Capítulo 2: Senhorita Rayla

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TARDE DA NOITE. HOSPITAL PEDIÁTRICO DE BELO HORIZONTE.

Catedral estaciona a moto bem no final da garagem subterrânea do hospital, levanta-se e prende seu capacete nela.

Ele mexe em uma das bolsas na moto e pega um pequeno saco de couro, o observa atentamente a sua volta, e em seguida, guarda-o em sua jaqueta de couro.

Ele vira-se, se espreguiça, encosta-se na moto e puxa do bolso um porta cigarros de metal prata, com adornos pretos e um símbolo vermelho talhado, bate nela até sair um de dentro e o põe na boca.

Após colocar em sua boca, ele leva sua mão até a ponta do cigarro e estala os dedos. Uma pequena chama é criada, acendendo-o e se desfazendo no ar frio daquele estacionamento.

Ele queima o cigarro todo em uma puxada só. Ele solta a fumaça pelo nariz. Uma fumaça muito branca e ela paira no ar, como uma neblina densa, esperando por algo. Então, Catedral cospe o filtro do cigarro e começa a falar em uma língua estranha: - Positis munitionibus insuper incantationem. Sanctus cinis, protegere servo tuo non vides eam. Sanctorum cineres me potest pugnare malis. 

A fumaça reage, se expande e encobre todo o corpo de Catedral, como se agora ela fizesse parte da pele dele.

Ele tosse um pouco, dá um tapa em seu peito e percebe que estava sendo observado por uma pessoa, ao longe, atrás de uma grande pilastra próximo ao começo do estacionamento.

Catedral: - Só me faltava essa... – Pensou. E seguiu para a porta do elevador da garagem.

Ele entrou, apertou o botão que o levaria ao andar da recepção e subiu. Andou até a recepção e puxou papo com uma jovem mulher que estava lá de plantão.

Catedral: - Boa noite. – Olhou para o crachá da enfermeira buscando seu nome e continuo – enfermeira Janaína. A senhorita pode me ajudar?

Enfermeira Janaína: - S-sim... Claro. – Respondeu sem jeito ao belo jovem a sua frente.

Catedral: - Meu nome é William, prazer em conhecê-la. – Estendeu a mão. - Posso lhe chamar só de Janaína?

Enfermeira Janaína: - Pode sim. – Estendendo a mão, ainda sem jeito, de encontro com a mão de Catedral.

Catedral: - Estou com um problema e tenho certeza que a senhorita poderá me ajudar... Eu sou o padrinho da Elisa, uma das meninas que estão em coma neste hospital, eu fiquei sabendo disso pela internet. Eu e o Josué, pai dela, brigamos e não conversamos mais há anos, mas a minha afilhada não tem nada a ver com isso. Eu estou muito preocupado... Quero muito vê-la, ficar um tempo com ela... Pode nos fazer esse favor, Janaína?

Enfermeira Janaína: - E-Eu não sei... Não sei se posso deixá-lo entrar.

Catedral: - Por favor, Janaína?! Não sei se você é mãe, mas ela é como uma filha pra mim.

Enfermeira Janaína: - Vou tentar...

Catedral: Tocando o seu braço agora. – Muito obrigado! Serei muito grato a você.

A enfermeira fica corada e muda por um instante, vira de costa e caminha para sair de trás do balcão.

Enfermeira Janaína: - Vou lhe mostrar o caminho, senhor William. Vem comigo.

Catedral: - Certo.

A enfermeira seguiu caminhando pelo corredor, com o Catedral um pouco atrás dela, até chegarem ao elevador novamente. Eles entraram e voltaram a conversar enquanto a enfermeira apertava o botam para o quinto andar.

WILL CATEDRAL - 1: MONSTROS NO ARMÁRIOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora