oito

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Harvery

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Harvery

Enquanto sentia seu corpo quente contra a minha barriga, e seu braços finos ao redor da minha cintura, e olhando para a janela à minha frente, mostrando que já era noite, vários pensamentos circundaram minha cabeça. Até quando essa bolha conseguiria ficar firme? Quanto isso iria durar? Será que eu veria ela de novo? Eu queria ver ela de novo? Me bati mentalmente. Óbvio que eu queria vê-la de novo. Merda, eu queria ela. Queria como nunca quis nada na vida. Esse sentimento que ela me fez ter aprofundou várias coisas dentro de mim. Ela era um anjo, eu um humano. O quão errado isso poderia ser?

Eu só sabia de uma coisa.

Eu a conhecia a pouco tempo, mas já tinha uma certeza.

Eu a amava.

Não sei como, mas eu a amava. Se não fosse isso, eu não saberia dizer o que era. Isso provavelmente era efeito daquela flecha. Mas duvidava muito que mesmo se ela não tivesse me atingido, eu não tivesse sentimentos como esse por ela.

Ela se remexeu na cama, e levantou a cabeça para mim, e abrindo aqueles olhos azuis que nunca se apagariam da minha mente.

Nunca se apagou.

Quando seus olhos me focaram, ela abriu o sorriso mais puro que já tinham dado para mim.

— Oi. — Digo, sem evitar sorrir.

— Oi. — Ela tocou o meu rosto, e inclinei involuntariamente a cabeça na direção de seu toque. — Ainda te sinto.

Ainda.

Não era para isso doer tanto.

— Sim. — digo, encarando seu rosto perfeito e angelical.

Ela viu a expressão em meu rosto e rapidamente subiu no meu corpo, inclinando o rosto para me beijar. Seus lábios estavam doces, e era o melhor sabor que eu já tinha experimentado até hoje.

E foi desde sempre, o melhor que eu já provara.

Passamos aquela noite até o dia seguinte acordados. Eu falava como era a vida aqui, e ela me contava como era a dela .

Eu não cansava de olhar para ela. Sua expressão era animada e leve, tão genuína e linda, que eu tentava memorizar todos os seus traços para não esquecer.

E eu nunca esqueci.

Eu preparei ovos com bacon, e ela me disse que nunca tinha provado, e que onde vivia, nunca tinham feito isso, e eu fingi uma expressão de choque, levando a mão ao peito, dramatizando. Ela riu, e deu um leve tapa no meu braço. A sua risada ecoou nos meus ouvidos, indo direto para a minha memória.

E continuam ecoando.

Nós nos deitamos, e nos amamos novamente. Nós não passamos um segundo sequer sem nos tocar, sentindo a pele um do outro, guardando as expressões, e nos olhando. Nossos lábios tinham um ímã que puxava um para o outro.

Foram os melhores momentos que eu já tinha vivido. Foi tão puro, lindo, que eu queria que nossa bolha não estourasse nunca.

Com um último olhar dela, depois de termos nos amado mais uma vez, com uma última visão dos seus olhos azuis puros e angelicais antes de se fecharem e ela adormecer, senti meu coração se tornar um só novamente. Todos os pedaços que eu achava que não teriam concerto por causa de Ágatha, se tornam pura e inteiramente completos, se tornando um só, e batendo para ela. Por ela.

Me inclino e beijo sua testa uma última vez antes de dormir.

Mas o que eu não sabiam era que nossa bolha estouraria mais rápido do que eu pudesse medir.

No dia seguinte, quando eu acordei, senti falta do seu corpo quente no meu. Levantei rapidamente, e a procurei em todo o lugar. Ela não estava deitada na minha barriga, e me abraçando. Ela não estava no banheiro. Não estava na cozinha rindo da minha piada. Ela não estava lá.

Senti meu coração pesar.

Sem que eu notasse, meus olhos se encheram d'água, e a falta cresceu no meu peito.

Ela foi embora.

Seu arco e sua flecha já não estavam mais lá. Seu casaco tinha sumido com ela. Nada nesse quarto provava que tudo o que vivemos aqui tinha sido real.

A cama era a única que ainda guarda seu cheiro.

Como eu sentia falta desse cheiro.

Não sabia onde ela poderia estar.

Para onde foi.

Ter voltado para a sua dimensão era o mais provável.

A realidade tomou conta de mim, e me vi sem nada para guardar dela se não lembranças.

Se minha memória era tudo o que eu tinha nesse momento, então eu as usaria se fosse preciso para guardar ela para sempre comigo.

Se minha memória era tudo o que eu tinha nesse momento, então eu as usaria se fosse preciso para guardar ela para sempre comigo

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