capitulo 2.

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Hardin.

Mais um dia nesse trabalho mais que escroto. Sinceramente? Eu não gosto nem um pouco de ser segurança, mas enquanto faço faculdade preciso de um emprego para me manter, e cá entre nós, ser segurança do filho do maior empresário conhecido na cidade, e consequente o mais rico, rende bastante. Ganho, por semana, $1.500, o que dá para eu me sustentar bem.

Desde que minha irmã morreu quando eu tinha 16 anos, tive que dar um jeito para me sustentar, já que minha mãe entrou em uma depressão profunda e não consegue mais fazer nada. Hoje vim visitá-la antes de ir para a casa dos Müller, vai ter um jantar chique com outro cara rico que com certeza deve ser mandão como meu patrão.

— Meu filho! Como vai? Estava morrendo de saudades. –eu beijo a mão dela e abraço-a.

— Estou bem, mãe. Com muitas saudades, mas bem. E a senhora? Está tomando seus remédios certo?

— Sim, estou me sentindo bem melhor.

— Ainda bem, mãe. A senhora vai melhorar, tenho certeza.

— Amém, meu filho.

Ficamos conversando por um tempo até que vi que já estava quase na minha hora. Dei um beijo na minha mãe e peguei meu carro indo para a casa dos meus patrões. Fui escutando um rock alto para desestressar, mas quando entrei no condomínio tive que abaixar o som. Entrei na garagem e sai do carro indo até o banheiro para me trocar, coloquei minhas roupas no carro e entrei na casa.

— Boa noite, senhor Scott.

Balancei a cabeça para o motorista da casa e fui até a cozinha colocar meu celular para carregar. Aproveitei para tomar um copo de água, e assim que terminei vi Jolie sair do quarto no final da cozinha e sorrir para mim. Sorrio de volta e vou até minha namorada.

— Como foi lá com a sua mãe? –deu um beijo na minha bochecha e ajeitou minha gravata enquanto eu a abraçava pela cintura.

— Foi bom, ela te mandou um beijo.

Jolie sorri e me avisa que tem que se arrumar, ela também trabalha aqui, como babá da filha mais nova dos Müller, a pequena é a única que não foi infectada pelo poder de seus pais.

— Vamos, Hardin. Os convidados já estão chegando. –escuto a voz do outro segurança e reviro os olhos mas vou atrás dele.

Assim que chegamos na sala a campainha toca e vou até lá abrir a porta para os convidados.

— Boa noite, senhores. –falo educadamente mas ainda com a cara fechada para aqueles dois senhores incrivelmente arrumados.

— Boa noite. —ouço uma voz feminina e olho para trás deles, uma menina loira um pouco mais baixa que a mulher de vestido vermelho, que parece ser um pouco mais jovem que eu está com um sorriso branco no rosto, tão bonito que me deu vontade de sorrir de volta. Lembrei de como Jolie é ciumenta e apenas os esperei passar para fechar a porta.

— Boa noite, meus queridos. –Senhor Müller fala e abraça a mulher que presumo ser a esposa de seu melhor amigo e logo depois aquela menina.

— Boa noite, senhor Müller, como o senhor está? –a menina loira pergunta ainda com um sorriso no rosto.

— Muito bem, obrigada.

Eles vão para a sala de estar e os convidados falam com a senhora Müller e seu filho engomadinho.

— O jantar já está servido, senhor. –James, o cozinheiro, avisa.

— Jolie. –meu patrão grita e logo depois ela aparece na porta.

— Boa noite. –minha namorada fala mas novamente só aquela menina responde, sorrindo para ela.

— Pegue a Hope, já iremos jantar e quero todos lá.

Ela assente e vai buscá-la.

— Hardin, enquanto isso leve os convidados até a sala de jantar.

Faço que sim com a cabeça e levo-os até lá. Sr. Young senta-se na cabeceira da mesa, Sra. Young ao seu lado e sua filha do outro. Depois de um tempo estão todos sentados e comendo em silêncio. Até que Sr. Müller decide falar.

— Então, o que achou de meu filho, Theresa? –ela sorri um pouco confusa e balança a cabeça.

— Não tenho o que falar, senhor. Não conversamos muito, mas tenho certeza que é muito encantador, tanto por dentro quanto por fora.

— Que bom, pois temos uma proposta, na verdade não é bem uma proposta, mas sei que irão gostar.

A tal Theresa olha para seus pais e franze a testa.

— O que?

— Pensamos em vocês casarem, se vocês quiserem se separar, vocês podem mas apenas depois de cinco anos.

Ela levanta e olha para os pais, com uma expressão de desapontamento, eu acho.

— Eu não acredito que vocês vão decidir até com quem eu vou me casar! –ela grita e Sr. Young segura o pulso dela.

— Sente e termine seu jantar, você não quer fazer uma cena, certo?

Ela balança a cabeça e pede licença, passa por mim e aí vejo que está com os olhos cheios de lágrimas. Olho para Jolie e ela está horrorizada com o que aconteceu. Balanço a cabeça e ela entende o que quero dizer, saindo pela porta atrás dela.

O jantar continua como se eles não houvessem acabado de avisar para sua filha que iria se casar com um desconhecido. Eles estavam super animados e conversando sobre tudo do casamento. Do dia e lugar até o sabor dos docinhos

Depois de um tempo saio da sala de jantar e vou até a cozinha, onde encontro Jolie, consolando a tal Theresa. Ela estava sentada no banquinho e Jolie mexia no seu cabelo enquanto ela chorava contra a mão dela, com os cotovelos apoiados na mesa.

— Eu sei que você está muito transtornada nesse momento, e não é para menos, mas sei que é para o seu bem, pai nenhum faria qualquer coisa sem pensar nos filhos primeiro. –Jolie diz numa forma de confortá-la

— Você definitivamente não conhece meus pais, eles não estão nem aí para o que é melhor para mim, apenas o que é melhor para eles. Meu irmão me criou junto com a minha cozinheira porque meus pais não queriam nem saber de mim. Tudo o que sei e sou hoje devo a Marie, e não a eles. –ela se embola em alguns soluços e Jolie me vê, mas não comenta.

— Vai dar tudo certo, eu prometo. Sempre que você precisar pode me procurar, sei que não somos amigas mas eu vou tentar te ajudar como puder.

Theresa assente e eu chego mais perto, abraço Jolie e por não saber o que dizer fico calado enquanto minha namorada faz carinho nas costas daquela menina. Até que Hope aparece na porta da cozinha e chega perto de nós, ela sobe em um banquinho e se senta em cima da mesa, tirando a chupeta da boca e colocando seu ursinho ao seu lado.

— Cê' tá' bem, Tessa? –ela pergunta e passa as mãos no cabelo dela, que levanta a cabeça sorrindo um pouco.

— Estou sim, princesa. Não se preocupa.

— Tá' bom.

Hope passa os braços pelo pescoço da Theresa e dá um beijo na bochecha dela.

— Vamos ver desenho! Eu sempre fico feliz quando vejo desenho.

— Vamos, qual você quer ver?

— Princesinha Sophia!

Theresa se vira e eu solto Jolie quando elas se abraçam.

— Muito obrigada mesmo! Você é um anjo e não sei nem como agradecer você.

— Que nada, se precisar é só chamar.

A garota sorri e acena para mim, aceno com a cabeça e ela sai com a Hope no colo. Viro para Jolie e seguro sua cintura e sinto os braços dela no meu pescoço. Escuto meu som preferido (sua risada) quando eu beijo seu pescoço.

— Me solta, vai. Você sabe que temos que trabalhar, vou assistir desenho com elas.

— Me espere mais tarde –sussurro no seu ouvido e ela se arrepia, mas sorri e me dá um selinho seguindo para a sala de televisão.

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