toda a calma que podia restar no seu corpo para responder de forma confiante. – Não vou voltar a vê-lo.

O homem voltou a rir, desta vez de forma mais discreta e demasiado próximo da face dela. Lia contorceu a sua expressão ao sentir o bafo quente da respiração dele.