A vida de Midoriya sempre lhe pregou peças, quero dizer, as vezes é normal uma ou outra coisa sair do lugar, mas não tudo, não é? Ele se vê entre a cruz e a espada quando sua família decreta falência, é obrigada a voltar para o Brasil; Comunidade da...
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— Não, essa não! — Uraraka estava dizendo ao tirar varias das minhas peças de roupas do armário. — Caramba, essa é perfeita!
Era um cropped preto, com alguns strass nas bordas. Um conjunto da forever 21.
Eu a olhei de soslaio, que deve ter percebido o que eu queria dizer, pois logo em seguida disse:
— Oras, está calor. E isto é perfeito, você tem um corpo delicado, vai super combinar. E Bakugou disse para você não se preocupar com o pessoal.
Ela só podia estar brincando.
— Bakugou? O grandalhão do hospital?
— Ele mesmo! Bem, eu falei com ele, quero dizer, você sabe, a festa é dele.
E nessa hora dois pensamentos invadiram a minha cabeça: ou ele está planejando me jogar da sua "cobertura" particular, por ter tirado a chance dele de acabar com Shouto, ou, ele vai me ameaçar e fazer com que eu mesmo acabe com a minha farsa, no caso, acabar com o Shouto, só então depois me jogar de lá de cima. E não que ele esteja desconfiado que sou um farsante, qual é! Eu sou um enfermeiro e tanto. Um tanto mentiroso.
— Ótimo. — Respondi
Ela estava tão empolgada vasculhando minhas maquiagens, que não tenho certeza se percebeu a ironia na minha voz.
— Estou tão animada. — Me encarou, batendo palminhas — Certo. Está tudo pronto! Vejo você mais tarde. — Ela abriu a porta, sorriu mais uma vez antes de sair, colocou as mãos no joelho e fez uma dancinha — Vamos derrubar aquele lugar. — E saiu, gargalhando.
Me joguei na cama, fechando meus olhos por alguns minutos, esperando o que viria a seguir.
— Isso que ela escolheu é ridículo, você deveria vestir outra coisa.
Era Shouto, que se materializou de dentro do meu armário. A verdade é que os últimos quatro dias foram terríveis, estou te dizendo, desde que decidi ajudá-lo — Mesmo que sendo obrigado pelas circunstâncias — Eu percebi o grande babaca homofóbico que ele era, mesmo jurando de pés juntos que: "até tinha amigos que eram, que isso não interferia em nada". O que era uma tremenda mentira, porquê só sabia dizer o quanto mulheres eram gostosas, e que se eu experimentasse uma teta jamais iria querer chupar outra coisa. "Mas você já experimentou? Como você sabe se não é só uma fase?" Eram os questionamentos frequentes dele, que eu fazia questão de ignorar.
— Vou vestir o que eu quiser! E Você deveria sair, ir passear, não sei... O que os fantasmas fazem?
Ele cruzou os braços sobre o peito.
— Não sou um fantasma. — Disse ele nitidamente ofendido.
— Certo — Me sentei na cama, para o olhar — você deveria ir fazer umas patrulhas ao redor da sua namorada, já pensou nisso?
