Cap 7°

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Joel:

Apesar de ainda ser cedo, decidimos ir embora. Estávamos ainda um pouco cansados da viagem. Christopher estava demorando pra chegar com a van, então fomos atrás dele. Ele estava atrás da boate, segurando um cara:
- Chamem a polícia! AGORAAAA!
Vi Maryanna caída no chão e desacordada. Os meninos ligaram e corri até ela. Lágrimas desciam a cada ferimento que eu via. Foi preciso que Richard e Erick segurassem Chris antes que ele espancasse o cara. Quando a ambulância chegou com a polícia,  tiraram ela dos meus braços e a colocaram na maca. Um policial foi até Christopher:
- O que aconteceu aqui?
- Esse cara a abordou lá dentro e a arrastou até aqui fora. Quando eu vim pegar meu carro no estacionamento, vi ele espancando ela e o segurei. Aí meus amigos chegaram e chamaram a polícia.
   Um dos enfermeiros me chamou para ir com ela na ambulância, eu avisei os meninos e fui. Eles iriam atrás,  na van.
  Eu a encarava, segurando suas mãos. Ela estava coberta de sangue, e respirava com dificuldade. Eu temia pelo seu pior e meu peito doía como nunca.
   Quando chegamos ao hospital, a levaram para a UTI e me deixaram na recepção, para fazer a ficha dela. Christopher e os meninos chegaram:
- Ei, eu achei a bolsa dela. Tem documentos aí.
  Depois de fazermos a ficha, ficamos andando de um lado para o outro, nervosos:
- Como ela está,  rapazes?
- Renato! Graças a Deus, você chegou.
- E então?
- Ninguém nos fala nada. Ainda nada.
- Por sorte, vocês estão um tempinho de folga. Vou procurar alguém para nos informar.
   Renato saiu e então,  uma garota de cabelos negros cacheados apareceu:
- Cadê ela?! Onde ela está?
- Você está procurando quem? - Richard perguntou, a encarando.
- Maryanna, minha melhor amiga.
- Está na UTI. Ninguém nos disse nada ainda.
  Ela então encarou a cada um de nós, parando em Richard e ficando vermelha, muito vermelha. Ele sorriu levemente:
- Vocês são.... Ela é muito, muito, muito fã de vocês... CNCO....
- Somos nós, sim.
- E você.... Ela... Não,  não vou dizer nada. -ela disse, me encarando.
  Contamos a ela como nos conhecemos e depois ficamos esperando:
- Renato! Como ela está?
- Venham todos comigo, mas em silêncio, por favor.
Fomos atrás dele e entramos em um quarto, onde ela estava deitada, dormindo. A amiga dela, Amanda correu para o lado dela, chorando.
    Um médico bem jovem entrou:
- Boa noite, CNCO. Amanda...
- Eduardo? Você é o médico dela?
- Sim, felizmente.
- Como ela está?
- Não vai ter sequelas, mas ela está com a mão esquerda quebrada. Ela vai ficar bem.
  Ele saiu e todos nós nos sentamos, dentro do quarto:
- Amanda? Posso falar com você lá fora?
Renato e Amanda saíram do quarto e fecharam a porta. Christopher chegou perto da cama e segurou a mão direita dela:
- Ela não merecia algo assim. Isso é terrível.  Como podem existir homens com coragem de bater em anjos como ela?
  Eu me senti incomodado com Chris perto dela, mas não falei nada:
- Amanda é muito bonita, não é? -Richard falou, olhando para a porta.
- Ihhhhh.... Gostou dela, Rich? -Zabdiel perguntou, rindo.
- Gostei, cara. Gostei sim.
  Quando ele disse isso, ouvimos uma leve risada, uma risada muito fofa. Maryanna estava de olhos abertos, olhando para todos nós e sorrindo. Que sorriso, meu deus....
   Ela rodou os olhos pelo quarto e parou em mim, me aproximei:
- Como se sente?
- Não tô com tantas dores, mas minha mão esquerda dói. Não consigo mexer.
- É que está engessada. Quebrou.

Ficamos conversando com ela por um tempo, até que eu perguntei:
- Maryanna, quem era aquele cara?
- Meu ex. Álvaro.
- Ele sempre foi violento assim?
- E ciumento também.
Renato e Amanda entraram:
- Amiga. Que bom que acordou. Está bem?
- Sim, sim. Mand, que cara é essa?
-  Amiga, eu estava conversando com o Renato. E ele me disse uma coisa que é muito certa.
- O que?
- Lembra que já conversamos sobre mudar de país?  Acho que chegou a hora. O que aconteceu essa noite é mais uma coisa ruim.
- Eu concordo. Só tenho lembranças ruins aqui. Eu quero ir embora, Amanda.
Ela começou a chorar e sua amiga a abraçou:
- Só tenho que fazer nossas malas lá em casa, já comprei as passagens.
- Quer ajuda? Eu e os meninos podemos ajudar. - Richard se pronunciou.
- Claro...É....Sim,  eu....adoraria.

Nos despedimos dela e fomos com Amanda para a casa dela:
- Amanda, onde vocês vão morar?
- Meus pais tem uma casa em Miami. É pra lá que vamos.
  A casa delas era muito bonita e bem espaçosa:
- Eu vou pegar minhas coisas e arrumar minha mala no meu quarto. Podem ir no quarto de porta roxa. É o quarto da Mary.
   Eu e Christopher entramos no quarto dela, enquanto os outros três foram atrás da Amanda:
- Hm,Christopher?
- Diga, brother.
- Você.... Gosta da Maryanna?
A velocidade com que Chris me olhou foi surpreendente:
- Defina... Gostar dela. - ele deu uma risada nervosa.
- Você sabe, cara. É sério.
- Olha, acho que só sinto atração, sabe? Tipo, atração física. Ela é muito bonita.
- Hm.
- Joel, você gosta dela, não é?
- Gosto sim. Gosto bastante, na verdade.
- Relaxa. Eu não vou ficar com ela, por respeito a você.. Mas,  se você a magoar, eu vou ficar do lado dela, sendo o que ela precisar.
Eu arregalei os olhos:
- Pimentel, calma. Por que eu acho que ela ama você.
- Por que diz isso?
Ele me apontou um diário que estava aberto na cama dela, com uma foto minha:
- E essa foto é antiga, viu, Pimentel.
Será que ele está certo? Ela gosta de mim também?  O Christopher foi sincero comigo e isso foi muito bom. Somos amigos e sei que se eu a magoar, Chris vai me encher com os sermões dele. Mas... Eu prefiro não a magoar. Chris e os outros já gostam muito dela, e tem razão de gostar, ela é uma pessoa incrível. E eu farei de tudo pra estar com ela.

Mais que amor de fã Where stories live. Discover now