Prólogo

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O fim da vida universitária é algo maravilhoso, o final de uma vida cheia de estudos e portas se abrindo para um novo mundo. Nesse momento todos nós revisamos nossos projetos de vida, e era isso que Elizabeth Alexia Liones estava fazendo.
Sentada em uma das mesas do refeitório da grande da renomada universidade de Oxford, a aspirante a designer de moda olhava atenciosamente cada proposta que lhe era dada como trabalho em várias agências de moda da cidade de Londres. Dona de longos fios de cabelo da cor da prata, grandes olhos azuis como safiras, com longos cílios prateados, sobrancelhas finas, face arredondada, lábios avermelhados e cheios. Corpo de curvas delicadas, o busto, a cintura fina, bumbum arrebitado, coxas grossas e pés delicados que sempre estavam calçando sapatilhas de cores claras.

Como designer era de praxe que sempre estivesse na moda e vestida com estilo, isso dava grandes chances de trabalhar em vários locais.

Mordendo a ponta da caneta com cheiro de morango a albina olha para o folheto de currículo em suas mãos, Empresas La Mode Demon, era uma das grandes potências de moda influenciadoras da Inglaterra, houvera boatos de que até mesmo a Rainha Elizabeth já usou uma das criações do local.

Era o local perfeito para alguém como ela que queria ter grande reconhecimento e poder levantar seu próprio negócio e sua marca com o passar dos anos. Mas havia um problema, entrar naquela empresa era a mesma coisa que ter que suportar o riquinho e metido do filho mais velho do Sr. Demon. Meliodas Demon era um jovem modelo e novo universitário formado no ramo da administração, dono de olhos esmeraldas que esbanjam alegria, um sorriso contagiante e humor sempre alegre, apesar de ter a aparência de uma criança, o loiro possuía um corpo de fazer todas - menos ela - desejarem passar uma noite com ele, era isso que o tornava o pior ser da grande universidade de Oxford. Ele era um total galinha que gostava de esbanjar o dinheiro da família em festas e com mulheres. Elizabeth rezava internamente que ele se desse mal.

Já a garota vinha de uma família do interior de Liones — uma pequena cidade ao sul da Inglaterra — , dona de uma vinícola. Elizabeth não ligava para os luxos da vida rica e as grandes possibilidades que ela trazia, havia crescido em meio aos animais rurais, verduras e frutas, vestindo somente um vestido florido diariamente e um chinelo remendado diversas vezes pelo seu pai, apesar da vida pobre que tivera amava cada pedacinho da Fazenda da Alegria e os momentos que passou com suas irmãs e os seus pais.

Suspirou, colocando a caneta sobre a prancheta repleta de currículos e panfletos e olhando para o campus.

— Oh, droga. — Praguejou baixo ao ver o ser que mais odiava vir em sua direção.

— Olá LizBeth. —  O loiro sentou-se ao seu lado com um sorriso travesso nos lábios.

—  é Elizabeth, não LizBeth. —  Rosnou olhando para o baixinho. —  O que quer aqui Riquinho 2.0?

— Riquinho 2.0? — Meliodas ergue uma sobrancelha, rindo baixo ao pegar a referência. — Só vim lhe dar um oi, e a convidar para uma comemoração.

— Como pode ver estou bastante ocupada planejando meu futuro, então não estou interessada. Obrigada, de nada. —  Elizabeth aponta para os folhetos em seu colo. — Então vaza!

— Wow, ela está atacada. -— Meliodas ri. —  Mas pense bem talvez você possa pensar em ir.

— Já disse que não estou interessada, que tal você ir com seu grupinho? — Elizabeth observa as seis pessoas paradas ao lado da grande limousine negra. —  Não quero ser morta e encontrada em alguma vala de Londres, ainda mais com a Serpente me olhando assim.

— Diane? Ela sabe que não tenho nada com ela e que nunca vou ter. —  Meliodas coloca um fio de cabelo da albina atrás de sua orelha.

— Olha aqui. — Elizabeth se afasta dele assim que sente o toque. — Não toque em mim e vê se some da minha linda e preciosa visão.

— Certo, certo, certo. —  Meliodas levanta com as mãos erguidas em rendição. — Eu já vou indo, mas se pensar em ir a despedida é no pub Chapéu de Javali.

— Oh, claro estarei lá como o paparazzi na Madonna. —  Elizabeth diz irônica.

Elizabeth Liones

Olho para a grande placa em néon roxo e azul acima da grande porta acolchoada preta. Uma enorme fila de pessoas, a maioria estudantes entre seus 14 e 21 anos a formam. "Esses seres não tem pais não?"—  Me questionei ao ver algumas meninas beberem uma bebida de coloração azul pelo gargalo da garrafa. Todas as pessoas ali usavam roupas pretas e coladas, e cruzei os braços olhando para a cena a minha frente. Eu não estaria aqui se não fosse pelo idiota do meu namorado Zeldris, o moreno avisara que iria com o irmão e que se precisasse de ajuda me ligaria, e bem aqui estou eu vestindo um pijama branco com babados e fitas, um sobretudo negro por cima dele e com minha inseparável sapatilha.

— Documento? —  O grande e imponente segurança da portaria me pede.

— Aqui. —  Peguei minha identidade do bolso do casaco e o entreguei.

— Pode entrar. — Ele diz, segundos depois que o entrego minha identidade, devolvendo a mesma.

Revirei os olhos, guardando o documento no mesmo bolso de antes. O som alto do local atingiu meus tímpanos, e andei pelo local sendo jogada de um lado para o outro até alcançar o bar onde um dos amigos do Riquinho 2.0 atendia os clientes, fazendo malabarismo com as garrafas.

— Com licença. —  Arranhei a garganta em uma tosse falsa, chamando a atenção do loiro.

— Oh, você é a garota que o Capitão estava hoje mais cedo. -— O mesmo sorri, galanteador. —  LizBeth, não?

— Elizabeth. —  O corrigi. Qual é o problema em acertar meu nome? Caralho, é o mesmo nome da rainha do país, se fosse com ela não cometeriam este erro.

— Oh, certo, me desculpe. — Ele coça a nuca. — O que procura?

— Por acaso viu meu namorado Zeldris por aí? — Questionei a ele.

—  Olha, ver eu vi. — Seu olhar se direciona a um ponto atrás de mim. — Mas não vai gostar de como ele está.

—  Ah, não é nada. Já estou acostumada com ele bebendo desta maneira. — Rio baixo mas vejo sua expressão cheia de pesar. — O que foi?

— Não é isso que falo. — O mesmo me virou, senti as lágrimas caírem vagarosamente pelo meu rosto.

Zeldris beijava avidamente minha melhor amiga e companheira de apartamento, Gelda. A dona de fios claros, olhos tão azuis quanto os meus e de curvas acentuadas.

— Sinto muito. —  Escuto a voz do barman atrás de mim.

Com a visão borrada, caminhei até onde o casal estava, abrindo espaço pelos adolescentes e os empurrando sem a menor cerimônia.

— Interrompi o momento? —  Apesar de estar chorosa, minha voz mantém-se firme.

O moreno assustado se separa da albina, me olhando. Seus lábios se moviam, mas nenhuma palavra saia dos mesmos. Irritada, magoada e de coração quebrado, desferi um tapa na face do moreno e dei um olhar mortal a outra que não sabia para onde olhar.

Saí dali pisando duro, mas senti meu braço ser puxado ao chegar na porta. Me preparei para bater na cópia que Zeldris é do loiro metido, quando vi que era Meliodas que me segurava.

— Você está bem? — Com sua voz diferente da voz garbosa de sempre, me perguntou.

—  Eu... — Olho para ele mas vejo Zeldris vir ao fundo, ele provavelmente tentaria explicar o que havia acontecido.

— Elizabeth? — Pela primeira vez, o loiro acerta meu nome. —  Você... — Mas sem que pudesse terminar de falar, interrompi ele ao juntar nossos lábios.

Mal sabia eu, que ali começaria a merda daquela noite e o maior erro da minha vida.

Casados ao AcasoWhere stories live. Discover now